Saúde

'O câncer de mama tentou me derrubar, mas a rede pública salvou a minha vida'

O relato inspirador de Antônia Josimar de Oliveira mostra a importância do diagnóstico precoce, acolhimento dos profissionais e força do SUS no tratamento oncológico de mulheres

Agência Gov | via MS
21/10/2025 12:18
'O câncer de mama tentou me derrubar, mas a rede pública salvou a minha vida'
Arquivo pessoal
Antonia toca a vida com fé e com a força do SUS

“Descobrir um câncer de mama não é fácil. Foi um choque. No início, eu senti medo, desespero e incerteza”, é o que conta a Antônia Josimar de Oliveira, de 57 anos, que vive no Rio de Janeiro há mais de 40 anos. Para ela, receber o diagnóstico da doença foi algo inesperado. “Eu tinha feito uma mamografia e estava tudo normal. Pouco tempo depois, enquanto fazia uma limpeza em casa, bati o seio na janela e ficou um hematoma. Logo em seguida apareceu um caroço, voltei à ginecologista, e refiz o exame”.

Essa decisão salvou sua vida, já que o novo exame revelou alterações e, após a ultrassonografia e a biópsia, veio a confirmação do diagnóstico de câncer de mama. O impacto da notícia foi grande, mas o acolhimento fez toda a diferença. “Quando o médico perguntou se eu tinha plano de saúde e eu disse que não, ele explicou que eu precisaria entrar na fila do X-REG. Fiquei desesperada, achando que ia demorar. Mas, graças a Deus, foi muito rápido. Fiz o cadastro no fim de maio e, no começo de junho, já estava sendo chamada para o INCA”.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde, é o centro de referência nacional no tratamento e pesquisa em oncologia. A instituição oferece diagnóstico, cirurgia, quimioterapia, radioterapia, reabilitação e apoio psicológico, tudo 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Antônia descreve o INCA como um lugar de cuidado e esperança. “Desde o primeiro dia em que entrei lá, fui muito bem tratada. Os profissionais me acolheram com carinho, atenção e respeito. O medo foi desaparecendo, lá eles não cuidam só da doença, cuidam da gente como pessoa. Eu me senti em casa”, relembra.

Após a cirurgia, Antônia iniciou a quimioterapia, mas enfrentou complicações graves. “Na quinta sessão da quimio, tive uma reação alérgica muito forte. Fiquei 25 dias internada. Minha pele escureceu, perdi dentes e unhas, tive feridas no corpo todo. Por um momento achei que não fosse resistir, mas segui lutando e confiando em Deus e na equipe médica”.

Após se recuperar da internação, ela passou pelas 30 sessões de radioterapia. Com o final do tratamento, Antônia sentiu-se confiante para desfilar no Carnaval. “Saí pela escola de samba Porto da Pedra, em São Gonçalo. Quando os fogos começaram a brilhar, senti que uma nova Antônia estava nascendo. A partir dali, decidi viver plenamente”, se emociona.

Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

Recomeço

Durante o tratamento, Antônia participou de um projeto-piloto no Instituto que associava atividade física à radioterapia. Ela começou a praticar pilates e logo notou a diferença. “Saía das sessões com mais disposição e energia. O pilates me deu força física e mental. Hoje continuo praticando, faço academia, ando de bicicleta e levo uma vida ativa”.

Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

Hoje, Antônia faz acompanhamento regular e leva uma vida saudável. “Graças ao SUS, eu estou viva e feliz. Tenho acesso aos meus remédios, exames e consultas sempre que preciso.  Sou muito grata ao cuidado dos profissionais e a minha família. O câncer tentou me derrubar, mas a rede pública salvou a minha vida.”

Ações de prevenção e cuidado

O Ministério da Saúde reforça a importância do diagnóstico precoce e do acesso gratuito ao tratamento pelo SUS. Para ampliar as chances de diagnóstico precoce, a pasta passou a oferecer mamografia a mulheres a partir de 40 anos, mesmo sem sintomas ou histórico familiar da doença. A mudança da faixa etária fortalece o rastreamento e o acesso à assistência. O exame é gratuito e pode ser agendado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todo o país.

Outra novidade é a chegada do Trastuzumabe Entansina, medicamento inédito incorporado ao SUS para o tratamento do câncer de mama do tipo HER2-positivo, uma forma agressiva da doença que estimula o crescimento das células tumorais. O remédio será destinado a pacientes que ainda apresentem sinais da doença após a quimioterapia inicial e atenderá 100% da demanda pelo medicamento na rede pública.

Edjalma Borges
Ministério da Saúde

Link: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2025/outubro/o-cancer-de-mama-tentou-me-derrubar-mas-a-rede-publica-salvou-a-minha-vida-conta-paciente-que-superou-a-doenca
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte