Leilão do canal do Porto de Paranaguá vai inspirar mais leilões com o mesmo formato, diz Silvio Costa Filho
Em entrevista à Voz do Brasil desta sexta-feira (24), o ministro de Portos e Aeroportos destacou que os leilões devem fortalecer o setor portuário brasileiro
Nesta semana, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) promoveram o leilão da concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR), a primeira licitação com este formato no mundo. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, desta sexta-feira (24/10), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que mais leilões com o mesmo formato estão por vir.
"A ideia é que de depois desse canal de Paranaguá, que foi o primeiro canal de acesso, a gente quer fazer agora o Porto de Santos, o Porto de Itajaí, o Porto da Bahia, e a gente fazer com que esse canal possa ser feito, e a gente ter a ampliação das operações no Porto de Paranaguá", afirmou Silvio Costa Filho.
Segundo o ministro, o leilão contou com mais de R$ 1 bilhão de investimentos, que vão ampliar a capacidade e operação do Porto de Paranaguá.
Então, nós estamos muito felizes com o resultado, a gente espera que a partir daí a gente amplie as operações de minério, de fertilizantes, de grãos no Paraná, que é muito forte, e isso tudo vai fortalecer a economia do estado do Paraná. E fortalecendo o Paraná, nós estamos fortalecendo o Sul, nós estamos fortalecendo o setor portuário brasileiro", disse Costa Filho.
O Consórcio Canal Galheta Dragagem (CCGD) venceu o leilão realizado na B3, em São Paulo, e vai administrar o canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR). Com investimentos de R$ 1,22 bilhão, o consórcio será responsável pela dragagem e ampliação do calado dos atuais 13,5 metros para 15,5 metros, o que vai permitir o acesso de navios de grande porte e ampliação da capacidade operacional do porto, elevando a movimentação de cargas e o escoamento da produção.
Leia a entrevista completa:
Ministro, muito boa noite. Eu queria que o senhor começasse falando pra gente sobre o leilão do Porto de Paranaguá. Esse é o primeiro contrato de concessão de um canal de acesso portuário no Brasil. O que torna esse projeto inovador, pioneiro? Qual é a diferença dele?
Olha, primeiro, nós estamos trabalhando muito pelo fortalecimento do setor portuário brasileiro. Esse ano de 2025, nós já tivemos um crescimento no setor em quase 5%. Nós estamos tendo um crescimento nas operações de contêineres em mais de 10%. Isso tem significado avanços importantes para o setor portuário brasileiro.
Sobretudo, estimulando o crescimento econômico, novas concessões e novos investimentos em infraestrutura que estão gerando emprego e renda por todo o país. E nós tomamos a iniciativa de, ao lado do Tribunal de Contas da União e da Antac, orientado pelo presidente Lula, fazermos o primeiro leilão de canal de acesso da história do país, que é no Porto de Paranaguá.
O que isso significa dizer? Que esse canal de acesso é, podemos dizer, a avenida pelo mar, pelo rio, do mar quando chega para os portos do Brasil, para os portos do Brasil. Por exemplo, esse canal de acesso de Paranaguá, que é o primeiro leilão da história, ele vai ser feito a dragagem, ampliando de 13 metros para 15 metros, ou seja, na hora que a gente aumenta o calado, a gente está recebendo navios maiores, navios maiores aumentam a nossa capacidade de ampliar a nossa logística brasileira, porque quanto mais navios maiores, mais cargas, mais cargas, mais desenvolvimento e ampliação das operações no Porto de Paranaguá.
E a ideia é que de depois desse canal de Paranaguá, que foi o primeiro canal de acesso, a gente quer fazer agora o Porto de Santos, o Porto de Itajaí, o Porto da Bahia, e a gente fazer com que esse canal possa ser feito, e a gente ter a ampliação das operações no Porto de Paranaguá e do Brasil.
Agora, o Porto de Paranaguá, se o senhor me corrija se eu estiver errada, é o segundo mais movimentado do país, né, ministro? Como é que esse investimento aí previsto de R$ 1 bilhão, como é que ele deve impactar a economia do Paraná, do Brasil?
Olha, ele é muito estratégico, foi um leilão de mais de R$ 1 bilhão de investimentos, e esses investimentos serão fundamentais para a gente poder ampliar a capacidade do Porto de Paranaguá e ampliar as operações do Porto. Então, nós estamos muito felizes com o resultado, a gente espera que a partir daí a gente amplie as operações de minério, de fertilizantes, de grãos no Paraná, que é muito forte, e isso tudo vai fortalecer a economia do Estado do Paraná. E fortalecendo o Paraná, nós estamos fortalecendo o Sul, nós estamos fortalecendo o setor portuário brasileiro.
O senhor falou que vão ampliar o calado desse canal, né? Tem outras obras previstas também, ministro?
