Com apoio do MDHC, projeto capacita pessoas idosas para se protegerem de golpes em âmbito virtual
Viva Mais Cidadania Digital empodera iniciativas que oferecem educação digital e midiática para que pessoas idosas tenham acesso consciente e seguro à tecnologia
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Você conhece alguma pessoa idosa que já sofreu um golpe pelo celular ou pelo computador? Segundo dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), no ano passado, cerca de 320 pessoas de 60 anos ou mais denunciaram violações patrimoniais em ambiente virtual. Para prevenir esse tipo de golpe, promover educação digital e midiática, e combater violências financeiras e o discurso de ódio e fake news, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) lançou, nesta sexta-feira (7/2), o Projeto Viva Mais Cidadania Digital, em Ceilândia (DF), no campus da Universidade de Brasília (UnB).
A iniciativa é fruto de parceria entre a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI), do MDHC, e a UnB. O Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, explica que o programa pretende ampliar o acesso a direitos e à cidadania para as pessoas idosas e prevenir que novas violações aconteçam. De acordo com ele, há grupos que ficam mais vulneráveis no contexto atual, em que há muitos serviços sendo ofertados on-line. “As pessoas idosas que, infelizmente, ainda acumulam um déficit de escolaridade, e até representam um grupo muito grande de pessoas analfabetas, ficam mais expostas aos riscos dos golpistas, a ações de violação e a várias situações que podem afetar os seus patrimônios”, afirma.
A professora Dra. Margô Gomes de Oliveira Karnikowski, coordenadora-fundadora do Projeto UniSER – Universidade do EnvelheSER, responsável pela implementação do Viva Mais na UnB, avalia que o compromisso do MDHC com a pauta do envelhecimento fortalece as ações voltadas à promoção de direitos e ao combate ao idadismo.
“A inclusão digital da pessoa idosa é um desafio que exige políticas públicas e iniciativas estratégicas. O apoio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania ao projeto Viva Mais Cidadania Digital permite a ampliação do acesso e da capacitação digital, garantindo que as pessoas idosas possam exercer sua cidadania plena no ambiente digital”, ressalta Margô.
Nunca é tarde para aprender
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- Maria Helena Nascimento se inscreveu para aprender a lidar com as novas tecnologias e se proteger dos golpes (Foto: Clarice Castro/MDHC)
“Eu tenho dificuldade porque não tenho computador, só tenho um celularzinho, e quero aprender a mexer para ver minhas receitinhas, treinar minha caligrafia. Eu faço o cursinho de informática ali no Instituto Federal de Brasília (IFB) e quero aprender mais umas coisinhas para a gente abrir mais um pouquinho a mente”, diz.
A professora da UnB na Ceilândia, Mariana Sodário Cruz, explica que o projeto Viva Mais Cidadania Digital surgiu da ideia de buscar uma solução para a violência financeira e patrimonial que muitos idosos sofrem no seu dia a dia através do celular. “São mensagens enganosas no WhatsApp que têm um link que rouba a senha dele, empréstimos consignados – que, na verdade, não são empréstimos –, são golpes que são aplicados”, conta.
Mariana espera que as pessoas idosas cursistas possam se tornar multiplicadoras do conhecimento adquirido no curso a partir das atividades para casa. “A nossa ideia é que essa atividade em casa, além de ser uma atividade de revisão, fixação, reflexão, também seja um momento em que eles possam partilhar com os familiares e discutir essas atividades que são realizadas. Porque eles vão estudar desde acesso à internet, como criar uma senha segura, como acessar o aplicativo bancário de uma maneira segura, até como identificar uma notícia falsa”.
Ainda de acordo com a professora, o curso oferecerá uma visão bastante ampliada na formação presencial e, com complemento a ser feito em casa, pretende dar continuidade e possibilitar trocas com as comunidades de origem das pessoas inscritas.
Sobre o projeto
O Viva Mais Cidadania Digital é composto por oito encontros presenciais, complementados por atividades a serem realizadas em casa, com o objetivo de estimular a reflexão e o aprofundamento do aprendizado. As atividades contam com o apoio de monitores e estudantes da Universidade de Brasília, promovendo a intergeracionalidade. Os participantes receberão um material didático, produzido em parceria com o MDHC, que apresenta os conteúdos de forma textual e gráfica, além de incluir exemplos práticos, vídeos e indicações de cursos complementares gratuitos.
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