COP 30 conclama mutirão global contra a mudança do clima
A COP 30 lançou um apelo histórico à comunidade internacional para unir esforços em ampla mobilização global contra a mudança do clima, inaugurando uma nova etapa para o regime climático multilateral: a transição formal da negociação para a implementação
Primeira reunião multilateral sobre clima realizada na Amazônia, a COP 30 reuniu em Belém (PA), de 10 a 22 de novembro de 2025, representantes de 194 países. Por consenso, foram aprovadas 29 decisões, com destaque para o compromisso de triplicar o financiamento destinado à adaptação, demanda histórica dos países mais vulneráveis.
A COP 30 lançou um apelo histórico à comunidade internacional para unir esforços em ampla mobilização global contra a mudança do clima, inaugurando uma nova etapa para o regime climático multilateral: a transição formal da negociação para a implementação.
Ao celebrar o décimo aniversário do Acordo de Paris, a COP 30 reafirmou o compromisso coletivo com seus objetivos e formalizou uma transição de três décadas marcadas por negociações complexas para uma fase orientada à implementação efetiva e à transformação estrutural das economias e das sociedades. Decisões formais asseguraram avanços no tratamento da questão de gênero, de indígenas e de afrodescendentes.
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Em resposta à emergência climática, a COP 30 adotou um conjunto de iniciativas voltadas a acelerar a ação climática e fortalecer a cooperação internacional:
• Acelerador Global de Implementação para mobilizar governos, sociedade civil e setor privado na aceleração da transição climática;
• Triplicação do financiamento para adaptação, essencial para apoiar populações menos responsáveis pelas mudanças climáticas, mas mais afetadas pelos impactos da mudança do clima;
• Mecanismo de Belém para a Transição Global Justa, instrumento inovador destinado a promover transições sustentáveis de forma justa, inclusiva e socialmente equilibrada;
• Indicadores voluntários para monitoramento dos avanços em construção de resiliência, no âmbito do Objetivo Global de Adaptação;
• Programa de Implementação Tecnológica (TIP), com cronograma e componentes para fortalecer a implementação de prioridades tecnológicas dos países em desenvolvimento;
• Novo Plano de Ação sobre Gênero e Clima, com medidas para ampliar a participação e a liderança das mulheres na agenda climática.
No plano político, o Brasil liderou debate inédito sobre o futuro dos combustíveis fósseis. Embora não tenha sido alcançado consenso — com mais de 80 países defendendo linguagem explícita e número semelhante manifestando oposição —, a Presidência brasileira anunciou processos de iniciativa própria para a elaboração de dois roteiros para orientar os esforços de ação global:
• Roteiro para a Transição dos Combustíveis Fósseis de maneira justa, equitativa e ordenada;
• Roteiro para interromper e reverter o desmatamento.
A COP 30 encerra-se com manifestações claras de renovado compromisso político e fortalecimento do multilateralismo climático. As decisões adotadas em Belém oferecem instrumentos concretos para intensificar a ação global, reforçam a centralidade da justiça climática e reafirmam a convicção de que somente por meio da cooperação internacional será possível assegurar um futuro seguro, resiliente e sustentável para as próximas gerações.
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