Também, a gente está fazendo um volume de investimentos grandes no Estado do Paraná, a gente está trabalhando para ampliar as operações portuárias no Estado, e isso vai ser fundamental para a gente poder avançar na infraestrutura do Estado. Essa é a orientação do presidente Lula, para que a gente possa ampliar as operações do setor portuário no Estado e em todo o Brasil. É o que a gente está trabalhando fortemente aqui no Ministério de Portos e Aeroportos.
Pois é, vamos seguir falando então de outros portos, porque outro leilão que aconteceu essa semana foi o do Terminal Offshore do Rio de Janeiro, que é fundamental para o apoio à produção de petróleo e gás, né? E aí eu queria que o senhor falasse um pouco, então, que tipo de operações ele vai atender, como é que ele deve contribuir para o setor de energia?
Perfeito, esse é um leilão estratégico, ele vai ampliar as operações offshore no Estado do Rio de Janeiro, ou seja, são operações para que a gente possa ampliar a exploração e movimentação de petróleo no Estado do Rio de Janeiro, e isso vai ampliar a capacidade de operações da Petrobras no Estado do Rio.
A gente está fazendo o maior volume de investimentos da história da Petrobras, são mais de R$ 40 bilhões de investimentos, na navegação são mais de R$ 10 bilhões de investimentos, quase R$ 15 bilhões, e isso tem estimulado a retomada da indústria naval no país, sobretudo fortalecendo o Estado do Rio de Janeiro. Então foi um leilão muito exitoso, e isso dialoga com a política que nós estamos desempenhando à frente do Ministério.
Para você ter uma ideia, a Lei dos Portos é a Lei 12.815/2013, ela foi criada no ano de 2013, e de 2013 até 2022 foram feitas no Brasil 41 concessões, em mais de 10 anos, aproximadamente 11 anos, em 4 anos do governo do presidente Lula, nós vamos fazer o equivalente a mais de 60 leilões. Então nós estamos trabalhando muito para ampliar a infraestrutura do setor portuário brasileiro, tanto é que nós estamos batendo recordes e estamos tendo o maior volume de operações portuárias da história do Brasil.
Ministro, e a gente teve também um outro leilão essa semana, foi intensa, né? A gente teve um outro leilão também, só que de terminal de passageiros de Maceió, que aí já é mais voltado para o turismo, né? O que esse leilão prevê em termos de modernização, ampliação, estrutura para cruzeiros?
Perfeito, nós estamos batendo recordes no Brasil no turismo. No turismo internacional nós crescemos 14%, no turismo internacional nós estamos também crescendo mais de 10% e eu sou um defensor do turismo no Brasil, porque você sabe que a cada 4 turistas que chegam a uma cidade é uma oportunidade de emprego que é gerado para a população. E eu digo sempre que eu sou um defensor do Bolsa Família, do Prouni, do Pronatec, do Minha Casa Minha Vida, do Luz para Todos, do Pé de Meia, do Gás do Povo, todos são programas importantes, mas o maior programa social do Brasil é o emprego e a renda. É isso que traz dignidade, traz felicidade para as pessoas, por isso que a gente tem trabalhado muito para ampliar as operações do turismo no Brasil.
E um dado importante é que agora em Maceió nós conseguimos fazer lá a concessão do canal, perdão, nós fizemos a concessão do terminal de passageiros no porto de Maceió, onde nós vamos fazer as operações marítimas para poder receber cruzeiros de todo o Brasil e do mundo que querem visitar o Nordeste, as praias do Nordeste. Isso vai ser muito importante para o turismo e para a economia.
Pois é, ministro. Então, pegando esse gancho aí sobre turismo, eu queria finalizar nossa entrevista perguntando da plataforma Voa Brasil, que atingiu 50 mil reservas. Explica para a gente, para o nosso ouvinte, o que é esse programa e o que esse número de 50 mil reservas representa para o governo e para o setor aéreo brasileiro.
Olha, muito feliz com o crescimento do Voa Brasil. O Voa Brasil é um programa exitoso no país, é um programa que não tem nenhum real de recursos públicos. Pelo contrário, o Brasil tem uma grande janela de oportunidades, sobretudo para o setor de turismo. E para você ter uma ideia, a gente criou o Voa Brasil, que é o primeiro programa de inclusão social da aviação do país, onde você que é aposentado, e nós temos 25 milhões de aposentados no Brasil, eles podem viajar com passagens até 200 reais uma passagem por ano.
Então, são 50 mil passageiros que não viajavam pelo Brasil, aposentados, que muitos deles não viam, por exemplo, seus netos, que, por exemplo, eu recebi um depoimento muito bonito a semana passada, um aposentado de Fortaleza com a sua esposa, não via os netos há mais de oito anos em São Paulo, porque não podia pagar a passagem. Os dois compraram passagens do Voa Brasil e foram viajar para ver seus netos. Então, depoimentos como esse tem nos estimulado muito para a gente poder ampliar esse programa por todo o país.
Então, nós estamos trabalhando nele, é um programa muito exitoso, e esse Voa Brasil passou a ser uma realidade, chegando a mais de 50 mil passagens vendidas por todo o país.
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