'Investir no Brasil é decisão estratégica e segura', afirma secretário-executivo do MDIC
Acompanhando missão presidencial, Márcio Elias Rosa destaca avanços em acordo de preferências tarifárias com país asiático
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, participou nesta quinta-feira (23/10) do Painel Ministerial do Fórum Empresarial Brasil–Indonésia, realizado em Jacarta. A atividade faz parte da missão presidencial brasileira ao Sudeste Asiático. O presidente Luiz Inácio da Silva também participou do fórum ressaltando potenciais econômicos do Brasil e protagonismo na transição energética .
Representando o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, o secretário integrou as agendas voltadas ao fortalecimento do comércio, à atração de investimentos e à integração produtiva entre Brasil e Indonésia.
Durante o painel, Márcio Elias destacou o momento favorável da economia brasileira, caracterizado por estabilidade, previsibilidade e segurança jurídica, e enfatizou o ambiente positivo para investidores estrangeiros.
“Investir no Brasil hoje é uma decisão estratégica e segura. O país vive um ciclo de estabilidade econômica, de previsibilidade e de confiança nas instituições. O governo do presidente Lula vem conduzindo reformas estruturantes e políticas industriais que consolidam um ambiente sólido para o desenvolvimento sustentável”, afirmou o secretário-executivo.
Ele também anunciou avanços nas negociações de um acordo de preferências tarifárias entre o Mercosul e a Indonésia, que deverá ser discutido nas próximas semanas.
“Brasil e Indonésia têm sinergia, identidade e grande complementariedade econômica. Estamos próximos de um marco histórico: a formalização de um acordo de preferências tarifárias entre o Mercosul e a Indonésia — um passo estratégico para ampliar o comércio, gerar empregos e fortalecer nossas cadeias produtivas regionais”, declarou.
Outro ponto de destaque foram as políticas brasileiras voltadas à transição energética e à indústria verde, como o RenovaBio e o Mover, exemplos de inovação com foco em sustentabilidade e descarbonização.
“O Brasil está construindo uma indústria mais verde, inovadora e inclusiva. O futuro da manufatura será definido não apenas por custos, mas pela sustentabilidade ambiental. É nesse campo que Brasil e Indonésia podem ser parceiros de vanguarda”, completou.
Ao final do dia, o secretário-executivo reuniu-se com mais de 15 CEOs de grandes conglomerados da Indonésia, em um encontro dedicado à ampliação dos investimentos bilaterais e à apresentação das oportunidades de negócios e parcerias produtivas no Brasil.
O diálogo reforçou o interesse crescente do setor privado indonésio em áreas como energia, infraestrutura, agronegócio e indústria verde, consolidando a missão presidencial como um marco na aproximação econômica entre os dois países.
Contexto da visita e da parceria Brasil–Indonésia
A visita do presidente Lula à Indonésia é a primeira de um chefe de Estado brasileiro ao país desde 2008, ano em que foi estabelecida a Parceria Estratégica Brasil–Indonésia.
O encontro segue a visita de Estado do presidente Prabowo Subianto ao Brasil, em 9 de julho de 2025, logo após sua participação na Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro.
Na ocasião, os países reafirmaram o compromisso com o fortalecimento da cooperação bilateral, especialmente nos setores de comércio agrícola, segurança alimentar, bioenergia e desenvolvimento sustentável.
Em 2023, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, firmou com o governo indonésio o Plano de Ação Revitalizado da Parceria Estratégica (2023–2026), com diretrizes para ampliar o diálogo em áreas como defesa, investimentos, turismo e sustentabilidade.
Relações comerciais e potencial econômico
A Indonésia é o principal parceiro comercial do Brasil no Sudeste Asiático.
Em 2024, o intercâmbio comercial entre os dois países atingiu US$ 6,3 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 2,6 bilhões. As exportações brasileiras foram lideradas por farelo de soja (US$ 1,66 bilhão) e açúcares (US$ 1,65 bilhão), cada um representando 37% da pauta.
O Brasil busca ampliar o acesso de produtos agropecuários ao mercado indonésio e fortalecer a cooperação em bioenergia e biocombustíveis, áreas em que há ampla convergência tecnológica e produtiva.
Brasil e ASEAN
A missão presidencial inclui ainda visita à Malásia, nos dias 25 a 28 de outubro, para a 47ª Cúpula da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), em Kuala Lumpur.
A ASEAN é o quinto maior parceiro comercial do Brasil, responsável por 20% do superávit da balança comercial brasileira.
A corrente de comércio entre o Brasil e o bloco passou de US$ 3 bilhões em 2002 para US$ 37 bilhões em 2024 — um crescimento de doze vezes.
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