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Mobilização permanente pelo Feminicídio Zero ganha novas adesões no RS

Grêmio, Internacional, Assembleia Legislativa do RS e UFRGS formalizaram apoio nesta segunda-feira (14)

Agência Gov | Via Mulheres
14/04/2025 20:46
Mobilização permanente pelo Feminicídio Zero ganha novas adesões no RS
Divulgação
Os times de futebol Grêmio e Internacional aderiram formalmente à campanha Feminicídio Zero

O Ministério das Mulheres recebeu novos parceiros na campanha permanente de mobilização nacional pelo Feminicídio Zero nesta segunda-feira (14/4). A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, participou de solenidade na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (ALRS) , onde foi formalmente assinada a adesão à campanha da casa legislativa e dos times de futebol Grêmio e Internacional, além da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O evento reuniu autoridades estaduais e federais e a ministra foi enfática ao destacar os dois maiores desafios de sua gestão: igualdade salarial entre mulheres e homens e enfrentamento às violências de gênero.

Cida Gonçalves parabenizou o compromisso da Assembleia, dos clubes de futebol e da Universidade pela adesão e reforçou a importância de o tema estar presente nestes espaços democráticos. “Temos duas grandes mobilizações, uma é o movimento ‘Eu apoio a Igualdade no Trabalho’, para acabar com a diferença salarial de 20,9% entre homens e mulheres que realizam o mesmo trabalho, acabar com a diferença de 50% quando falamos de mulheres negras. Sobre o feminicídio, ele é o último estágio da violência e só o ódio autoriza alguém a fazer isso. Não podemos aceitar a barbárie a partir do corpo das mulheres desse país”, enfatizou a ministra.

Ela também pontuou outras ações da pasta que caminham junto com a campanha pelo Feminicídio Zero, que é a retomada do Programa Mulher Viver Sem Violência - com as Casas e Centros de Referência da Mulher Brasileira para acolhimento e múltiplos atendimentos - e a reestruturação da Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 . “Estamos recebendo duas mil ligações por dia e já falei com o presidente que precisamos de recursos para atender quatro, cinco mil ligações/dia. É um serviço importante que tem orientado diversas mulheres, inclusive sob a perspectiva de que não irão perder a guarda de seus filhos, ou suas casas ao romperem uma situação de violência”, relatou a ministra.

Ao finalizar o discurso, Cida Gonçalves conclamou os homens a participarem mais ativamente da mobilização. “A violência aumentou por conta da cultura do ódio e intolerância que foram colocadas. A participação dos times, dos jogadores, das torcidas organizadas é estratégica. Precisamos dos homens conosco nessa caminhada”, concluiu.

O presidente da ALRS, deputado estadual Pepe Vargas, abriu seu discurso parabenizando o empenho da ministra Cida na construção de uma sociedade justa, com igualdade e livre de violências. “Este ato demonstra o quão importante é a presença de mulheres no Legislativo para tirarmos temas da invisibilidade e do silêncio. Precisamos de mais mulheres em espaços de poder e para isso, necessitamos de um sistema eleitoral em lista intercalada entre homens e mulheres para avançar. A não violência e a igualdade de gênero no trabalho são fundamentais para termos um país mais democrático”, pontuou.

A deputada estadual Stela Farias, coordenadora da Força-Tarefa de Combate aos Feminicídios, agradeceu a presença e o trabalho nacional da ministra e destacou que a adesão é mais um passo em favor das vidas das meninas e mulheres gaúchas. Na oportunidade, ela falou sobre a exposição lançada durante a cerimônia chamada “Arrancadas de Nós - O feminicídio e as histórias que precisam ser contadas”, no Salão Júlio de Castilhos da assembleia. “Cada fotografia representa um grito e cada rosto uma memória que não podemos apagar. A assembleia é o primeiro legislativo do país a aderir a mobilização do Feminicídio Zero e não é por acaso, é a capacidade das mulheres se unirem e transformar dor em luta”, disse.

O presidente do Grêmio, Alberto Guerra Neto, parabenizou a iniciativa do Ministério das Mulheres e agradeceu a inclusão na lista dos apoiadores. "No Grêmio há um espaço chamado Clube de Todos, que abraça iniciativas importantes como esta do Feminicídio Zero. O Grêmio está totalmente à disposição do Ministério nesta causa", contou.

A diretora Feminina e Inclusão do Internacional , Tamarisa Lopes da Silva, declarou que o clube sente-se comprometido com a campanha Feminicídio Zero e no impulsionamento de mais mulheres em cargos de estratégicos de decisão e poder. "Nós somos o maior quadro associativo de mulheres entre os clubes do Brasil, somos 23 mulheres e quando se trata da política do clube, somos 11% de mulheres dentro do conselho deliberativo. Então, não poderíamos ficar de fora e estamos comprometidos: Feminicídio Zero. E o futebol como uma paixão tem que abraçar todas as mulheres", afirmou, relembrando que o futebol feminino também é uma forma de luta, “porque mulher poder estar onde ela quiser”.

A reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), professora Márcia Barbosa, iniciou sua fala parabenizando o trabalho sério de anos da ministra Cida Gonçalves em defesa dos direitos das mulheres. A professora frisou que a assinatura do termo de adesão à campanha Feminicídio Zero representa o compromisso da universidade com a segurança das mulheres. “Os homens têm medo que as mulheres riam deles, as mulheres têm medo de serem mortas. Há alguns anos nossa universidade fez um estudo que mostrou que 50% das pessoas já tinham sofrido assédio moral e 10% assédio sexual dentro da universidade, isto é inaceitável. É esta semente do assédio que germina e vira lá na frente o feminicídio. Por isso, assumimos um compromisso e estamos fazendo formação para os gestores entenderem esta questão do assédio. Queremos uma universidade que acolha, que proteja as pessoas”, concluiu.

Ao final do evento foi entregue à ministra uma lista com entidades que apoiam a iniciativa do Feminicídio Zero.

Link: https://www.gov.br/mulheres/pt-br/central-de-conteudos/noticias/2025/abril/mobilizacao-permanente-pelo-feminicidio-zero-ganha-novas-adesoes-no-rio-grande-do-sul
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