Mais de mil profissionais do Susp são capacitados em atendimento pré-hospitalar no primeiro semestre de 2025
Cursos promovidos pelo MJSP em oito unidades federativas têm como foco o socorro imediato de agentes feridos em operações para reduzir índice de mortes evitáveis

No primeiro semestre de 2025, 1.152 profissionais da segurança pública participaram dos cursos de Atendimento Pré-Hospitalar (APH) e Resgate Tático e de APH Tático – Nível Básico. Foram 31 edições, distribuídas em oito unidades da Federação. A última turma, com 34 policiais civis da Paraíba (PB), concluiu o curso nesta quinta-feira (24), na capital João Pessoa.
As capacitações têm como objetivo reduzir mortes evitáveis entre agentes feridos em operações, especialmente em situações de confronto armado e ambientes de alto risco. Os participantes são treinados para executar manobras e procedimentos emergenciais que possibilitam o atendimento imediato no próprio local antes da chegada de equipes médicas especializadas.
Quase 90% dos combatentes feridos em ações policiais morrem antes de chegar ao hospital. “Isso mostra a importância de um atendimento imediato por parte do próprio agente ou de colegas de operação”, destaca a diretora de Ensino e Pesquisa da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Michele dos Ramos.
Os cursos ocorreram ao longo do semestre no Acre (AC), no Amapá (AP), no Amazonas (AM), no Distrito Federal (DF), em Minas Gerais (MG), no Pará (PA), na Paraíba (PB) e no Rio Grande do Sul (RS)
Protocolos internacionais
Com carga horária de 54 horas/aula, o curso de APH e Resgate Tático é baseado em protocolos internacionais como o Tactical Combat Casualty Care. Os participantes aprendem a controlar hemorragias, fazer desobstruções de vias aéreas, imobilizar membros, transportar feridos com segurança e aplicar técnicas de autoatendimento — essenciais para garantir a sobrevivência em áreas de risco elevado.
A metodologia do curso combina aulas teóricas, oficinas práticas e simulações realistas, fortalecendo o conhecimento técnico e a atuação rápida e segura dos profissionais. Os conteúdos abrangem desde anatomia aplicada ao APH Tático até ações imediatas durante confrontos armados.
Já o de APH Tático – Nível Básico, com 30 h de duração, é focado em estabilização de vítimas, incluindo controle de sangramentos, manutenção das vias aéreas e prevenção de queda da temperatura corporal.
O curso também foca na padronização de protocolos, equipamentos e insumos de primeiros socorros, além de orientar os participantes sobre o uso correto dos materiais. As aulas incluem práticas simuladas e enfatizam o trabalho em equipe e a valorização da vida.
“O risco de morrer em uma operação é permanente no nosso trabalho. Quando você tem esse conhecimento pode salvar tanto a sua própria vida quanto a do seu colega, então é algo que deve ser difundido por todas as tropas para que tenhamos maior confiança na hora de exercer a nossa profissão”, avalia o investigador da Polícia Civil da Paraíba, Janailson Martins.
Compromisso com a vida
A iniciativa envolve quatro diretorias da Senasp: Ensino e Pesquisa; Força Nacional de Segurança Pública; Operações Integradas e de Inteligência; e Sistema Único de Segurança Pública.
As formações fazem parte da política nacional de valorização e qualificação dos profissionais da segurança pública. Com foco na preservação da vida e efetividade nas ações operacionais, as capacitações reforçam o compromisso do MJSP com uma segurança pública mais preparada, técnica e humana.
“São cursos de extrema importância e o apoio da Senasp é fundamental para que possamos divulgar esse tema tão importante para os operadores de segurança pública de todo o País”, diz o instrutor do curso e capitão-médico da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Joaquim Simões Neto.
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