Plano Safra da Agricultura Familiar significa alimento mais barato, afirma Teixeira
Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar destaca que financiamentos contribuem para safra recorde de alimentos, produção sem agrotóxicos e inflação mais baixa

O Plano Safra da Agricultura Familiar, anunciado pelo Governo Federal, vai contribuir para a produção recorde e, com isso, reduzir o preço dos alimentos que chegam à mesa da população. Foi o que afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, durante entrevista no programa Bom Dia, Ministro desta terça-feira (1º/7), transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Com R$ 89 bilhões voltados especialmente aos pequenos produtores para políticas de crédito rural, compras públicas, seguro agrícola, assistência técnica e garantia de preço mínimo, o ministro disse que o plano bate recorde de recursos, o que vai contribuir para a terceira safra recorde consecutiva no Brasil, com previsão de colheita de 1,2 bilhão de toneladas de alimentos.
Para o ministro, o aumento na produção tem refletido na queda de preço de alimentos. Ele citou a queda de 33% no preço do arroz, 10% do feijão, 46% da batata inglesa, 16% da banana e quase 30% do tomate.
A inflação está baixando e quem lidera essa baixa na taxa de inflação são os alimentos. Nós estamos vivendo um momento bom”, afirmou o ministro
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Do total destinado ao Plano Safra da Agricultura Familiar, R$ 78,2 bilhões são do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que este ano completa 30 anos. O valor representa aumento de 47,5% do crédito rural para a agricultura familiar, quando comparado ao último governo.
Está mantida a taxa de apenas 3% para financiar a produção de alimentos, como arroz, feijão, mandioca, frutas, verduras, ovos e leite – caindo para 2% quando o cultivo for orgânico ou agroecológico. “Diante de um juro de Selic de 15%, 2% é um juro ultra negativo. Para quê? Para estimular a agricultura orgânica”, explicou.
Essa estratégia, adotada nos últimos dois Planos Safras da Agricultura Familiar, resultou no aumento dos financiamentos para produtos da cesta básica, gerando renda no campo e garantindo preços mais justos aos consumidores
O que o presidente Lula quer? Alimentos baratos e de qualidade com fartura na mesa do povo brasileiro”, disse Paulo Teixeira
Durante o bate-papo com radialistas de várias regiões, o ministro destacou que o Plano Safra da Agricultura Familiar realiza a inclusão econômica, a nacionalização dos recursos, tem preocupação ambiental e incentiva a produção de máquinas de menor porte.
“Ele (Plano Safra) tem um componente muito forte de inclusão pela via econômica da mulher, do jovem e das pessoas mais pobres. O Plano Safra tem uma centralidade importante de incluir as pessoas. O crédito para o pequeno é uma marca do nosso Plano Safra”, afirmou o ministro.
Bancos
Teixeira reforçou que o objetivo do Governo Federal é fortalecer os agricultores em todo o país e garantir o acesso às linhas de crédito subsidiadas. Para isso, segundo ele, é fundamental que os gerentes de bancos estejam qualificados para apresentar aos produtores todos os benefícios que as políticas públicas federais podem oferecer.
“O aprendizado mais importante é formar o gerente para essas políticas. Para que ele as implemente, que receba o agricultor e o ajude a dar um salto na sua produção. Queremos que os gerentes chamem o Instituto Federal, a universidade, a Embrapa, a Empresa de Assistência Técnica do Estado. E que nesse arranjo ajude os agricultores a encontrar os melhores meios de produção, de agregação de valor, de processamento, de acesso ao mercado”, listou.
“Os bancos pegaram a melhor experiência de crédito, que é do Banco do Nordeste, e estão replicando. A Caixa Econômica está replicando, o Banco do Brasil está replicando, o Basa (Banco da Amazônia) está replicando e as cooperativas também, que é um programa de ativadores de crédito. São pessoas que são pagas pelos bancos para ajudar o agricultor a fazer o seu projeto de crédito. Ele é um ativador porque ele vai até a comunidade, conversa com o agricultor, vê o que o agricultor quer fazer, ajuda a pensar e faz o projeto de crédito para o banco analisar. Então, isso diminui a burocracia de acesso desse agricultor ao crédito”, afirmou.
Com a soma dos últimos dois planos safras, já são mais de R$ 225 bilhões de crédito rural destinado à agricultura familiar neste governo. Para a atual safra foram criadas linhas para apoiar agroecologia, irrigação sustentável, adaptação à mudança do clima, quintais produtivos rurais, conectividade e acessibilidade no campo.
Maquinário
Em outra frente, Teixeira lembra que o plano endereça outra demanda antiga do setor: a facilidade para a aquisição de máquinas do tamanho adequado para pequenas propriedades. “Estamos conseguindo realizar um sonho nosso de produção de máquinas para o agricultor familiar, aquelas máquinas de menor porte”. O limite para a compra de máquinas e equipamentos menores foi ampliado de R$ 50 mil para R$ 100 mil com manutenção da taxa de juros de apenas 2,5%. Para máquinas maiores, de até R$ 250 mil, a taxa é de 5%. “Estamos financiando uma cadeira que parece um tratorzinho para o campo. No Norte, tem a pessoa que colhe açaí. A pessoa vai subindo na árvore e apanha o açaí. Tem muito acidente. Ontem, foi apresentada uma maquininha que apanha o açaí e não precisa a pessoa subir na árvore”.
Assista à íntegra do Programa Bom Dia, Ministro
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