Em entrevista, ministro detalha novo Minha Casa, Minha Vida para classe média
Jader Filho (Cidades) relata especificidades da nova faixa para famílias com renda de até R$ 12 mil. Serão R$ 30 bilhões em financiamentos para imóveis de até R$ 500 mil

O Minha Casa, Minha Vida passou a ter neste mês uma nova faixa, voltada a públicos de classe média com renda familiar mensal entre R$8 mil e R$12 mil. A ampliação foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última quinta-feira, 3 de abril, durante o evento O Brasil Dando a Volta por cima.
A taxa de juros para a nova faixa, subsidiada para que possa caber no bolso das famílias, é de 10,5% ao ano. O limite do imóvel para financiamento é de até R$500 mil e o número de parcelas vai a até 420 meses"
Jader Filho, ministro das Cidades
Em entrevista à Voz do Brasil desta segunda-feira (7/4), o ministro Jader Filho (Cidades) detalhou as regras da nova opção e ressaltou a projeção de atender até 120 mil famílias nessa vertente até 2026. “Até agora, já foram contratadas mais de 1 milhão e 400 mil novas unidades (desde 2023). A meta que o presidente Lula nos deu foi de 2 milhões de unidades habitacionais, mas a gente já aumentou para 2,5 milhões. Agora, com a Faixa 4, a gente começa a se aproximar de 3 milhões de novas unidades contratadas em quatro anos”, estimou o ministro.
“A taxa de juros para a nova faixa, subsidiada para que possa caber no bolso das famílias, é de 10,5% ao ano. O limite do imóvel para financiamento é de até R$ 500 mil e o número de parcelas vai a até 420 meses. A gente diminui a taxa de juros e aumenta o número de parcelas para ficar mais suave e as pessoas poderem realizar o sonho da casa própria”, completou Jader Filho. Desde 2009, quando foi lançado pelo presidente Lula, oito milhões de famílias tiveram acesso ao sonho da casa própria pelo programa habitacional do Governo Federal.
R$ 30 BILHÕES – O ministro explicou ainda que R$ 30 bilhões serão reservados para financiar a nova faixa. “Normalmente, quem financiava os imóveis para essa faixa de renda era a poupança. Com a taxa de juros elevada, a gente tem visto muito dinheiro sair da poupança para outros tipos de aplicação. Então, o Governo Federal colocou esse recurso, que vem do Fundo Social do Pré-Sal, unindo com uma parte da poupança e do LCI (Letra de Crédito Imobiliário, investimento de renda fixa que ajuda a financiar o setor imobiliário) e está conseguindo R$30 bilhões para financiar as famílias de até R$12 mil.
SEM ESPECIFICAÇÕES – Segundo o ministro, a nova faixa não contempla exigências relativas às características dos imóveis. “Não vamos fazer especificações para essa faixa de renda. O que a gente faz é a limitação de até R$500 mil. A CAIXA avalia os imóveis e as famílias podem escolher onde querem morar, se os imóveis têm piscina, playground, se é espaçoso, se está melhor localizado. O que a gente quer é dar o direito de as famílias escolherem o imóvel da preferência delas”.
ATÉ NA PLANTA – A nova faixa contempla inclusive imóveis na planta. “A gente vai financiar tanto prontos quanto imóveis que estejam na planta, lançados pelo mercado imobiliário. O que a gente tem são condições diferentes. Nós não financiamos 100% dos imóveis usados. Mas quando se refere a imóveis novos, a gente vai fazer o financiamento total”, esclareceu o ministro.
EMPREGOS – Segundo ele, a opção por financiamento total de imóveis na planta visa impulsionar a economia. “Com isso, a gente também está de olho em fazer com que mais oportunidades de emprego estejam disponíveis. O Minha Casa, Minha Vida também quer ajudar a economia, gerar emprego e renda. E tem dado resultado. No ano passado, mais da metade de tudo que foi lançado no Brasil, em termos do mercado imobiliário no setor da construção civil, foi pelo Minha Casa, Minha Vida. Isso fez que o PIB da construção civil crescesse 5,1%, acima do que cresceu o PIB do Brasil (3,4%)”.
FAIXAS E CONDIÇÕES – O ministro ainda detalhou como funcionam as faixas e as condições específicas no programa. A faixa 1 é voltada às famílias com renda de até R$2,8 mil. A faixa 2 contempla famílias com renda de R$2,8 mil até R$4,8 mil. A faixa 3 vai de R$4,8 mil até R$8 mil. E a faixa 4 vai de R$8 mil a R$12 mil. A maior fatia de financiamento está na faixa 1. “Com isso, a gente está conseguindo fazer justiça social. Famílias que antes não conseguiam ter acesso à casa própria, de renda mais baixa, estão conseguindo financiamento. Com isso, a ideia que o presidente Lula teve, quando criou lá em 2009 o programa, está alcançando de maneira plena o objetivo, que é financiar para todas as faixas de renda”, concluiu Jader Filho.
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