Educação

MEC defende equidade na educação de povos originários

Ao participarem de encontro estadual de educação indígena em Manaus, representantes do ministério apontaram equidade como princípio de justiça social. Evento ampliou diálogo entre indígenas e gestores públicos

Agência Gov | Via MEC
30/01/2025 19:06
MEC defende equidade na educação de povos originários

O Ministério da Educação (MEC) — por meio das Secretarias de Educação Básica (SEB) e de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) — participou do Encontro Estadual de Educação Escolar Indígena, realizado em Manaus (AM) entre 28 e 30 de janeiro. Com o tema “Fortalecendo as Políticas de Educação Frente à Crise Climática nos Territórios Etnoeducacionais do Amazonas”, o evento resultou na ampliação do diálogo entre as redes educacionais indígenas e os gestores públicos.  

“Se você trata os desiguais de um modo igual, você só aumenta a desigualdade e, por isso, equidade é o princípio de justiça social”, apontou a secretária da Secadi, Zara Figueiredo. “Não dá para pensar as políticas do Norte, sobretudo da Amazônia, em uma lógica universalista. Queremos construir ações, programas e iniciativas que verdadeiramente atendam às demandas dos povos originários e combatam os efeitos da crise climática”, completou.  

“A gente está olhando para o universo de crianças de todas as culturas e realidades do Brasil e temos olhado também para as especificidades”, disse Kátia Schweickardt, secretária de Educação Básica do MEC. 

O evento reuniu lideranças indígenas, educadores e gestores públicos para debater estratégias de curto, médio e longo prazo, visando fortalecer a educação escolar indígena e sua relação com a preservação ambiental. A programação incluiu painéis sobre financiamento, direitos indígenas e desafios da educação diferenciada, além de um diálogo com instituições públicas. Também foram temas de discussão o financiamento e a implementação de políticas públicas para territórios etnoeducacionais e a garantia da participação indígena na formulação de políticas educacionais e ambientais.  

A educação escolar indígena é reconhecida como um direito garantido pela Constituição e por tratados internacionais, como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ela ainda desempenha um papel fundamental na proteção das culturas e conhecimentos ancestrais. 

Crise climática – O encontro ocorre em um momento crítico, em que as mudanças do meio ambiente e do clima afetam diretamente os territórios indígenas do Amazonas e de outras regiões, impactando a biodiversidade, os modos de vida tradicionais e o acesso à educação. O Atlas Digital de Desastres do Brasil registrou que, no período entre 2014 e 2023, 83% dos municípios brasileiros foram afetados por desastres climáticos.  

Em dezembro de 2024, na segunda edição do Seminário Justiça Climática para Proteção dos Direitos e Soberania dos Povos Originários, lideranças apontaram a seca extrema na Amazônia e no Pantanal como responsáveis por gerar insegurança alimentar, escassez hídrica, incêndios e isolamento de comunidades indígenas. Já as inundações, também geradas pela crise climática, causam interrupção imediata de serviços básicos, deslizamentos de terra, além de prejudicar o acesso à água potável, a comunicação e o abastecimento de comida ou itens necessários ao dia a dia. 

 

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