Iphan libera mais de R$ 20 milhões via Novo PAC para cidades históricas de Minas
Representantes da autarquia percorreram as cidades mineiras de Congonhas, Mariana, Ouro Preto e a capital Belo Horizonte

Nos dias 28, 29 e 30 de ju lho, um a equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ( Iphan ) percorreu as cidades mineiras de Congonhas, Mariana, Ouro Preto e a capital Belo Horizonte, para acompanhar o andamento de obras e ações financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), além de dialogar com gestores locais sobre novas iniciativas de preservação do patrimônio cultural. A mis são técnica foi coordenada pelo Departamento de Ações Estratégicas e Intersetoria is (DAEI), em articulação com a Superintendência d o Iph an em Minas Gerais.
Durante a agenda, foram visitadas obras já concluídas, intervenções em curso e projetos contemplados pelo Novo PAC nas cidades históricas, com a liberação de mais de R$ 20 milhões em novos investimentos.
"Minas Gerais totaliza mais de 40 obras contempladas no Novo PAC, com aproximadamente R$ 236 milhões destinados à preservação do patrimônio cultural no estado", afirma o presidente do Iphan , Leandro Grass . Os projetos abrangem o restauro de igrejas, museus, praças, equipamentos culturais e ações integradas de requalificação urbana. "Mais do que proteger bens materiais, essas ações fortalecem vínculos com a história local, dinamizam a economia criativa e asseguram que os espaços de memória continuem vivos no cotidiano das comunidades", detalha o presidente.
Congonhas
Em Congonhas, a equipe do Iphan visitou o Parque da Romaria, espaço que será entregue à população até o fim do ano, com investimento de aproximadamente R$ 7,2 milhões. Também foram acompanhadas as obras de requalificação do Museu da Imagem e Memória (R$ 2,3 milhões) e a restauração da Antiga Câmara de Vereadores, atual sede da Biblioteca Municipal, que recebe recursos federais de cerca de R$ 1,42 milhão.
“O Iphan , junto à Prefeitura de Congonhas, está acompanhando de perto diversas ações do Novo PAC no município. Essa parceria é fundamental para garantir a entrega de espaços requalificados à população, como o Parque Municipal, o Museu e a Biblioteca, que são marcos importantes para a cidade”, destacou Daniel Sombra, diretor do DAEI.
A superintendente do Iphan em Minas Gerais, Maria do Carmo Lara, reforçou o papel estratégico dos investimentos. “É uma alegria muito grande estar aqui, acompanhando obras que são fundamentais para Congonhas e que, em breve, serão entregues à comunidade. São ações que preservam e dinamizam o patrimônio cultural da cidade”, afirmou.
A gerente de bibliotecas de Congonhas, Nadja Valeska Martins, ressaltou a importância da requalificação do prédio que hoje abriga a biblioteca pública municipal . “ T emos muito orgulho desse edifício, que já foi sede do antigo Poço de Saúde e da Câmara dos Vereadores. É um prédio tombado, com grande valor simbólico para a cidade. Abrigar a biblioteca pública aqui é unir literatura e patrimônio, duas dimensões que se complementam” , disse.
Centro de Artesanato de Mariana
Em Mariana, o destaque foi a visita técnica ao Centro de Artesanato de Mariana, prédio da antiga Prefeitura, que será requalificado com investimento de R$ 18,5 milhões, com foco na promoção da cultura criativa e no fortalecimento da economia local. A proposta já conta com projetos executivos de arquitetura e instalações complementares revalidados pelo Iphan , e o processo licitatório para início das obras encontra-se em fase de instrução.
A nova estrutura deve atender cerca de 40 mil visitantes por ano e proporcionar um espaço adequado para os artesãos da região, ampliando as possibilidades de comercialização e visibilidade da produção cultural local. A ação está inserida na linha estratégica do Iphan que associa a preservação do patrimônio histórico à sua função social e ao estímulo à diversidade cultural.
Ouro Preto e Belo Horizonte
A missão também passou por Ouro Preto, onde o Iphan acompanha obras de restauração na Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, na Igreja de São Francisco de Paula e na Igreja das Mercês e Perdões. Em diálogo com a comunidade, as intervenções buscam preservar a autenticidade dos edifícios e ampliar a integração da população com seu patrimônio.
Responsável pelas ações de mobilização comunitária no restauro do Bom Jesus de Matosinhos, o historiador Gustavo Ferreira destacou a importância da participação popular no processo de definição da cor das esquadrias da igreja.
“Realizamos uma votação pública com moradores e representantes da sociedade civil, e a cor vermelha foi escolhida por ser a mais antiga identificada nas portas e janelas durante a pesquisa histórica. Além disso, temos realizado oficinas com crianças, fortalecendo os vínculos entre as novas gerações e o patrimônio local ”, explicou.
Na Igreja de São Francisco de Paula, a comerciante Andrea Gomes reforçou o valor afetivo e simbólico do templo: “Essa igreja é muito importante para nós. Os turistas que chegam aqui querem conhecê-la, ouvir a história. Preservar esse lugar é preservar a nossa identidade e também garantir que o turismo continue fortalecendo nosso comércio e nossa cidade”.
A agenda da missão técnica foi encerrada em Belo Horizonte, com visitas à obra de restauro da antiga Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) , ao Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias (INHAC) e ao Centro de Referência do Queijo Artesanal, que conta com recursos da Lei Rouanet , além de reuniões com parceiros estratégicos como a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (Appa – Cultura & Patrimônio).
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