Força produtiva do Brics tem papel fundamental na segurança alimentar mundial, afirma Fávaro
Em entrevista ao Canal Gov durante a Cúpula do Brics, ministro da Agricultura e Pecuária destacou a produção agrícola sustentável e o enfrentamento das desigualdades no campo

Com quase metade da população mundial, um terço das terras agrícolas e mais de um terço dos recursos de água doce do planeta, os países do Brics, juntos, são responsáveis por 75% da produção agrícola global e abrigam cerca de metade de 550 milhões de propriedades familiares existentes no mundo, muitas delas conduzidas por pequenos produtores.
Diante dos dados, é seguro afirmar que os países membros do Brics são grandes contribuintes para a segurança alimentar global.
A produção de alimentos é algo de soberania nacional, estratégia global, o Brics tem tudo a ver com isso, e por isso, então, a relevância e a importância de ampliar as relações de amizade e as relações comerciais", destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ao Canal Gov, durante programa especial na Cúpula do Brics, neste domingo (6/7)
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Para o ministro, a preservação do meio ambiente é debate essencial neste cenário. "Veja, não há conflito entre produzir e preservar, é muito mais uma questão de consciência, de todos os ativos que o mundo tem para produzir alimentos. São homens e mulheres vocacionados a lidar com a terra, equipamentos e máquinas de última geração. São ativos muito importantes, mas nenhum é mais importante que o clima", pontuou.
De acordo com Fávaro, mais de 40 bilhões de hectares em áreas degradadas foram incorporadas ao sistema produtivo, através do Caminho Verde Brasil. O programa já direcionou R$ 21 bilhões, ao longo dos últimos três ciclos do Plano Safra, para iniciativas de recuperação de áreas degradadas. A proposta é transformar terras improdutivas em espaços economicamente viáveis e ambientalmente corretos, com suporte técnico e crédito para a regeneração produtiva das propriedades rurais.
Nós somos um dos poucos países do mundo, por exemplo, que fazemos duas safras no mesmo ano com muito sucesso. Além de sustentável, é a mostra de que, através da grande tecnologia, muitas delas desenvolvidas com a Embrapa, nós conseguimos produzir muito mais alimentos", destacou Fávaro
Para avançar nesse caminho, ministros e líderes de Agricultura dos 11 países membros do Brics, aprovaram e assinaram uma Declaração Conjunta, em abril, que recomenda a adoção de estratégias de investimento que incentivem parcerias entre empresas e universidades dos países membros, promovendo a produção local de máquinas agrícolas e o intercâmbio voluntário de tecnologias inovadoras, adaptadas às realidades regionais.
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Ainda em entrevista, Fávaro comentou o reconhecimento mútuo de certificações sanitárias para o fortalecimento da integração produtiva e comercial brasileira. No mês de junho, o Brasil recebeu a certificação de país livre de febre aftosa sem vacinação, conferida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da OMSA.
"Há 62 anos o Brasil lutava contra essa doença, campanhas de vacinação internas, inclusive no exterior, patrocinando vacinas na Venezuela, na Bolívia, no Paraguai, conscientizando os nossos pecuaristas do sistema produtivo. A interação entre governos federais, estaduais e municipais, e a iniciativa privada, fez com que o Brasil atingisse esses dados", comemorou o ministro. Outra certificação sanitária alcançada, foi a de País livre da gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP).
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