Agricultura

'Radar Saúde Favela' debate comunicação comunitária na promoção da saúde

A série reúne comunicadores dos territórios da Maré, Manguinhos, Jacarezinho e Complexo do Alemão

Agência Gov | Via Fiocruz
02/12/2024 16:13
'Radar Saúde Favela' debate comunicação comunitária na promoção da saúde

O podcast Radar Saúde Favela lança nesta segunda-feira (2/12) o primeiro episódio da série “Comunicação comunitária é saúde”, que apresenta os resultados da pesquisa “Geração Cidadã de Dados: cartografia dos coletivos de comunicação comunitária para a promoção da saúde”. A série reúne comunicadores dos territórios da Maré, Manguinhos, Jacarezinho e Complexo do Alemão para discutir a importância da comunicação comunitária na promoção de saúde nas favelas e periferias. 

A estreia conta com a participação de Gizele Martins, comunicadora popular do Complexo da Maré, que compartilha suas experiências no campo da comunicação comunitária.

Jornalista e pesquisadora, Gizele é mestre em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e doutoranda na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ). Na entrevista, ela fala sobre sua trajetória como comunicadora, desde o jornal comunitário O Cidadão, passando pela iniciativa Maré Vive - que denunciou as violações de direitos durante a ocupação militar em 2014 - até a criação do Frente Maré, coletivo que começou a atuar na pandemia de covid-19 promovendo informações sobre saúde e ações solidárias para os moradores do território.

Ouça o episódio

“Estou transcrevendo a Maré da forma que eu enxergo a partir desses mais de 20 anos de comunicação comunitária. O que é a favela para a gente? O que é para o Estado e o que é para mim? A favela sempre foi transcrita como aglomerado suburbano. O Estado nos caracteriza dessa forma para nos diminuir, mas a favela é tão potente”, destacou Gizele.

No segundo episódio da série, o podcast recebe David Amen, jornalista e cofundador do Instituto Raízes em Movimento, para falar sobre a história do instituto e o panorama da comunicação comunitária no Complexo do Alemão. Já no terceiro episódio, Vinícius Morais, co-fundador do Instituto Decodifica e integrante da Coalizão 'O Clima é de Mudança" e da Rede "Confluência das Favelas", relata sua experiência no território do Jacarezinho. Por fim, o editor chefe do jornal Fala Manguinhos!, Fábio Monteiro, analisa as práticas de comunicação no Complexo de Manguinhos.

Os resultados da pesquisa “Geração Cidadã de Dados: cartografia dos coletivos de comunicação comunitária para a promoção da saúde”, iniciativa da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) – por meio do Dicionário de Favelas Marielle Franco (Wikifavelas) – e de comunicadores da Frente de Mobilização da Maré, do Jornal Fala Manguinhos, do Instituto Decodifica (antigo LabJaca) e do Instituto Raízes em Movimento, foram apresentados no último sábado (30/11), na Escola Quilombista Dandara de Palmares, no complexo do Alemão. Nesse dia, também foi entregue aos presentes o mapa – digital e impresso, com dados georreferenciados de coletivos de comunicação do Rio de Janeiro.

A distribuição do material conta com o apoio da equipe do projeto Radar Saúde Favela, informativo editorado pela Coordenação de Cooperação Social de Presidência da Fiocruz e será feita em parceria com as organizações populares participantes da pesquisa.

Cartografia da comunicação comunitária

O projeto de pesquisa pretende estabelecer, a partir da narrativa de comunicadores populares, a importância da comunicação comunitária para a promoção da saúde nos territórios de favela. Entre os produtos da pesquisa, estão:

• Mapeamento dos coletivos de comunicação comunitária localizados em bairros da Área de Planejamento 3.1 do município do Rio de Janeiro;

• Podcasts sobre comunicação e saúde com lideranças da comunicação comunitária da cidade do Rio de Janeiro;

• Verbetes relacionados ao tema no Dicionário Carioca de Favelas Marielle Franco;

• Mapas impressos com os nomes dos coletivos georreferenciados.

A partir desses processos, a pesquisa tem o objetivo de contribuir para a construção conjunta de mecanismos que promovam os coletivos e as pautas de cultura, arte e lazer por eles produzidas, fortalecendo o conceito ampliado de saúde bem como ampliar oportunidades para eventual captação de recursos por meio de leis de incentivo a partir das informações geradas pelo estudo.

O projeto é coordenado pela Casa de Oswaldo Cruz e Coordenação de Cooperação Social da Presidência, conta com apoio do Dicionário Carioca de Favelas Marielle Franco (WikiFavelas), ligado ao Instituto de Comunicação, Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e é financiado com recursos do edital FioPromos da Fiocruz.

Radar Saúde Favela – projeto da Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, tem foco em produzir e difundir informa­ções sobre a situação de saúde e da sua de­terminação social em favelas e periferias de centros urbanos, lançando luz sobre as diversas dimensões de precariedade que afetam de forma diferenciada as popula­ções que habitam em territórios socioambientalmente vulnerabilizados.

Artigos de opinião, podcast, vídeos e a própria edição da revista (desde agosto de 2020) são alguns dos formatos publicados pelo projeto. Lideranças e comunicadores populares podem enviar sugestões de pauta, matérias e crônicas sobre a saúde em seus territórios a qualquer momento para o e-mail: radarsaudefavela@fiocruz.br .

 

Link: https://portal.fiocruz.br/noticia/2024/12/podcast-radar-saude-favela-debate-o-papel-da-comunicacao-comunitaria-na-promocao-da
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