Saúde

Emergência do Hospital Federal de Bonsucesso volta a funcionar após 5 anos fechada

Especializada no atendimento de casos graves, emergência terá capacidade para atender 700 pessoas por mês pelo SUS, com equipes trabalhando 24 horas por dia. São 48 enfermeiros

Paulo Donizetti de Souza | Agência Gov
06/02/2025 18:50
Emergência do Hospital Federal de Bonsucesso volta a funcionar após 5 anos fechada
Ricardo Stuckert/PR
Ao centro da imagem, Lula e a ministra Nísia durante cerimônia de reabertura da Emergência do Hospital Bonsucesso

A emergência do Hospital Federal de Bonsucesso foi reaberta nesta quinta-feira (6/2) depois de cinco anos fechada. Com presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da ministra da Saúde, Nísia Trindade, a unidade voltou a com capacidade ampliada. O setor, especializado no atendimento de casos graves, terá com capacidade para atender 700 pessoas por mês.

A medida faz parte do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro, iniciativa do Ministério da Saúde para a retomada do pleno funcionamento das unidades e melhoria do atendimento à população. A cerimônia de reabertura marcou também a retomada do Centro de Diagnóstico por Imagem, equipado para realizar exames de ultrassonografia e com aparelho de raio-X de alta precisão.

O presidente Lula observou que há sete hospitais federais, seis no Rio de Janeiro  e um no Rio Grande do Sul, e que nos demais estados há hospitais universitários geridos por universidades federais. Lula lembrou que ele nutre a ambição de tornar toda essa rede em unidades de referência desde seu primeiro mandato, em 2003. Para ele, os verdadeiros donos desses hospitais são a população, “que precisa ser tratada com respeito”, disse, ao lembrar a situação de abandono desde o incêndio de 2020.

“A partir de agora vai ter todos os exames de imagens que as pessoas precisam para serem tratadas com respeito. Nós vamos recuperar a parte que foi queimada e fazer um centro de imagens, para que o povo pobre que vier aqui tenha acesso a tomografias, petscan, ressonância. Nos dois anos que faltam de mandato quero fazer dos seis hospitais federais do Rio de Janeiro motivo de orgulho”, comprometeu-se Lula.

Desde outubro, o Governo Federal está fortalecendo a gestão do Hospital de Bonsucesso, com garantia de investimentos. Neste período, 218 leitos que estavam fechados foram reabertos e a capacidade total de assistência da unidade foi retomada, totalizando 423 leitos. São leitos cirúrgicos, clínicos, obstétricos e pediátricos – 373 hospitalares e 50 de emergência, que agora estão disponíveis à população para o cuidado integral da saúde.

A emergência referenciada, ou seja, que segue a regulação do SUS, tem equipes trabalhando 24 horas por dia. São 48 enfermeiros, 130 técnicos de enfermagem, 20 cirurgiões e cinco pediatras, por turno. Também foram adquiridas novas camas para os leitos da emergência - 32 adultos e 18 pediátricos, poltronas para garantir conforto na hora do paciente receber medicação, aparelhos de ecocardiograma e eletrocardiograma, monitores multiparamétricos, insumos e medicamentos.

“Essa é uma grande conquista para o Rio de Janeiro. Com o Hospital Federal de Bonsucesso, chegamos a três emergências reativadas na cidade. Na última segunda-feira, os prontos-socorros dos hospitais federais do Andaraí e Cardoso Fontes foram reabertos . Esse é o nosso compromisso: entregar serviços de qualidade e ampliar atendimentos”, destaca a ministra Nísia Trindade.

Coragem de fazer acontecer

“Teima, Luiz. É só teimar”, disse a diretora do hospital, Elaine Lopes, citando frase de dona Lindu, mãe do presidente, vista no filme O Filho do Brasil (Fábio Barreto), sobre a vida de Lula. E acrescentou: “Nós somos teimosos. As entregas de hoje coroam um trabalho feito muitas mãos e corações. Um trabalho de coragem, de propor algo diferente e de fazer acontecer”, afirmou a diretora. “Hoje, a abertura da emergência referenciada coloca de vez esse hospital na Rede de Atenção à Saúde do SUS. O Hospital Federal de Bonsucesso volta a ser grande.”

