Governo Federal apresenta às lideranças Yanomami e Ye'kwana resultados das operações de retirada de garimpeiros
Diálogo sobre as mais de 2.400 operações foi finalizado com sobrevoo para que lideranças observassem o novo cenário na Terra Indígena Yanomami
A direção da Casa de Governo recebeu nessa terça-feira (29) lideranças Yanomami e Ye'kwana para apresentar os avanços das operações de retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami (TIY). Entre os presentes estavam Davi Kopenawa Yanomami e Dario Kopenawa Yanomami, ambos da associação Hutukara; Júnior Hekurari Yanomami, da associação Urihi; e Júlio Ye'kwana, da associação Wanasseduume, além do Procurador da República Alisson Marugal, do Ministério Público Federal (MPF), e autoridades da Polícia Federal, Forças Armadas, Força Nacional, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
O diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, detalhou os dados alcançados pelo Governo Federal desde março de 2024, quando a coordenação e monitoramento das operações começaram a ser unificados pela estrutura federal implantada em Boa Vista. "Estamos comprometidos em permanecer em Boa Vista até o fim deste governo. O nosso trabalho seguirá", declarou Tubino, assegurando que a presença do Governo Federal na região será contínua para proteger o território Yanomami e suas comunidades.
Queda expressiva nas áreas de exploração garimpeira
Durante a exposição, Tubino destacou que, antes da abertura da Casa de Governo, a área total ocupada pelo garimpo na Terra Indígena Yanomami era de 4.570,56 hectares. Com as ações de combate ao garimpo intensificadas a partir de março de 2024, essa área foi reduzida para aproximadamente 1.465 hectares, representando uma diminuição de cerca de 68%.
Tubino também apresentou dados específicos sobre a redução de novas aberturas de garimpo ao longo dos anos. Em 2022, foram explorados 1.002 hectares; em 2023, esse número caiu para 115 hectares e, em 2024, para apenas 37 hectares. Essa queda de 96,3% nas novas áreas de exploração, em comparação com 2022, reflete o impacto das operações de monitoramento e controle rigoroso. Ele explicou que a redução é resultado do uso de tecnologias avançadas que permitem intervenções rápidas, bloqueando o avançodo garimpo antes que cause danos significativos. Em setembro e outubro de 2024, por exemplo, não houve registro de novas áreas de garimpo, indicando o sucesso do monitoramento contínuo.
Lideranças indígenas reconhecem os avanços
Após a apresentação dos dados, as lideranças indígenas destacaram o impacto positivo da operação para as comunidades locais. Júnior Hekurari Yanomami, representante da associação Urihi, declarou: “Estamos vendo a esperança das comunidades voltando, o trabalho que está sendo feito está devolvendo a esperança para as comunidades”.
Sobrevoo revela impacto positivo das operações
Na tarde do mesmo dia, as lideranças Yanomami e Ye'kwana realizaram um sobrevoo na Terra Indígena Yanomami, a bordo de um helicóptero H36 das Forças Armadas.
Durante o voo, puderam observar os impactos das ações de fiscalização. Davi Kopenawa Yanomami, ao observar a recuperação do território, afirmou: “A terra estava doente por causa do garimpo, mas agora ela começa a respirar de novo. É importante que continuem protegendo nossa terra para que ela não adoeça novamente”.
Alisson Marugal, Procurador da República, destacou a relevância da iniciativa. “Essa aproximação é extremamente importante para proporcionar o diálogo entre as lideranças indígenas, as comunidades, as associações e o poder público, permitindo que o trabalho aqui, em relação ao combate ao garimpo, seja mais eficiente, uma vez que o apoio das lideranças indígenas, de suas comunidades, é fundamental para a eficácia da operação”, disse.
A operação de retirada de garimpeiros e a recuperação ambiental na Terra Indígena Yanomami são resultados de uma estratégia rigorosa do Governo Federal. O trabalho conjunto entre forças de segurança e lideranças indígenas tem permitido uma redução nas atividades de exploração ilegal, enquanto a presença constante de agentes de segurança assegura a proteção contínua dos territórios indígenas.
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