MTE e CBIC estudam ações para a criação de mão de obra na construção civil
Capacitação, inclusão produtiva e sustentabilidade do FGTS são temas centrais no encontro
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, recebeu o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato de Souza Correia, em Brasília (DF). Durante o encontro, Na manhã desta quarta-feira (29), discutiram a capacitação de mão de obra e as perspectivas para o manejo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nos próximos anos. Também participaram da audiência o secretário-executivo do MTE, Francisco Macena, o secretário de Proteção ao Trabalhador, Carlos Augusto Gonçalves, e o vice-presidente de Habitação de Interesse Social da CBIC, Clausens Duarte.
O setor enfrenta falta de mão de obra qualificada e o aumento da idade média dos trabalhadores, que atualmente é de 42 anos. Um dos principais desafios identificados é a necessidade de capacitar novos profissionais para atender à demanda crescente da construção civil. Para isso, programas de treinamento em parceria com o Serviço Nacional da Indústria (Senai) estão sendo estruturados com o objetivo de qualificar trabalhadores e suprir a carência de profissionais especializados.
O ministro Luiz Marinho frisou a importância da capacitação profissional. "Precisamos investir na qualificação dos trabalhadores para que a construção civil continue crescendo com qualidade e segurança. A parceria com instituições de ensino e treinamento é essencial para isso."
A previsão para os próximos anos é de crescimento contínuo na construção civil, desde que as políticas de financiamento e qualificação acompanhem a crescente demanda. O diálogo entre o setor produtivo, entidades governamentais e instituições de formação será crucial para garantir a geração de empregos e o fortalecimento do desenvolvimento econômico do país.
A ampliação das oportunidades para programas de qualificação de jovens aprendizes foi um dos principais pontos discutidos. Correia destacou a importância de integrar a iniciativa a políticas que combatam a informalidade e proporcionem oportunidades de emprego para os beneficiários do Bolsa Família. A CBIC defendeu que a qualificação profissional se torne um pilar fundamental para a inclusão produtiva dos jovens no mercado de trabalho.
Os impactos do saque-aniversário e sua antecipação para a saúde financeira do FGTS também estiveram na pauta. Os representantes do setor da construção alertaram para os riscos dessa modalidade, que pode comprometer a capacidade do trabalhador de utilizar o fundo para a aquisição da casa própria.
Renato Correia destacou a necessidade de olhar com atenção para os impactos dessa medida na habitação: "Precisamos evitar que a alienação do saldo do FGTS seja normalizada sem um amplo debate sobre seus impactos de longo prazo." Na avaliação dele, não se trata apenas de uma nova nomenclatura para o consignado, mas de um mecanismo que pode reduzir a segurança financeira do trabalhador e enfraquecer o papel do FGTS no financiamento habitacional.
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