O prefeito Eduardo Paes (PSD) agradeceu as equipes que participaram do processo de recuperação do hospital, E destacou o fato de o presidente Lula, para estar na cerimônia de abertura, fez ao Rio de Janeiro sua primeira viagem depois de liberado pela equipe médica. “Rui Costa queria levá-lo para a Bahia, que eu sei”, brincou o prefeito, dirigindo-se ao ministro chefe da Casa Civil, presente ao evento.

“Vamos colocar os pingos nos is. Essa Emergência estava fechada desde 2020. E nós não estamos aqui hoje só comemorando a abertura da emergência do Hospital de Bonsucesso, mas de três emergências federais na cidade do Rio de Janeiro. Sabem por quê? Porque a ministra Nísia e o presidente Lula tiveram a coragem de fazer aquilo que há muito tempo tinha que ter sido feito”, afirmou Paes. “Que é trabalhar em parceria (com as prefeituras) e dar a fim a anos de desrespeito com a população carioca.". O prefeito agradeceu ao Governo Federal, sob Lula, pela liberação de R$ 600 milhões por ano para o funcionamento dos hospitais na cidade.

Investimentos

Para garantir a reabertura da emergência, a gestão realizou reformas de modernização e ampliação, contratou cerca de 2 mil profissionais e adquiriu equipamentos clínicos modernos, somando mais de R$ 30 milhões em investimentos. Ao todo, o Ministério da Saúde vai investir R$ 263,7 milhões no Hospital Federal de Bonsucesso, sendo R$ 45,5 milhões em 2024 e mais R$ 218,29 milhões em 2025. Os recursos garantem avanços na gestão de melhorias da infraestrutura da unidade.

O Hospital Federal de Bonsucesso é administrado desde outubro de 2024 pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC) , empresa pública 100% SUS. Como resultado de todo esse investimento, a unidade amplia a capacidade mensal de 700 para 1,4 mil internações, de 400 para 800 cirurgias e de 12 mil para 20 mil consultas ambulatoriais. O aumento na assistência reflete diretamente na redução das filas, permitindo atendimento de forma mais eficaz a mais pacientes e com maior rapidez.

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Equipes visitam dependências do Hospital (Foto: Walterson Rosa/MS)

Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio

Ao todo, quatro unidades federais já iniciaram o Plano de Reestruturação. Além da unidade de Bonsucesso, os hospitais federais do Andaraí (HFA) , Cardoso Fontes (HFCF) e dos Servidores do Estado (HFSE) já começaram o processo.

O HFA e o HFCF tiveram a gestão descentralizada em dezembro de 2024 em ato assinado pelo presidente Lula e pela ministra Nísia Trindade , no Palácio do Planalto, em Brasília. A meta é dobrar o número de atendimentos. O Ministério da Saúde repassou R$ 150 milhões à prefeitura. Além desse pagamento, está prevista a incorporação de R$ 610 milhões de teto MAC (atendimento de média e alta complexidade) para a cidade do Rio de Janeiro.

O HFSE iniciou estudos para a fusão com o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. Com a integração, serão 500 leitos à disposição do sistema de saúde. Além disso, haverá maior capacidade de qualificação para os profissionais com a abertura de novas vagas de residência médica.

No caso da unidade da Lagoa, há uma proposta em andamento com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para integração do Instituto Fernandes Figueira (IFF) com o hospital. A unidade de Ipanema passa por ações de construção para modernização e melhorias nos próximos meses.

Garantia dos direitos dos servidores

A reestruturação em curso garante todos os direitos dos servidores dessas unidades hospitalares. Haverá um processo de movimentação voluntária dos profissionais, que respeitará a opção deles por outros locais de trabalho.

O Ministério da Saúde criou um canal de atendimento para tirar dúvidas dos servidores sobre o plano de movimentação. Os questionamentos são recebidos por e-mail e respondidos pela Coordenação de Gestão de Pessoas do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) . Ao todo, as unidades federais possuem 7 mil servidores efetivos e 4 mil temporários.

Com reportagem de Otávio Augusto/Ministério da Saúde

Link: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/fevereiro/emergencia-do-hospital-federal-de-bonsucesso-volta-a-funcionar-apos-5-anos-fechada
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