Relações exteriores

Empresas que mais dependem dos EUA para suas exportações terão atenção especial

Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, diálogos bilaterais pretendem reduzir a alíquota de 50% e excluir o máximo de setores possíveis

Agência Gov | Via Planalto
08/08/2025 10:52
Empresas que mais dependem dos EUA para suas exportações terão atenção especial
Cadu Gomes/VPR
Alckmin: "Do diálogo a gente nunca pode desistir. É mostrar que isso é um perde-perde, uma coisa ruim também para os Estados Unidos'"

As empresas brasileiras que exportam para os Estados Unidos impactadas pela tarifa adicional de 50% e que têm maior dependência do mercado norte-americano para as vendas terão atenção especial do Governo Federal no Plano de Contingência que está sendo finalizado.

Este foi um dos pontos centrais reforçados nesta quinta-feira, 7 de agosto, pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, que ontem conversou com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar.

A tarefa é trabalhar para reduzir essa alíquota e excluir o máximo que a gente puder do chamado tarifaço e, de outro lado, ter um Plano de Contingência para atender os setores mais expostos às exportações para os Estados Unidos”, afirmou.

PESCADO – Alckmin ressaltou que existem empresas que destinam metade de suas produções para as exportações e, dentre elas, há setores que exportam metade do que enviam ao mercado externo para os Estados Unidos.

“Você pega um setor específico como pescado. A tilápia, o maior consumo é interno, não é exportação. Mas se você pegar o atum, a maior parte é para exportação. Então, às vezes, dentro de um próprio setor você tem uma diferenciação de quem exporta mais ou menos”, explicou Alckmin.

AÇO   “Se você pegar o caso do aço, nós somos o terceiro importador do carvão siderúrgico. Fazemos o aço semiplano e vendemos para os Estados Unidos, que faz o automóvel, a máquina, o equipamento, o avião. Então, tem uma cadeia que acaba sendo encarecida e cria insegurança de natureza jurídica”.

NEGOCIAÇÃO –O vice-presidente enfatizou ainda que o governo segue trabalhando para diminuir a alíquota imposta pelos Estados Unidos e para excluir o máximo de produtos da lista dos tarifados.


“O diálogo a gente nunca pode desistir. É perseverar, ter resiliência, mostrar que isso é um perde-perde e que é uma coisa ruim também para os Estados Unidos. Vai encarecer os produtos americanos, romper cadeias produtivas”, argumentou. “Então, de um lado, é continuar esse trabalho para a negociação não parar. E, de outro lado, trabalhar o Plano de Contingência, porque a vida continua e as empresas têm compromissos a serem cumpridos, garantindo o emprego e a atividade produtiva”.

REUNIÃO – O vice-presidente também comentou sobre a reunião com Gabriel Escobar. “Nós dissemos claramente os nossos argumentos. De cada dez maiores produtos exportados (dos Estados Unidos para o Brasil), em oito a alíquota é zero. A tarifa média é 2,7%. Se tem problema não tarifário, vamos sentar, conversar e resolver”, disse.

Alckmin citou como possíveis pautas questões envolvendo data centers, big techs e minerais estratégicos. “Você pode construir uma pauta de entendimento para superar esse problema. Nós não criamos, mas vamos trabalhar para resolver”, concluiu.


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