Economia

Tebet e Padilha vão à China para tratar de investimentos e integração via Pacífico

Comitiva do governo brasileiro conta também com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha

Agência Gov | Via MPO
12/10/2025 09:50
Tebet e Padilha vão à China para tratar de investimentos e integração via Pacífico
Valter Campanato/Agência Brasil
Tebet e Padilha durante entrevista, em 6 de maio de 2024

A partir desta segunda-feira (13/10), até a próxima sexta, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, vai representar o Governo do Brasil numa missão na China. A ministra vai debater projetos de grande porte para a estratégia de interligar o País ao Oceano Pacífico e abrir novas rotas comerciais e de integração com o mundo.

Na comitiva do Governo Federal brasileiro estará também o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que vai conhecer um hospital dotado de tecnologias de última geração, o chamado "hospital-inteligente". A secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento, Viviane Vecchi, e o secretário de Articulação Institucional do MPO, João Villaverde, acompanharão a ministra.

A agenda prevê visita ao Porto de Xangai, ponto estratégico para o projeto Rotas de Integração Sul Americana, em especial para a rota 2 bioceânica, e ao Hospital da Província de Zhejiang, cujo modelo será replicado no Brasil. Os ministros terão também reuniões com empresários e investidores.

Porto de Xangai

Operado pela Shanghai International Port Group (SIPG) , o Porto de Xangai conecta-se a mais de 700 portos em mais de 200 países e é a conexão asiática com o Porto de Chancay, no Peru, que integra o projeto das Rotas de Integração Sul-americana.

Liderado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, através da Secretaria de Articulação Institucional (Seai), o projeto busca conectar o Brasil aos seus vizinhos sul-americanos e também promover o acesso das mercadorias brasileiras ao continente asiático através do pacífico. A rota 2, conhecida como Rota Bioceânica, será a conexão brasileira com Chancay.

Ao comparar as rotas marítimas para exportação entre o Brasil e Xangai, destaca-se que a Via Pacífico (rota de Chancay) é a mais eficiente. Essa rota possui a menor distância marítima (17.230 km), o menor tempo de navegação (27 dias), o menor custo por tonelada (US$ 80) e a menor emissão estimada de CO2 (1,45 kg/ton).

A rota Chancay - Xangai é 3.246 km mais curta que a do Cabo da Boa Esperança (Porto de Santos - Xangai), 4.770 km mais curta que a da Passagem pelo Estreito de Magalhães (Porto de Santos - Xangai), 6.926 km mais curta que a do Canal do Panamá (Porto de Santos - Xangai) e 7.848 km mais curta que a do Canal de Suez (Porto de Santos - Xangai).

A rota de Chancay é vantajosa não só por ser mais rápida, mas também por evitar canais com pedágios elevados, como os de Suez e Panamá. Por isso, apesar de exigir integração entre transporte rodoviário e ferroviário, a rota bioceânica oferece uma economia logística substancial.

Hospital Inteligente

A visita ao hospital chinês irá auxiliar as autoridades brasileiras na fase de preparação do projeto " Primeiro Hospital Inteligente do Brasil", aprovado na reunião da Comissão de Financiamento Externo (Cofiex) em junho, uma iniciativa inovadora e estratégica do governo federal em parceria com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em inglês), conhecido como o banco do BRICS.

O projeto contará com aporte de aproximadamente US$ 320 milhões (equivalentes a cerca de R$ 1,7 bilhões), mobilizando recursos para construção da infraestrutura física, aquisição de equipamentos médicos e qualificação de mão-de-obra.

Proposto pelo Ministério da Saúde, em coordenação com o Ministério do Planejamento e Orçamento, o projeto tem como objetivo desenvolver um modelo nacional de hospital inteligente, escalável e replicável, e implementar a primeira unidade hospitalar desse tipo no País. Essa iniciativa de impacto associará não só a capacidade financeira do NDB, como também uma significativa expertise e cooperação tecnológica, contando ainda com experiências bem-sucedidas da China no setor.

Seguindo os procedimentos determinados pela Cofiex, o projeto está agora na fase de preparação. Em seguida será direcionado para a aprovação do Banco e então entrará na etapa de negociação. A negociação é coordenada pela Secretaria de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do MPO, que preside a Cofiex, em conjunto com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e o Ministério da Saúde, que será o órgão executor.

 

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