Luciana Santos: investimento público em IA no Brasil alcança patamar internacional
No programa "Bom Dia, Ministra" desta quarta-feira (12), a titular do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação também falou sobre os incentivos federais para ampliar a participação e permanência das mulheres nas áreas de ciência e tecnologia

Com o lançamento do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) 2024-2028, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que o investimento público do Brasil em Inteligência Artificial está no patamar de países da União Europeia.
“Não estamos fazendo de conta que estamos fazendo Inteligência Artificial, estamos nos patamares de investimentos públicos da União Europeia”, disse Luciana Santos no Bom Dia, Ministra, coprodução da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom/PR) e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O PBIA, lançado no final de julho de 2024, tem investimento previsto de R$ 23 bilhões em quatro anos. O plano busca desenvolver soluções em Inteligência Artificial que melhorem significativamente a qualidade de vida da população, otimizando a entrega de serviços públicos e promovendo a inclusão social.
Luciana Santos detalhou que há investimento em equipamentos como supercomputadores potentes para armazenar e processar informações com rapidez e citou o supercomputador brasileiro Santos Dumont, que saltou da lista dos 500 mais potentes do mundo para a lista dos top 100.
A ministra disse que há também preocupação com a capacitação. "Esse é um foco que temos muita preocupação e não podemos deixar que esse abismo apareça. Estamos investindo fortemente na capacitação. Existem 11 centros de competência no Brasil. Desses, nós montamos nesses dois anos uns 3 ou 4 que são para soluções diferenciadas, para agricultura, educação, saúde pública. Isso serve tanto para o público quanto para o privado", explicou.
Mulheres na Ciência
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação citou que as mulheres são a maioria dos acadêmicas no País, cerca de 60% das titulares de bolsas de iniciação científica, mas há um afunilamento da participação feminina no topo da carreira científica. Citou também que as mulheres são apenas 16% na área de tecnologia da informação. Luciana Santos detalhou algumas das ações do Governo Federal para ampliar a permanência das mulheres na ciência, tecnologia e inovação.
Entre elas, a flexibilização do tempo de produção científica para pesquisadoras que se tornam mães, o programa Futuros Cientistas, as bolsas de estímulo a doutorado e pós-doutorado para mulheres negras e o incentivo à mulheres empreendedoras.
“Esses são alguns exemplos das políticas que temos desenvolvido para a participação das mulheres, não só o acesso, que já é algo resolvido, mas mais do que o acesso é a permanência e a ascensão das mulheres na ciência e tecnologia porque isso não é só uma questão de justiça, isso é também uma questão de excelência”, disse durante o Bom Dia, Ministra.
Embora sejam maioria nas bolsas de mestrado (54%) e doutorado (53%) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), as mulheres ainda enfrentam barreiras para avançar na carreira científica, já que representam apenas 35,5% das bolsas de produtividade, destinadas a cientistas com maior destaque na carreira acadêmica.
Luciana Santos lembrou que nesta quarta-feira (12/3) será entregue, em Brasília, o 1º Prêmio Mulheres e Ciência, no auditório do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Seis mulheres e três instituições científicas serão premiadas em diferentes categorias e áreas do conhecimento, reconhecendo a atuação feminina na ciência.
40 anos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
No dia 15 de março, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação comemora 40 anos. Luciana Santos disse que a criação da pasta representou uma grande conquista para a política de ciência e tecnologia brasileira. Para celebrar os 40 anos da pasta, um Grupo de Trabalho foi constituído e estão previstas atividades ao longo de 2025, com ações de resgate da história, além de apresentação das ações do Ministério que impactam na vida das pessoas. Entre os principais projetos no marco dos 40 anos estão o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA); as obras no PAC, como Sirius, Orion, Reator Multipropósito (RMB) e a transformação Digital em curso no País.
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