Energia

Na China, MME busca parcerias para transição energética e mineração sustentável

Na abertura do Brazil-China Economic Summit, ministro ressaltou o potencial do Brasil na cadeia produtiva de minerais críticos, destacando as vantagens competitivas do país na mineração, no combustível e na geração da energia nuclear para fins pacíficos

Agência Gov | Via MME
23/04/2025 07:59
Na China, MME busca parcerias para transição energética e mineração sustentável
Divulgação/MME
Em seu discurso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressalta o protagonismo do Brasil na agenda da transição energética global

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, abriu nesta quarta-feira (23/4), em Xangai, na China, o Brazil-China Economic Summit, encontro voltado ao fortalecimento das relações econômicas bilaterais e à promoção de novas oportunidades de cooperação e investimentos entre os dois países.

Em seu discurso, o ministro ressaltou o protagonismo do Brasil na agenda da transição energética global, destacando as vantagens competitivas do país e enfatizou a importância da parceria estratégica com a China para o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis no setor de energia.

“O Brasil e a China compartilham um compromisso com o planejamento sério, o diálogo internacional e a transição energética. Com uma das matrizes mais limpas do mundo, o Brasil é um solo fértil para investimentos, oferecendo estabilidade social e segurança jurídica. Somos um dos poucos que detém a cadeia completa, da mineração, do combustível à geração da energia nuclear para fins pacíficos. E a afinidade entre nossos países nos leva a estreitar laços comerciais, a firmar acordos tecnológicos e impulsionar uma nova economia verde, com geração de emprego e desenvolvimento para o Brasil”, afirmou o ministro.

O encontro foi uma iniciativa do jornal Valor Econômico, da Caixin Global e do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), e reuniu empresários, CEOs, autoridades e especialistas para discutir temas estratégicos voltados ao desenvolvimento sustentável e à transição energética.

Parceria na mineração

Uma das principais missões do Economic Summit foi o fortalecimento da cooperação bilateral na cadeia de minerais estratégicos, essenciais para a transição energética, como lítio, nióbio, terras raras e grafite. O Brasil, rico em reservas desses minerais, busca consolidar sua posição como fornecedor confiável, ao mesmo tempo em que trabalha para desenvolver uma indústria de transformação mineral de alto valor agregado, alinhada às metas de sustentabilidade e aos princípios de governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês).

"A transição energética e a digitalização estão acelerando a demanda por minerais críticos, e a China, líder global nesse setor, desempenha um papel fundamental. O Brasil, com suas vastas reservas, se posiciona como um provedor confiável desses recursos, oferecendo um ambiente de negócios favorável, mão de obra qualificada e energia limpa. Estamos comprometidos em garantir uma cadeia de suprimento segura, alinhada com a visão de desenvolvimento sustentável e soberania tecnológica. Essa iniciativa reforça nosso compromisso com a segurança energética e a parceria estratégica com a China", comentou o ministro ao sinalizar a criação da Política Nacional de Minerais Críticos no Brasil.

Transição Energética

O evento teve, ainda, um painel dedicado à transição energética, onde foram abordados avanços e oportunidades na integração de energias renováveis no sistema elétrico brasileiro. Entre as iniciativas brasileiras, destaca-se o Linhão Manaus-Boa Vista, cuja obra está 80% concluída e deve ser finalizada até o fim de 2025 conectando Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), com um investimento de R$ 2,6 bilhões.

Inovação em combustíveis e hidrogênio de baixa emissão

O Brazil-China Economic Summit também tratou dos avanços na política nacional de biocombustíveis, incluindo as metas de aumento gradual do teor de biodiesel no diesel, até 2030, e a implantação do E30 (mistura de 30% de etanol aos combustíveis fósseis). A medida tem potencial para atrair investimentos bilionários e gerar milhares de empregos ao longo da cadeia produtiva.

Outro destaque foi o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), sancionado em agosto de 2024, que estabelece incentivos à produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono. O Programa também prevê o desenvolvimento de hubs estratégicos, como o Complexo do Pecém, no Ceará, que poderá produzir até 300 mil toneladas anuais de hidrogênio verde e gerar aproximadamente 25 mil empregos diretos e indiretos.

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