Saúde

Nísia Trindade agradece oportunidade de reconstruir o SUS e destaca avanços dos últimos dois anos

Em cerimônia no Palácio do Planalto, Nísia declarou que o Ministério da Saúde não se furtou a realizar nenhuma ação e desejou sucesso ao ministro Alexandre Padilha

Agência Gov | Via Ministério da Saúde
10/03/2025 17:43
Nísia Trindade agradece oportunidade de reconstruir o SUS e destaca avanços dos últimos dois anos
Walterson Rosa/MS

“Meu legado é a reconstrução do SUS. Tenho orgulho de dizer que fui a primeira mulher presidente da Fiocruz e a primeira ministra da Saúde do governo federal, trabalhando para fortalecer e ampliar o direito à saúde para todos os brasileiros", declarou a ministra Nísia Trindade, nesta segunda-feira (10), em cerimônia no Palácio do Planalto. Ela se despediu do cargo, na tarde de hoje, destacando conquistas e avanços à frente da gestão do SUS. Na oportunidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse ao novo ministro, Alexandre Padilha.

Nísia ressaltou que, sob comando do presidente Lula, o Ministério da Saúde não se furtou a realizar nenhuma ação. Entre os principais marcos, ela destacou a retomada da cobertura vacinal, que reverteu seis anos consecutivos de queda, e a oferta gratuita de 100% dos medicamentos do programa Farmácia Popular, que beneficiou mais de 24 milhões de brasileiros, o maior número da série histórica. 

"Busquei, após seis anos de trabalho intenso na Fiocruz, em defesa da democracia e da ciência, retomar o papel coordenador do Ministério da Saúde. Precisamos pensar no Brasil que falta. Estamos entre as 10 maiores economias do mundo, mas somos uma das economias mais desiguais e a desigualdade se concretiza na dificuldade de acesso à saúde", declarou Nísia. "Pobreza faz mal à saúde e esse quadro requer políticas públicas urgentes, políticas que são inadiáveis", complementou.

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Nísia Trindade ressaltou importantes entregas como o avanço expressivo de cirurgias eletivas, resultando no maior número de procedimentos da história do SUS: mais de 14,9 milhões de cirurgias apenas em 2024, um crescimento de 37% em relação a 2022. Para 2025, segundo ela, a previsão é superar 15 milhões de cirurgias, com um investimento adicional de R$ 1,2 bilhão, legado de sua gestão. "O Ministério da Saúde estava desmontado e desacreditado, mas o piso da saúde foi restabelecido e houve aumento significativo dos recursos alocados", defendeu.

No enfrentamento da dengue, ela destacou a mobilização nacional que resultou em uma queda de mais de 60% no número de casos no início de 2025. O Brasil também se tornou o primeiro país do mundo a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público de saúde, garantindo a distribuição de 9,5 milhões de doses este ano. "Enfrentamos a maior epidemia de dengue da história, decorrentes das mudanças climáticas, e sabemos que as respostas não cabem apenas ao setor saúde, demandando saneamento, mobilização de prefeituras e da sociedade, além da escala nacional de produção de tecnologias cientificamente comprovadas", declarou.

A expansão da atenção primária, a principal porta de entrada do SUS, foi outro pilar de avanços na gestão, segundo Nísia. "O programa Mais Médicos dobrou de tamanho, passando a contar com mais de 26 mil médicos, o SAMU está com frota renovada e 4.750 novas equipes de Saúde da Família foram habilitadas para reforçar o atendimento, inclusive em áreas ribeirinhas. Povos indígenas, as populações negra, quilombola e ribeirinha, grupos com demandas específicas, como mulheres e LGBTQIAP+, pessoas com deficiência, populações de periferias. Trabalhamos pela reparação de injustiças históricas", disse Nísia. "Presidente Lula, muito obrigada pela oportunidade de realizar um trabalho em que acredito", acrescentou. 

Em seu discurso, Nísia também reforçou que promoveu a reorganização dos hospitais federais do Rio de Janeiro, enfrentando um dos desafios históricos do SUS. No campo da inovação e desenvolvimento, o Ministério da Saúde impulsionou o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), ampliando a produção nacional de medicamentos e vacinas. Desde 2023, foram incorporadas 67 novas tecnologias ao SUS, incluindo imunizantes contra a dengue e bronquiolite, além de tratamentos para câncer de mama.

Ao encerrar sua gestão, Nísia Trindade ressaltou que os avanços conquistados refletem o compromisso com a saúde pública e o bem-estar da população. "Entendo que esse é um momento especial para a República, para as relações interfederativas e para o avanço de políticas públicas. Desejo sucesso ao ministro Padilha nessa missão e agradeço a parceria nesse tempo que estive no governo. Muito obrigada", finalizou.

Bianca Lima e Edjalma Borges/Ministério da Saúde

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