Para celebrar o legado do pintor Candido Portinari, os Correios lançaram a Série de Selos Institucionais “Obras Desaparecidas de Candido Portinari”. A solenidade de lançamento ocorreu durante a Reunião Especial de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte, no último dia 2. O filho do artista, João Candido Portinari, esteve presente e recebeu o título de cidadão honorário do estado.
A obliteração dos selos, conduzida pela diretora Econômico Financeira dos Correios, Maria do Carmo Lara, foi feita pelo presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite; pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia; e por João Candido Portinari.
Presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite; João Candido Portinari; diretora Econômico Financeira dos Correios, Maria do Carmo Lara; e ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.
A série é composta por quatro selos: “Grupo de mulheres”, de 1937, que retrata mulheres conversando, carregando água; “Namorados”, de 1940, que traz a imagem de um casal dançando, contra fundo em campo aberto e sugestão de morro; “Baiana com crianças”, de 1940, cena representando baiana de frente, com duas meninas, menino, pipa e balões em paisagem; e “Lampião e Maria Bonita”, de 1947, que estampa as cabeças de Lampião e de Maria Bonita, ocupando quase a totalidade da composição, contra fundo geometrizado.
A vida e a obra de Candido Portinari e o trabalho de seu filho João Candido foram ressaltados pela ministra Cármen Lúcia. Ela é autora do livro “Direitos de/para todos”, que resgata a importância da Declaração Universal dos Direitos Humanos e tem ilustrações de Portinari.
“O retrato emocionante e engajado do povo e da alma brasileira, brotado das mãos vigorosas e dos ideais profundos expostos na obra de Candido Portinari, alastra-se ainda agora como um cafezal fecundo de grãos de humanidade florescidos pela ação única de João Portinari”, afirmou a ministra.
Portinari
Candido Portinari é considerado um dos maiores nomes da pintura nacional, com obras de temática social e traços expressionistas e cubistas. Entre seus trabalhos mais importantes, estão os painéis Guerra e Paz , projetados para a sede da Organização das Nações Unidas em Nova York (EUA).
Também são de sua autoria os painéis da Igreja de São Francisco , marco da arquitetura modernista localizado na Pampulha , em Belo Horizonte, e o painel Tiradentes, que Portinari pintou para o Colégio Cataguases – projetado por Oscar Niemeyer na cidade da Zona da Mata mineira – e que hoje pode ser visto no Memorial da América Latina, em São Paulo. Uma réplica do painel está exposta em frente ao Salão Nobre da ALMG.
Sua produção artística é tão vasta que ultrapassa o número de cinco mil obras, de pequenos desenhos a grandes murais, espalhadas pelo mundo. Foram tantas as obras que, aproximadamente, 200 quadros se perderam.
Único filho de Candido Portinari, João Candido fundou em 1979 o Projeto Portinari , dedicado a resgatar e popularizar a obra de seu pai. O projeto, direcionado ao resgate sistemático e abrangente da vida e da produção artística do pintor, assim como do contexto histórico em que ele viveu, objetiva integrar a obra do artista à busca da identidade cultural brasileira e à preservação da memória nacional. Como parte dos objetivos do Projeto Portinari está a catalogação de suas obras, a pesquisa sobre a trajetória das peças e a busca por aquelas que estão em locais desconhecidos ou que foram perdidas ao longo do tempo.
Selos – A Série de Selos Institucionais “Obras Desaparecidas de Candido Portinari” é uma reedição do projeto das Obras Desaparecidas. Em 2003 e 2004, os Correios, em parceria com o Projeto Portinari, emitiram a Série Obras Desaparecidas de Candido Portinari, destacando sete obras de paradeiro desconhecido do artista em selos postais. Os selos estarão disponíveis na loja on-line e por meio de encomenda nas agências dos Correios.