Plano de Desenvolvimento do Xingu promove inclusão e valorização dos povos indígenas
As ações contemplam medidas para minimizar impactos socioeconômicos decorrentes da implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA)

No Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado neste sábado (9/8), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) destaca as ações do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX) voltadas à promoção da autonomia, à inclusão social e ao fortalecimento cultural das populações tradicionais. A iniciativa busca conciliar crescimento econômico com preservação ambiental e valorização dos saberes ancestrais.
Atualmente, o Plano de Desenvolvimento do Xingu beneficia cerca de 11.800 indígenas, segundo dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os municípios atendidos, Altamira concentra o maior número de habitantes indígenas, com mais de 6 mil pessoas, seguida por Vitória do Xingu, com cerca de 2.500 moradores. “O envolvimento direto das comunidades na construção e execução do plano é fundamental para garantir que as estratégias adotadas atendam às suas necessidades e preservem seus modos de vida”, afirma o coordenador-geral de Gestão do Território do MIDR, Vitarque Coêlho.
O escopo do PDRSX abrange os municípios paraenses de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu. As ações contemplam medidas para minimizar impactos socioeconômicos decorrentes da implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (UHEBM) e fomentar atividades produtivas sustentáveis, que respeitem a biodiversidade e a cultura local.
Projetos alinhados aos saberes indígenas
Para o líder dos povos indígenas da região de Altamira (PA), Gilson Curuaia, o PDRSX representa um avanço importante para as comunidades tradicionais. “Esse é um espaço de muito aprendizado e de grande contribuição para o desenvolvimento regional, especialmente frente aos impactos de Belo Monte”, afirma.
De acordo com Gilson Curuaia, o plano fortalece a autonomia dos povos indígenas ao permitir que eles próprios proponham e executem projetos alinhados aos seus saberes. “É uma alternativa que valoriza o conhecimento tradicional e permite que as organizações indígenas apliquem sua ciência e tecnologia próprias em ações concretas, sem interferência de políticas externas”, completa.
Instituído pelo Decreto Presidencial nº 7.340/2010 e atualizado pelo Decreto nº 10.729/2021 , o PDRSX está vinculado à Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e é coordenado pelo MIDR. Entre seus objetivos, está o de apoiar projetos que transformem a riqueza natural e cultural do Xingu em oportunidades de crescimento econômico responsável, alinhando preservação ambiental e geração de renda.
“O Plano Regional do Xingu representa o compromisso do governo federal com a valorização dos povos indígenas e com a construção de um futuro sustentável para toda a região”, reforça Vitarque Coêlho.
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