Retomada Cultural RS: MinC inicia pagamentos do Prêmio Diversidade

“Ser contemplado nos deixou felizes, pois o Instituto sobrevive unicamente de editais, e quando surge a oportunidade de um prêmio, ganhamos um fôlego para as contas administrativas. Essa ação foi bem pensada, auxiliando quem contribui para as comunidades”. O depoimento de Cristiano Avila, coordenador do Instituto Cultural Filhos de Aruanda (ICFA), reflete a importância do Prêmio Diversidade de Retomada Cultural RS, iniciativa do Ministério da Cultura (MinC) que até o momento, 38 dos 55 iniciativas aprovadas já foram contemplados com o recurso do Prêmio.

Cada um deles receberá R$ 30 mil, para apoiar a retomada cultural no estado, priorizando grupos afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

“Em maio de 2024, o estado do Rio Grande do Sul foi severamente afetado por uma calamidade climática que resultou em prejuízos significativos para diversas áreas, incluindo o setor cultural. Reconhecendo a necessidade de uma resposta rápida e eficaz para mitigar os impactos dessa tragédia, o Ministério da Cultura propôs o Programa Retomada Cultural RS”, explica Teresa Labrunie, Coordenadora-geral da Secretaria Executiva.

Os recursos estão sendo utilizados para recuperação de espaços culturais, aquisição de materiais, reposição de equipamentos e retomada de atividades interrompidas, como é o caso do Instituto Cultural Filhos de Aruanda, reconhecido como Ponto de Cultura pelo MinC e Ponto de Memória pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

“A importância desse recurso é que continuaremos desenvolvendo projetos culturais, educacionais e sociais, que valorizam a cultura afro-brasileira, quilombola e indígena, além de outras manifestações culturais. Atendemos mais de 160 alunos e alunas de periferias”, conta o coordenador.

Segundo ele, o instituto, localizado na periferia da cidade Rio Grande, oferece formações em dança afro, teatro popular e cortejos de afoxé, promovendo a difusão e fortalecimento dessas expressões artísticas e culturais. Também tem ações de resgate da memória e identidade da comunidade, como o projeto Minha História, Minha Tradição, um livro escrito por alunos quilombolas, indígenas, de terreiro e pescadores.

Além disso, organiza o Curimba Rio Grande – Festival Estadual de Tambores e Dança, que reúne 11 apresentações voltadas à cultura viva e popular, cultura negra e cultura de terreiro. As atividades do ICFA são desenvolvidas em rede com 12 terreiros parceiros e incluem rodas de conversa sobre patrimônio e memória, aulas de atabaque e outras ações culturais.

Sobre o Edital

Lançado em setembro de 2024, o edital beneficia Pontos e Pontões de Cultura, Pontos de Memória, Bibliotecas Comunitárias, Pontos de Leitura e Comunidades Quilombolas, que promovem e preservam a diversidade cultural, com foco nas expressões populares e tradicionais no estado do Rio Grande do Sul.