Tecnologias da Embrapa são indicadas para combate à fome e mudanças climáticas
A iniciativa é parte projetos para sistemas de produção – idealizados em parceria com as comunidades da Terra Indígena Araribóia (MA) – que possam servir de modelo para a região produzir alimentos com sustentabilidade ambiental.

Nos próximos dias, 27 de junho a 1º de julho, Embrapa Maranhão, Embrapa Floresta e Fundo Vale irão realizar, respectivamente, o IV e o V Encontro sobre “Sistemas de produção de referência para mitigação do clima e da fome na Terra Indígena Araribóia”. A ação apresentará documento técnico sobre alternativas de sistemas de produção sustentáveis para as comunidades do TI.
O evento do dia 27 será na Aldeia Lagoa Quieta (Instituto Tukàn), das 8h30 às 17h, em Amarante-MA; o do dia 1º de julho, no Auditório do Palácio Henrique de la Roque, das 8h30 às 12h10, em São Luís-MA.
A iniciativa é parte do projeto proposto para realizar planejamento de atividades a serem implantadas posteriormente e que identificou e construiu – em parceria com as comunidades indígenas durante três eventos técnicos realizados ao longo de 2024 – sistemas de produção que possam servir de modelo para a região produzir alimentos com sustentabilidade ambiental.
“Nos três encontros realizados anteriormente para identificação e construção do diagnóstico a ser apresentado nesses próximos encontros, buscou-se integrar os sistemas de produção tradicionais praticados na Terra Indígena Araribóia com tecnologias validadas pela pesquisa científica para promover o aumento sustentável da produtividade, aliando segurança alimentar e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas na Amazônia.
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Com base nas demandas e no diagnóstico das características de uso da terra, foram selecionadas tecnologias da Embrapa adaptadas a cada contexto considerando potencial produtivo local, grau de conservação ambiental e viabilidade técnica de implementação ”, explicou Carlos Vitoriano, analista da Embrapa Maranhão que coordenou os trabalhos.
Assim, o documento técnico tem como base esses três encontros técnicos realizados durante o ano de 2024 em diferentes comunidades do território para contemplar diferentes aspectos e condições sociais, econômicas e ambientais do território.
A articulação institucional e multidisciplinar envolveu representantes e técnicos da Embrapa, Instituto Tukàn, Comissão de coordenação de lideranças e caciques do território indígena Araribóia - Ccocalitia, representantes e indígenas da comunidade Tenetehar – Guajajaras, UAIMA – União dos agricultores Indígenas do Estado do Maranhão, grupo indígena dos Guardiões da Floresta, Funai, Secretaria Municipal de Agricultura de Amarante, Fundo Vale, Ministério dos Povos Indígenas e Governo Federal.
Resultados
Entre as tecnologias recomendadas estão: Sistemas Agroflorestais; Sistemas e tecnologias para fruticultura; Sistema de produção de lavouras – consorciado, rotação, práticas conservação de solo e água; Sisteminha Embrapa/UFU/FAPEMIG; Sistemas silvipastoris e ILPF; Plantio direto; Práticas de conservação e manejo do solo; Metodologias e técnicas de restauração florestal; Qualidade de sementes e mudas; Boas práticas nos sistemas de produção sustentáveis.
A primeira parte dos resultados fazem referência às demandas apontadas pelas comunidades indígenas em relação ter aspectos relacionados aos sistemas de produção e cultivos agrícolas (lavouras, fruticultura, pecuária e avicultura, psicultura, meliponicultora, sistemas agroflorestais e agrossilvipastoril e quintais agroflorestais), aos aspectos ambientais, preservação, conservação e proteção da floresta (zonealemento, proteção de nascentes e matas ciliares, recuperação do solo, plantas medicinais com conhecimento indígena, viveiro de sementes e mudas, troca de sementes, intercâmbio territorial entre indígenas, fortalecimento e criação de associações e cooperativas e definição de áreas prioritárias de proteção da floresta); e desafios relacionados as estruturas dos territórios (assistência técnica, transporte, estradas, maquinários e implementos, insumos, acesso ao crédito, valorização da produção, acesso aos programas de governo, regularização de áreas, regularização de áreas, escola técnica e universidade indígenas, eletrificação rural e acesso à água potável).
Terra Indígena Arariboia - Está localizada no estado do Maranhão e abriga os povos indígenas Awá-Guajá e Tenetehar-Guajajara. Com aproximadamente 413 mil hectares, abrange parte dos municípios de Amarante, Bom Jesus das Selvas, Arame, Buriticupu, Santa Luzia e Grajaú.
Por Flávia Bessa/Embrapa Maranhão
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