Políticas públicas brasileiras e Aliança Global são assunto em conferência sobre nutrição na França

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e políticas públicas brasileiras voltadas para a proteção social e segurança alimentar foram temas destacados no discurso da primeira-dama, Janja Lula da Silva, na abertura da Cúpula “Nutrição para o Crescimento”, nesta quinta-feira (27.03). O evento, que conta com a participação do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), segue até sexta-feira (28.03) em Paris, França.

“Aliança Global se coloca como uma plataforma onde interesse e vontade política se somam a financiadores, que com o apoio técnico e baseados em evidências, construirão parcerias capazes de transformar realidades”, afirmou Janja Lula da Silva. “A Aliança se propõe a ser o instrumento para a concretização dos compromissos dessa Cúpula, possibilitando a coordenação da mobilização de recursos financeiros e o estabelecimento de parcerias”, acrescentou.

Outro ponto enfatizado no discurso foi a importância do investimento do governo Lula em políticas públicas voltadas para a segurança alimentar e proteção social. Em 2023, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, 24,4 milhões de pessoas saíram da situação de fome no Brasil. Dados extraídos de Relatório da ONU sobre a Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024) também apontam que a insegurança alimentar severa caiu 85% no Brasil em 2023.

“Programas como o Bolsa Família, Alimentação Escolar, fomento à agricultura familiar, estoques públicos de alimentos, Cisternas, e outros, foram e continuam sendo essenciais para que as crianças brasileiras e suas famílias tenham condições dignas de vida”, exemplificou.

Para a diretora de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável do MDS, Patrícia Gentil, presente no evento, a participação do Brasil é estratégica pelo país estar liderando a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. “Esse tema da desnutrição infantil, da insegurança alimentar e nutricional, de todas as formas da má nutrição, eles se relacionam muito com a Aliança Global. Mostra o quanto ela pode aportar para um evento como esse e o quanto os compromissos dos países podem aportar para a Aliança”, comentou.

Na conferência, o Brasil vai apresentar iniciativas para a erradicação da fome. Entre eles, aqueles relacionados à Estratégia Alimenta Cidades; à agenda de alimentação saudável em ambiente escolar; à publicação da Estratégia de Prevenção e Controle da Obesidade; e à matriz de diagnóstico de sistemas alimentares indígenas. Além disso, será abordado o marco normativo que está sendo elaborado sobre alimentação e mudanças climáticas.

Evento paralelo

O MDS também promoverá o debate “Sistemas Alimentares, Mudanças do Clima e Segurança Alimentar e Nutricional: Desafios e Caminhos”, que será realizado de forma paralela ao N4G, na sexta-feira (28.03). O evento ocorre em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Participa, também como representante do MDS, a coordenadora-geral de Promoção da Alimentação Saudável, Gisele Bortolini.

A iniciativa reunirá representantes do Governo de Portugal, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para um diálogo estratégico sobre os impactos das mudanças climáticas na segurança alimentar e nutricional, bem como recomendações para promover sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis.

Cúpula

A conferência busca colocar a nutrição no centro da agenda de desenvolvimento sustentável, transformar a luta contra todas as formas de desnutrição em uma causa universal e assegurar a continuidade dos compromissos assumidos em edições anteriores, garantindo engajamento político e financeiro para a nutrição global.

A iniciativa reúne organizações da sociedade civil, líderes globais, doadores multilaterais e bilaterais, além do setor privado, entre outros. Neste ano, a conferência traz três áreas centrais: nutrição, saúde e proteção social; nutrição, transição para sistemas alimentares sustentáveis e clima; e, por último, nutrição e resiliência a crises.

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