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Contexto econômico e social do Brics: conheça os números e desafios do grupo de países

Os países membros do Brics representam 48,5% da população mundial. A corrente de comércio do Brasil com o grupo totalizou US$ 210 bilhões, representando 35% do total em 2024

Thays de Araújo | Com Brics Brasil
05/07/2025 18:10
Contexto econômico e social do Brics: conheça os números e desafios do grupo de países
Ricardo Stuckert/PR
Presidente Lula em encontro com a representantes da Aliança de Mulheres Empresárias do Brics (WBA), no Pier Mauá

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, bem como os membros recém-admitidos: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã formam o Brics, um grupo de cooperação dos países do Sul Global com o objetivo de dialogar sobre temas da agenda internacional.

Além de gigantes em termos territoriais, um alto número populacional e rápida industrialização, a influência política dos países membros no mundo vem crescendo desde o início do século 21.

De acordo com dados do governo brasileiro, as nações do bloco representam 48,5% da população mundial, 36% do território do planeta, 40% do PIB global e 21,6% do comércio (TradeMap; Banco Mundial). A corrente de comércio do Brasil com o Brics totalizou US$ 210 bilhões, representando 35% do total em 2024.

Os empreendedores aqui reunidos compõem o eixo dinâmico da economia internacional. Os onze membros plenos do Brics já superam 40% do PIB global em paridade de poder de compra. Em 2024, enquanto o mundo cresceu 3,3%, registramos uma expansão média de 4% nos países do BRICS. Este ano seguiremos em ritmo superior", destacou o presidente Lula durante abertura do Fórum Empresarial do Brics, neste sábado (5/7). 

Brics foi o destino de US$ 121 bilhões das exportações brasileiras, representando 36% do total exportado pelo Brasil em 2024 e foi a origem de US$ 88 bilhões das importações brasileiras, representando 34% do total importado pelo Brasil no mesmo ano (ComexStat). No ano anterior, os investimentos dos países do bloco no Brasil totalizaram cerca de US$ 51 bilhões (Banco Central).

"Só em produtos do agronegócio brasileiro, exportamos US$ 71 bilhões. Nossos países podem liderar um novo modelo de desenvolvimento pautado em agricultura sustentável, indústria verde, infraestrutura resiliente e bioeconomia. Reunimos 33% das terras agricultáveis e respondem por 42% da produção agropecuária global", pontuou Lula.

Desafios

A Aliança Empresarial de Mulheres do Brics se reuniu no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (4/7) para incentivar o empreendedorismo e aumentar a participação feminina na economia e no comércio internacional. A reunião também criou oportunidades de negócio para empresas brasileiras. Em seu discurso ainda neste sábado, o presidente reforçou o empreendedorismo das mulheres como motor de crescimento econômico.

Parabenizo a Aliança Empresarial de Mulheres pela fundamental atuação em prol do empreendedorismo feminino e da igualdade de gênero. Ampliar e qualificar a participação de mulheres no mercado de trabalho traz ganhos de produtividade e acelera o crescimento econômico", destacou Lula

Segundo dados da Organização Mundial do Comércio, apenas 15% das empresas que atuam internacionalmente são lideradas por mulheres. Este número representa o grande desafio que é a plena participação das mulheres na economia.

O Women Entrepreneurs Finance Initiative (WE-FI) aponta que apenas um terço das pequenas e médias empresas no mundo possui liderança feminina — e 70% dessas empresas enfrentam obstáculos significativos no acesso a crédito, redes de apoio e capacitação.

A baixa presença feminina no empreendedorismo nos países do Brics reflete um cenário marcado pela informalidade, normas culturais restritivas e dificuldades de acesso ao crédito. Na Índia, por exemplo, menos de 1% das mulheres é de empreendedoras formalizadas; na África do Sul, apenas 22% das empresas são lideradas por mulheres (Brics Women's Development Report 2024).

Essa realidade vai ao encontro do cenário nacional apontado pelo estudo "Mulheres no Comércio Exterior – uma análise para o Brasil", divulgado em março de 2025 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Mesmo com avanços, como o aumento na participação feminina em empresas exportadoras brasileiras, de 29,2% para 31,8%, e em importadoras, de 32,5% para 34,7%, apenas 14,5% das exportadoras possuem maioria feminina no quadro societário, e só 2% do total exportado pelo Brasil provêm de empresas lideradas por mulheres.


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