Equipe do Ministério da Saúde chega a Roraima para avaliar acolhimento aos migrantes venezuelanos

O Ministério da Saúde enviou uma equipe de técnicos para Roraima para avaliar o serviço de assistência aos migrantes venezuelanos que entram no país pelo estado. Na oportunidade, o grupo visitou as instalações da Operação Acolhida, existente desde 2018, quando se intensificou a crise migratória da Venezuela.

Em Pacaraima, principal ponto de entrada, e em Boa Vista, são ofertados atendimentos e vacinação de acordo com o calendário vacinal brasileiro. Apenas em janeiro deste ano foram mais de quatro mil doses de vacinas aplicadas nas duas cidades.

O objetivo da vistoria do Ministério da Saúde é mapear as capacidades de saúde e elaborar estratégias para fortalecer as atividades, de forma que o Brasil possa entender o panorama e elaborar proposta diante dos atendimentos que foram impactados pela suspensão temporária do financiamento internacional humanitário. O recurso dava condições para agências e ONGs atuarem na Operação Acolhida.

O grupo enviado pelo Ministério da Saúde é composto por integrantes das secretarias de Atenção Primária (SAPS) , de Atenção Especializada (SAES) , de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente (SVSA) e da Força Nacional do SUS (FN-SUS) .

De acordo com o tenente-coronel do Exército Leonardo Evangelista, coordenador da área de saúde da operação, o acolhimento aos migrantes se dá em três etapas:

• Recebimento, no Ponto de Triagem (PTRIG) com resolução de trâmites migratórios e documentais;
• Alojamento ou oferta de abrigo, com oferta de proteção e saúde; e
• Interiorização.

As atividades são realizadas em parceria com agências do sistema Organização das Nações Unidas (ONU), terceiro setor, secretarias de saúde, entre outros.

A fase de interiorização consiste em viagens destes migrantes para outros municípios do Brasil com vagas de emprego sinalizadas, abrigos no destino e reunião com familiares, possibilitando, assim, a retomada da vida das pessoas que necessitem do acolhimento.

Funcionamento da operação

Na quinta (30), em Boa Vista, a agenda começou na Coordenação de Saúde da Acolhida (CSA), onde a equipe foi apresentada aos dados e ao funcionamento da operação. Logo depois, o grupo se dirigiu ao Ponto de Triagem (PTRIG), momento no qual conversou com as agências humanitárias e se inteirou da fase de acolhimento dos migrantes. Também houve contato com migrantes que esperavam por atendimento no local.

Os profissionais do Ministério da Saúde também se reuniram na Superintendência estadual da pasta (SEMS/RR) com representantes das agências ONU que estão em atuação, Ministério da Defesa, secretarias de saúde, entre outros atores que trabalham com saúde de migrantes em Roraima.

“Estamos à disposição até quando for necessário. Mas a chegada do Ministério da Saúde nos deixa com uma segurança de que possamos, já num futuro próximo, manter o atendimento feito, de forma a organizar o trabalho diário”, destacou o tenente-coronel Evangelista.

Foto: Emily Tenente/MS

Assistência do Ministério da Saúde

De acordo com dados da operação, são ao menos 320 pessoas que ultrapassam a fronteira diariamente, deixando para trás o país natal.

No local é ofertada atenção em saúde mental, cuidados para doenças crônicas, testagem para ISTs , suplementação alimentar (sobretudo, para crianças) encaminhamentos em parceria com secretarias de saúde, dentre outros cuidados.

Há casos em que venezuelanos cruzam a fronteira apenas para buscar assistência em saúde no Brasil. O Ministério da Saúde ao longo dos anos de Operação Acolhida vem apoiando os atores envolvidos e prestando auxílio. Neste momento, a pasta reforça seu compromisso com o direito à saúde das pessoas migrantes.

Nesta sexta-feira (31), o grupo do Ministério da Saúde vai até Pacaraima, observar de perto o movimento migratório e as instalações na borda do país.

Ministério da Saúde