Educação

Produtos da floresta chegam à alimentação escolar no Sul da Bahia

Nova publicação reúne receitas com produtos locais para enriquecer a alimentação nas escolas

Agência Gov | Via FNDE
03/12/2024 09:03
Produtos da floresta chegam à alimentação escolar no Sul da Bahia
Divulgação
A publicação Cabruca à Mesa acaba de ser lançada com receitas baseadas em produtos da sociobiodiversidade das cabrucas do Baixo Sul da Bahia

O Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE), executado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), é um compromisso que promove alimentação escolar de qualidade nas escolas, melhorando as condições de ensino e promovendo segurança alimentar e nutricional. A oferta de alimentos saudáveis, produzidos localmente e preparados com cuidado e atenção nos refeitórios escolares, é parte deste processo. Para estimular ainda mais essas práticas, acaba de ser lançada a publicação Cabruca à Mesa.

A obra reúne receitas baseadas em produtos da sociobiodiversidade das cabrucas do Baixo Sul da Bahia, com o objetivo de estimular o seu uso também na alimentação escolar. A publicação está disponível para download em https://bit.ly/cabruca .

O que é a cabruca? 
A cabruca é um sistema agroflorestal onde o cacau é cultivado sob a sombra de árvores nativas ou adaptadas da Mata Atlântica. Além do cacau, são produzidos alimentos como aipim, banana-da-terra, batata-doce, taioba, abóbora, inhame, entre outros. Essa prática sustentável não só preserva a biodiversidade como também gera renda para pequenos agricultores, permitindo a integração de produtos locais na alimentação escolar.

Na apresentação da obra, Karine Silva dos Santos, coordenadora-geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar (CGPAE), destaca a importância do envolvimento das pessoas que estão nas escolas, preparando os alimentos. “Para que o PNAE cumpra todo o seu potencial, contamos com a participação fundamental de profissionais de nutrição e manipulação de alimentos. Esses profissionais precisam conhecer a produção local e sua sazonalidade, o que permite o desenho de cardápios mais adequados à oferta de produtos e aos hábitos alimentares locais. Promover a troca de conhecimentos nesse nível é mais uma das formas de operacionalizar de forma estratégica o PNAE.”

As receitas apresentadas no livro são fruto de um processo de articulação que ocorreu ainda em 2023, com a realização de oficinas culinárias com manipuladores de alimentos e profissionais da nutrição dos municípios do Consórcio Intermunicipal das Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (Ciapra). Com a participação de mais de 50 pessoas, as oficinas foram conduzidas pela nutricionista Neide Rigo. Neide, que inspira milhares de pessoas ao valorizar uma cozinha comum, se baseou nas trocas promovidas na oficina para organizar as receitas que possam ser usadas em cozinhas escolares. “Fazer parte deste processo de trocas é muito inspirador. Aprendemos muito em grupo, nos inspiramos e hoje temos a publicação para divulgar a riqueza dos produtos da cabruca e valorizar o trabalho tão carinhoso e comprometido realizado nos refeitórios escolares do Sul da Bahia. Com as oficinas e com a publicação, somamos aos esforços para garantir alimentação escolar de qualidade, baseada em produtos locais, frescos e saudáveis”, destaca Neide.

As oficinas foram realizadas no âmbito do programa develoPPP, do Ministério da Cooperação da Alemanha (BMZ), implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, com o Consórcio Intermunicipal das APAS do Baixo Sul da Bahia (Ciapra). A publicação ainda contou com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA).

“O resultado é um conjunto de receitas que possibilita que as compras do PNAE sejam ainda mais diversas, a partir dos produtos e sabores que as cabrucas oferecem. É um material prático, para consulta e uso no dia a dia dos refeitórios das escolas. Estamos muito felizes com o resultado, e esperamos que este trabalho inspire mais e mais municípios a promoverem uma alimentação saudável, regional e baseada em produtos da agricultura familiar”, comenta Barbara Santos, assessora técnica da GIZ Brasil. 

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