Julho Amarelo: SUS tem práticas exitosas de prevenção e combate às hepatites virais
Classificadas como grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, as hepatites virais são infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves

As hepatites virais acarretam, aproximadamente, 1,4 milhão de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associados aos tipos virais da doença. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada ao HIV e à tuberculose, como esclarece o Ministério da Saúde. No Brasil, entre os anos 2020 e 2023, o vírus C foi responsável por mais de 70% dos óbitos por hepatites virais, seguido pelos tipos B e A. A maior parte está na Região Sudeste, a exceção do vírus D, cuja predominância se dá na Região Norte, e a incidência é maior entre o sexo masculino.
Diante deste cenário, a Plataforma IdeiaSUS Fiocruz soma-se ao Julho Amarelo, mês de luta contra as hepatites virais, instituído pela Lei nº 13.802/2019, e lança luz para exitosas experiências do Sistema Único de Saúde (SUS), cujos focos são a prevenção e o tratamento da doença. É o caso de Testagem rápida de HIV, sífilis e hepatites B e C para gestantes e parcerias sexuais na Atenção Básica , cuja preocupação é o período gestacional, uma vez que o teste pode evitar a transmissão dos vírus para o feto e, consequentemente, o comprometimento da saúde do bebê.
A experiência Descentralização do teste rápido e do aconselhamento de HIV, sífilis e hepatites para a Rede Básica de Atenção à Saúde de Campos dos Goytacazes (RJ) trata de um programa de acompanhamento e aconselhamento sobre o teste rápido para as três doenças, treinando e supervisionando profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) e de centros de referência do município e cidades vizinhas. Em Impacto financeiro da substituição de exames laboratoriais por testes rápidos para diagnóstico de HIV e hepatites B e C em Joinville (SC) , aborda-se sobre o projeto do Laboratório Municipal de Joinville (SC), cujo propósito foi a redução dos custos com a realização de testes rápidos para HIV e hepatites B e C nas unidades básicas de saúde (UBS).
Por sua vez, a prática Risco de contaminação por vírus da hepatite em salão de beleza: alternativas para esterilização de materiais focaliza os salões de beleza do município de Volta Redonda (RJ). A Divisão de Saúde do Trabalhador da Secretaria Municipal de Saúde realça ação desenvolvida no ano de 2018, quando foram visitadas 493 empresas do ramo, por meio da qual identificou-se que menos de 20% possuíam autoclave para esterilização dos equipamentos. Em face disso, realizou-se uma capacitação com 500 profissionais, alertando sobre riscos à saúde deste ramo de atividade, e ofereceu-se vacinação contra as hepatites virais como uma forma de prevenção.
Silenciosas e preocupantes
Classificadas como grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, as hepatites virais são infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes, são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas, o que faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. Entretanto, o avanço da infecção pode comprometer o fígado, causando fibrose avançada ou cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e necessidade de transplante do órgão.
As mais comuns no Brasil são causadas pelos vírus A, B e C, sendo os dois últimos responsáveis por muitas infecções crônicas. Existem ainda, o vírus da hepatite D, que é mais recorrente na região Norte do país, e o vírus E, encontrado com maior facilidade na África e na Ásia. Quando presentes, os vírus das hepatites virais podem se manifestar por meio de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
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