Povos indígenas

'Governo Federal tem nos apoiado. Prova disso é ter um Yanomami à frente do Distrito Sanitário Indígena'

Novo coordenador do Distrito Sanitário Indígena (DSEI) Yanomami reuniu-se com a ministra Nísia Trindade em janeiro, mês que marca dois anos da emergência em saúde no território

Agência Gov | Via Ministério da Saúde
21/01/2025 17:11
'Governo Federal tem nos apoiado. Prova disso é ter um Yanomami à frente do Distrito Sanitário Indígena'

Maurício Ye’Kwana é o primeiro indígena a ocupar o cargo de coordenador do Distrito Sanitário Indígena Yanomami, em Roraima. A chegada do gestor indígena é mais uma iniciativa do Ministério da Saúde para reforçar os trabalhos na região depois da declaração de emergência em saúde pública no território motivada pela grave desassistência. A declaração de emergência está completando dois anos no território Yanomami - maior reserva indígena do Brasil, que abriga cerca de 27 mil pessoas.

A nomeação de Ye’Kwana foi formalizada em recente visita da ministra da Saúde, Nísia Trindade, ao território Yanomami. A ação reflete o apoio e a responsabilidade do governo federal em prestar uma assistência mais qualificada e acompanhar, de perto, a realidade e as necessidades dos povos tradicionais.

“É importante falar sobre o que o governo federal está fazendo, e mais ainda agora, colocando um indígena Yanomami na coordenação do Distrito Sanitário Indígena (DSEI) Yanomami ”, destaca Maurício Ye’Kwana, que tomou posse no cargo em dezembro de 2024.

De acordo com o novo gestor indígena, entre outras iniciativas previstas, está a construção de uma base de saúde na fronteira e contar com o apoio do governo estadual na contratação de intérpretes indígenas para os hospitais da região.

Para a ministra Nísia Trindade, a reestruturação da saúde no território Yanomami é um marco do compromisso com a dignidade e os direitos dos povos indígenas. “Enfrentamos uma crise humanitária sem precedentes, resultado de anos de desassistência e negligência. Hoje, após dois anos de trabalho árduo e integrado, conseguimos restabelecer serviços essenciais, garantir a segurança alimentar e reduzir drasticamente os óbitos por desnutrição, malária e infecções respiratórias”.

As iniciativas integradas resultaram em diversos avanços no enfrentamento ao garimpo ilegal, na preservação do meio ambiente, na redução da mortalidade por desnutrição e na busca por qualidade de vida às comunidades indígenas.

O que é o DSEI?

Em todo o Brasil, há 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) . Trata-se de um modelo de organização de serviços – orientado para um espaço etno-cultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado – que contempla um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde. Eles promovem a reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolve atividades administrativo-gerenciais necessárias à prestação da assistência.

Novas Iniciativas

Em visita ao território Yanomami, em 13 de janeiro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, vistoriou as obras da Unidade de Retaguarda a Saúde dos Povos Indígenas do Hospital Universitário da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e a Casa de Saúde Indígena Yanomami (Casai).

Já em visita à Casa de Saúde Indígena (Casai), a ministra da Saúde conheceu Caterina Galiizioli, médica italiana que trabalha pela organização humanitária internacional do “Médicos sem Fronteiras”. Caterina trabalha pela causa indígena, desde 2023, em parceria com o DSEI. “ Trabalhamos para facilitar o acesso dos indígenas, ao nível mais alto de saúde na adaptação da cultura de cada comunidade”, afirma a médica.

Segundo Caterina, desde 2023, muita coisa mudou na Casai, elevando a estrutura para outro nível de saúde. “As reformas na Casai melhoraram o serviço e possibilitaram um atendimento de qualidade e completo. Muito importante essa liberação de recursos pelo governo”.

Para Caterina, a iniciativa mais impactante do governo federal foi o aumento do número de profissionais de saúde contratados pelo DSEI, um aumento de 155% em relação ao início de 2023. “O aumento dos profissionais de saúde foi uma mudança importante que permitiu que avançássemos em áreas indígenas mais distantes, alcançando mais pacientes”, afirma a médica.

Atualmente, a Casai conta com um atendimento multidisciplinar com antropólogo, psicólogo, assistente social e departamento médico, garantindo mais qualidade e um atendimento completo. “Garantir a presença do especialista na Casai, corta a necessidade de os pacientes irem ao hospital da região. Essa equipe multidisciplinar foi o diferencial”, finaliza Caterina.

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A ministra da Saúde em reunião com o novo Coordenador do DSEI, Mauricio Ye’Kwana e lideranças (Foto: Taysa Barros/MS)

Ações do Ministério da Saúde em território indígena

  • 100% dos 37 Polos Base de Saúde em funcionamento;
  • 58% de aumento de doses de vacinação aplicadas no primeiro semestre de 2024 comparados ao mesmo período do ano anterior;
  • 155% de profissionais de saúde a mais em relação ao início de 2023 (eram 690);
  • 68% de queda de mortes por desnutrição;
  • 6 novas Unidades Básicas de Saúde (UBSI) construídas;
  • 40 Unidades Básicas de Saúde Indígena em operação;
  • 29 sistemas de abastecimento de água implantados;
  • 43 outros sistemas reativados ou feitas as manutenções;
  • 53% de queda no número de óbitos por infecção respiratória no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023;
  • 7 polos de saúde desativados foram reabertos. 5,2 mil indígenas atendidos;
  • 1.759 médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas e nutricionistas em atuação;
  • 27% de queda no número de óbitos no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023;
  • 35% de queda de mortes por malária.

Saiba mais sobre a Missão Yanomami

Vanessa Rodrigues
Ministério da Saúde

Link: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/janeiro/governo-federal-tem-nos-apoiado-prova-disso-e-ter-um-yanomami-a-frente-do-distrito-sanitario-indigena
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