Trabalho e emprego

Mercado de trabalho está preparado e vamos dar conta, diz Luiz Marinho sobre tarifaço

Ministro do Trabalho e Emprego afirma que impacto das tarifas adicionais dos EUA vai ser limitado, fala sobre o Plano Brasil Soberano, de ajuda a empresas e trabalhadores afetados, e cita o mercado aquecido, com desemprego recorde, que pode absorver eventuais perdas de postos de trabalho

Eduardo Biagini | Agência Gov
21/08/2025 15:15
Mercado de trabalho está preparado e vamos dar conta, diz Luiz Marinho sobre tarifaço
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Luiz Marinho: 'Nós não temos somente aumentado o número de empregos, nós temos aumentado a renda dos trabalhadores. O crescimento dos salários, da massa salarial, tem tido crescimentos reais'

Com o menor desemprego da história e ações do Governo Federal, como o Plano Brasil Soberano e abertura de novos mercados no exterior aos produtos brasileiros, o País está preparado para enfrentar os impactos no mercado de trabalho das tarifas adicionais de 50% dos Estados Unidos. Foi o que afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante o programa Bom Dia, Ministro desta quinta-feira (21/8), transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O mercado de trabalho brasileiro está adequado e nós vamos dar conta desse recado. Vamos fazer o necessário socorros às empresas, a partir da Medida Provisória, a partir da legislação vigente. Eu creio que nós vamos sair tranquilamente, sem maiores problemas”, afirmou o ministro

Publicado no dia 13 de agosto, o Plano Brasil Soberano é uma Medida Provisória que prevê financiamento de R$ 30 bilhões, para compensar prejuízos de exportadores afetados pelo tarifaço norte-americano. Prevê uma série de ações para compensar os exportadores afetados pelo aumento das tarifas, como linhas de crédito; prorrogação de prazos do regime de drawback; compras públicas; aportes a fundos garantidores de crédito; ampliação do Reintegra e prorrogação de prazos tributários.

“Tem as medidas olhando para os produtores alimentícios, as frutas, enfim, todo esse processo de substituição para a gente buscar incorporar no mercado interno. A partir da Medida Provisória desejamos que os municípios, estados e a própria União possam assimilar e comprar esses alimentos, seja para os hospitais, para a merenda escolar, para os presídios, a quantidade de possibilidades que você tem para substituir. Evidente não é o mesmo preço do mercado internacional, especialmente americano. É preciso que as empresas olhem também para essa margem, para poder adequar a condição de resolver essa equação”, disse Marinho.

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O ministro afirmou que o Brasil está num momento econômico favorável, com desemprego recorde. Segundo o IBGE, a taxa de desocupação entre abril e junho foi de 5,8%, a menor da série histórica, iniciada em 2012. O total de empregados com carteira assinada no setor privado bateu recorde, com 4,4 milhões de novos empregos com carteira assinada nos últimos dois anos e seis meses, e a taxa de informalidade foi a segunda menor já registrada. Marinho falou ainda da política de valorização do salário mínimo e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos.

De forma que nós estamos criando, como o presidente Lula gosta de chamar, um País de classe média. Nós queremos aquela pessoa que hoje ganha pouco, passe a ganhar mais. E é isso que o mercado do trabalho brasileiro tem demonstrado. Nós não temos somente aumentado o número de empregos, nós temos aumentado a renda dos trabalhadores. O crescimento dos salários, da massa salarial, tem tido crescimentos reais”.

“E é nisso que nós devemos apostar, para ter uma classe trabalhadora que tenha capacidade de consumo e nesse consumo da sustentabilidade da economia crescente do País. E dessa forma, nós vamos nos tornando mais competitivos no mercado internacional. Então, isso é que nós precisamos olhar”, afirmou

O ministro citou um estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que estima, no pior cenário possível, que o tarifaço dos EUA poderia fechar até 320 mil postos de trabalho.

“Para um mercado, um estoque de 48 milhões (de empregos), convenhamos que não seria o desastre total. Evidentemente, tem alguns setores que são fortemente atingidos, outros são levemente, outros não são atingidos, porque produz especialmente para outros mercados, para o mercado brasileiro”.

Nós estamos atuando sempre para poder não só amenizar, mas evitar de fato um problema no mercado do trabalho brasileiro", disse o ministro

Para Marinho, as vagas que eventualmente forem fechadas podem ser absorvidas pelo mercado de trabalho aquecido.

Isso seria reaproveitado nas vagas existentes hoje. Nós temos vagas abertas no mercado de trabalho não preenchidas por ausência de capacitação de mão de obra. Esse é um desafio importante que nós estamos discutindo com o empresariado brasileiro, com o sistema S, com os institutos de formação, os institutos federais, com a rede das universidades para responder uma necessidade crescente de mão de obra preparada. Então eu não vejo assim, com esse temor todo, o impacto que venha ocorrer”, afirmou o ministro

“E nós temos, sim, a satisfação de olhar que a dependência da economia brasileira com a economia americana já foi maior no passado do que é hoje. Hoje ela é menor, já foi 25% no período recente, hoje é 12%, e seguramente quando saímos disso vão ser menos que 12%. E vamos ampliar outros mercados”, disse Marinho, lembrando que o Governo Federal já abriu 400 novos mercados para produtos brasileiros nos últimos dois anos e seis meses.

Assista à íntegra do Programa Bom Dia, Ministro


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