78,5% das campanhas salariais de junho conquistaram aumentos reais, diz Dieese
Boletim divulgado pela entidade detectou ainda "relativa estabilidade do patamar inflacionário". Há três anos, em junho de 2022, apenas 37% das campanhas salariais obtiveram reajustes acima da inflação

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgou o resultado das negociações coletivas do mês de junho. Segundo o boletim "De Olho nas Negociações", 78,5% das campanhas salariais organizadas por sindicatos conquistaram aumento reais, ou seja, acima da inflação.
O boletim traz informações preliminares das 181 negociações da data-base de junho. Além de revelarem novo aumento do percentual de resultados acima da inflação, registram queda acentuada na porcentagem de instrumentos coletivos com reajustes abaixo da variação do INPC (5,0%), retomando os patamares observados no final de 2024 e no primeiro trimestre de 2025.
Entre as negociações de junho, destacam-se as concluídas pelos trabalhadores/as nos segmentos do turismo e hospitalidade, no comércio atacadista e varejista e nos transportes, que puxaram para cima o resultado no mês.
Há exatos três anos, em junho de 2022, o percentual de aumentos acima da inflação nas campanhas salariais foi menor: 37%. A evolução demonstra a melhora dos índices econômicos e da efetividade das negociações coletivas.
Em junho de 2025, ainda segundo o Dieese, também houve aumento do percentual da variação real média. Nesse mês, o valor é, até o momento, igual a 1,05% acima do INPC. Se consideradas apenas as 142 negociações, entre as 181 analisadas pelo Dieese, que conquistaram ganhos reais em junho, a variação real média sobe para 1,39%. Por outro lado, nas nove negociações com reajustes abaixo do INPC, a variação real média foi de -0,85%
Outro dado importante: em junho, o valor do reajuste necessário - aquele preconizado pelo Dieese para suprir plenamente as necessidades materiais das famílias - foi de 5,20%, como o observado em abril. Para julho, será ligeiramente menor: 5,18%."Nota-se, portanto, relativa estabilização do patamar inflacionário", conclui o boletim.
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