Márcio França destaca GT dos pequenos negócios no Brics e apresenta resultados
Em abertura de reunião com ministros do Brics, ministro do empreendedorismo ressaltou papel dos pequenos negócios para o crescimento econômico

O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Memp), Márcio França, destacou a relevância de o Brics ter criado um grupo de trabalho especificamente para tratar das micro, pequenas e médias empresas, ressaltando o papel fundamental delas para o crescimento econômico, durante a abertura da reunião de ministros da Indústria dos Brics, realizada quarta-feira (21), no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
O Brics é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos novos membros Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. O Brasil preside o bloco neste ano, com foco na cooperação do sul global e parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. Márcio França e o vice-presidente e ministro Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, representaram o Brasil no encontro.
O ministro do Empreendedorismo enfatizou que as micro e pequenas empresas representam cerca de 90% das empresas e mais de 50% dos empregos em todo o mundo. No Brasil, esse número chega a 98% das empresas e 75% dos empregos.
Nos países do Brics, esse setor constitui uma verdadeira espinha dorsal do dinamismo produtivo e da inclusão social. A criação desse grupo de trabalho, no ângulo da parceria da nova revolução industrial é um marco estratégico que nos permitirá ampliar o intercâmbio de experiências, fomentar iniciativas conjuntas e fortalecer a presença das micro pequenas e médias empresas no comércio intrabrics e em toda a economia global”, disse França.
Um dos temas discutidos na reunião é justamente o fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas e integração de cadeias produtivas. Além disso, os participantes debatem a defesa do multilateralismo diante das tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e os impactos da nova revolução industrial nas economias globais, com estratégias e cooperação em áreas como transformação digital da indústria, manufatura inteligente e a robótica.
França apresentou os principais resultados da presidência brasileira no grupo de trabalho de MPMEs, cuja criação ele considera uma conquista institucional importante, e um avanço substancial na agenda econômica do Brics.
Assumimos, com senso de responsabilidade, o desafio de dar estrutura, ritmo e conteúdo a um tema historicamente tratado de maneira dispersa. Nosso compromisso foi dotar o GT de MPMEs de instrumentos institucionais sólidos, capazes de gerar cooperação concreta e de longo prazo entre nossos países.”
Três documentos estratégicos foram desenvolvidos e aprovados por consenso: o primeiro, Termo de Referência, define o funcionamento interno do GT, seus princípios operacionais, critérios de decisão por consenso e mecanismos de comunicação contínua. Também propõe coordenação transversal com outros grupos do Brics e prevê o compartilhamento sistemático de boas práticas, resultados e projetos-piloto entre os países.
O segundo documento é o Plano de Ação para as MPMEs 2025-2030. Estruturado em três eixos - intercâmbio de informações, sinergia empresarial e acesso a mercados —, este plano estabelece uma rota clara para fortalecer a cooperação no setor.
“Dentre as ações previstas, destaco o mapeamento de ecossistemas de PMEs e startups; a promoção de feiras e encontros empresariais; o incentivo a práticas sustentáveis e inclusivas; e o levantamento de plataformas digitais de apoio à internacionalização das MPMEs, inclusive no comércio intraBrics.”
O terceiro documento é uma lista de contatos institucionais de cada país membro. França afirmou ser um instrumento simples, mas de grande valor porque facilita a articulação direta e prática entre os diferentes atores dos ecossistemas empreendedores dos Brics.
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Economia inclusiva
O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, falou sobre a importância de se ter uma economia mais inclusiva e sustentável. "Para isso, a presidência brasileira do Brics, sob liderança do presidente Lula, assume o compromisso de promover soluções práticas e coordenadas entre nossos países — especialmente nas agendas industrial, tecnológica e produtiva.”
Ele ainda lembrou que, juntos, o Brics representa quase metade da população mundial, 39% do PIB global em paridade de poder de compra e 24% do comércio internacional.
Ao término do encontro, devem ser divulgados os documentos que serão enviados à Cúpula de Chefes de Estado do Brics, prevista para 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.
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