Infraestrutura

Brasil destaca liderança e planejamento de longo prazo para ampliar a segurança hídrica na América Latina

Em Madrid, MIDR destaca protagonismo brasileiro na gestão da água e reforça cooperação internacional para enfrentar os desafios climáticos na região

Agência Gov | Via MIDR
21/10/2025 16:09
Brasil destaca liderança e planejamento de longo prazo para ampliar a segurança hídrica na América Latina

 O Brasil reforçou seu compromisso com o fortalecimento da segurança hídrica e o desenvolvimento sustentável na América Latina durante o painel ministerial “XI Diálogos da Água América Latina–Espanha”, realizado, nesta terça-feira (21/10), em Madrid, na Espanha. O evento é promovido pela CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe), em parceria com o governo da Espanha e a União Europeia.

Os Diálogos da Água América Latina–Espanha são realizados anualmente e reúnem líderes de governos, organismos internacionais e do setor privado para discutir soluções inovadoras e fortalecer políticas públicas voltadas à segurança hídrica. Em 2025, o tema central é “Água para o Desenvolvimento Territorial Sustentável”, enfatizando o papel da água como eixo de integração e crescimento na região.

Representando o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, o secretário Nacional de Segurança Hídrica (SNSH), Giuseppe Vieira, destacou o papel do Brasil no planejamento e na gestão de grandes obras de infraestrutura hídrica, que garantem o abastecimento de água para consumo humano, irrigação, geração de energia e preservação ambiental. “O presidente Lula e o ministro Waldez Góes têm colocado a segurança hídrica como prioridade nacional, especialmente para as populações mais vulneráveis. O Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH) nos orienta a identificar as regiões mais críticas e as obras prioritárias até 2040, permitindo alinhar nossas ações com os investimentos do Novo PAC”, afirmou Giuseppe.

O secretário ressaltou que o PNSH é fundamentado em dados e evidências, como os estudos do Atlas Água, desenvolvido em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O planejamento, segundo ele, permite integrar esforços públicos e privados e garantir que cada investimento gere impacto real na vida das pessoas. “Nossos planejamentos de longo prazo precisam ser constantemente revisados diante dos impactos das mudanças climáticas, que têm provocado secas extremas em algumas regiões e enchentes em outras. É fundamental garantir obras sustentáveis e resilientes, adaptadas a essa nova realidade”, completou.

Entre as experiências destacadas pelo secretário Vieira, o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) se sobressai como uma das maiores iniciativas de gestão integrada de recursos hídricos do país, beneficiando cerca de 12 milhões de pessoas em quatro estados do Nordeste (Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte). Ele também ressaltou que a Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH) tem ampliado investimentos em revitalização de barragens, dessalinização, reuso de água e projetos públicos de irrigação, com o objetivo de fortalecer a resiliência hídrica e reduzir as desigualdades regionais.

O painel ministerial aconteceu no período da tarde e contou com a participação da ex-presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla Miranda; do ministro do Meio Ambiente do Uruguai, Edgardo Ortuño Silva; da ministra de Energia, Meio Ambiente e Água do Equador, Inés Manzano; e dos representantes da CAF, Julián Suárez Migliozzi e Ignacio Corlazzoli.

Durante o debate, Chinchilla destacou a necessidade de liderança política de alto nível para que a agenda da água receba a prioridade necessária, lembrando que cerca de 45% dos países não devem alcançar as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para água até 2030. O ministro uruguaio reforçou a importância de transformar a agenda hídrica em uma política de Estado, enquanto a ministra equatoriana chamou atenção para a relação entre qualidade da água e saúde infantil, defendendo projetos multipropósito com participação social.

Convite para integrar iniciativa internacional

Pela manhã, Giuseppe Vieira participou de uma reunião bilateral com dirigentes do Pacto Global Saneamento e Água para Todos (SWA). Durante o encontro, o secretário apresentou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Água para Todos e o Caminho das Águas, destacando a liderança do presidente Lula e do ministro Waldez Góes na priorização da água e do saneamento como eixos centrais das políticas públicas brasileiras.

O CEO da SWA, Muyatwa Sitali, e a ex-presidente Laura Chinchilla convidaram o Brasil a integrar a Iniciativa Internacional de Chefes de Estado, que visa ampliar a cooperação global e dar visibilidade a políticas públicas de sucesso. O convite, que será oficializado durante a COP 30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), representa uma oportunidade para o país compartilhar sua experiência, inspirar outras nações da América Latina e do Caribe e atrair novos financiamentos internacionais para projetos de acesso à água e saneamento, especialmente voltados às populações mais vulneráveis.

A chefe da Área Internacional do MIDR, Renata Carvalho, apresentou a estratégia da água no contexto da COP30, ressaltando a agenda de ação e os planos de aceleração de soluções ligados à segurança hídrica que o ministério lançará durante a conferência, além do apoio institucional ao Pavilhão da Água e ao Bairro Multilateral da Resiliência em Cidades, Infraestrutura e Água.

COP30

A COP reúne líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais, representantes da sociedade civil, de governos, do setor privado, e de organizações internacionais para discutir ações para combater a mudança climática. Diante dessa ampla colaboração com a pauta climática, o MIDR vem contribuindo, especialmente por meio do seu Comitê Permanente de Resiliência Climática, nas discussões do encontro global que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA). A COP30 reunirá líderes mundiais, representantes de governos, ciência e sociedade civil para debater soluções climáticas — e marcará a primeira vez que a conferência será realizada na Amazônia.

 

 

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