Economia

Brasil defende financiamento justo para o desenvolvimento sustentável na Conferência da ONU, em Sevilha

Representando o presidente Lula, ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral, cobra ações concretas, critica corte em ajuda ao desenvolvimento e reforça papel do Brasil na agenda internacional

Agência Gov | Via Secretaria-Geral/PR
01/07/2025 13:05
Brasil defende financiamento justo para o desenvolvimento sustentável na Conferência da ONU, em Sevilha

No segundo dia da 4ª Conferência Internacional de Financiamento ao Desenvolvimento da ONU, realizada em Sevilha, o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República (SGPR), representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na plenária oficial do evento, nesta terça-feira, 1º. Nesse espaço, reservado aos chefes de Estado e ministros, Macêdo levou a mensagem oficial do Brasil, reafirmando o compromisso do país com um novo modelo de financiamento que promova justiça social, combate às desigualdades e desenvolvimento sustentável.

O ministro destacou que a Conferência de Sevilha inaugura um ciclo de grandes encontros globais em 2025 como a Cúpula do BRICS, a COP30, a Cúpula Social do G20 e a própria Cúpula do G20, presidida pelo Brasil. Para o ministro, esses eventos representam uma oportunidade histórica de promover um desenvolvimento mais justo, inclusivo e sustentável. Ele também realçou que o Brasil tem buscado protagonismo internacional na defesa de um novo modelo de financiamento.

“A situação atual do financiamento ao desenvolvimento é alarmante. A ajuda oficial ao desenvolvimento caiu 7,1% em 2024, enquanto os gastos militares cresceram 9,4%, alcançando 2,7 trilhões de dólares. Que futuro é esse que estamos deixando para nossas novas gerações? Um futuro em que armas valem mais do que o combate à fome e à pobreza ou a proteção do meio ambiente?”, declarou.

Que futuro é esse que estamos deixando para nossas novas gerações? Um futuro em que armas valem mais do que o combate à fome e à pobreza ou a proteção do meio ambiente?"
Márcio Macêdo, ministro

Márcio Macêdo também alertou para o impacto da dívida externa nos países em desenvolvimento. Segundo ele, o custo elevado da dívida, que já ultrapassa 1,4 trilhão de dólares, compromete o investimento em políticas públicas e impede avanços em áreas sociais essenciais. “O que vemos é um fluxo de capital inverso, saindo dos países pobres para os países ricos. Isso é inaceitável. Precisamos de uma arquitetura financeira internacional mais justa e com governança inclusiva”, reforçou.

Neste sentido, ele elencou quatro prioridades centrais do governo brasileiro: Reforma da arquitetura financeira internacional, com maior inclusão na governança global; Enfrentamento à lacuna de financiamento dos ODS, com reestruturação justa das dívidas; Respeito à soberania nacional, garantindo liberdade de escolha nos caminhos para o desenvolvimento sustentável; e, o Combate à fome, à pobreza, ao racismo e ao sexismo, com atenção às dimensões étnicas e de gênero como parte fundamental da justiça social.

Ao final, o ministro expressou em seu discurso “uma mensagem de urgência e esperança, uma mensagem de reforço do multilateralismo e um apelo a todos para fazermos deste ano o ano da transição do debate para a ação concreta”.

Link: https://www.gov.br/secretariageral/pt-br/noticias/2025/julho/brasil-defende-financiamento-justo-para-o-desenvolvimento-sustentavel-na-conferencia-da-onu-em-sevilha
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