Saúde

Ebserh convida ministérios da Igualdade Racial e Saúde para debater antirracismo

Mesa-redonda ‘Vozes negras que inspiram: caminhos para um futuro antirracista’ faz parte das ações institucionais de valorização da diversidade étnico-racial e enfrentamento do racismo e da discriminação.

Agência Gov | via Ebserh
28/11/2025 14:40
Ebserh convida ministérios da Igualdade Racial e Saúde para debater antirracismo

Para refletir sobre questões relativas ao enfrentamento do racismo nas formas estrutural e institucional, bem como da promoção da equidade racial no serviço público e na sociedade, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) promoveu, nesta quarta-feira (26), o evento Vozes negras que inspiram: caminhos para um futuro antirracista.

O evento integra as ações do Mês da Consciência Negra e dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Meninas e Mulheres , e trouxe a diretora de Políticas de Ações Afirmativas (DPA) da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas e Combate e Superação do Racismo (SEPAR) do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Marcilene Garcia de Souza , e o secretário Adjunto de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Jérzey Timóteo Ribeiro Santos .

A agenda faz parte das ações institucionais de sensibilização e valorização da diversidade étnico-racial, estando ligada ao Programa de Prevenção e Enfrentamento a Todas as Formas de Assédio e de Discriminação e ao Programa Ebserh para Todas as Pessoas. O combate tem como base o Decreto 12.122/2024. Em março, a Ebserh lançou o Guia de enfrentamento a todas as formas de Assédio e Discriminação , destinado a conscientizar trabalhadores(as) da Rede, usuários(as) e seus acompanhantes sobre o tema, de maneira fácil e acessível.

O evento foi transmitido online para trabalhadores(as) da Ebserh de todo o país e deu continuidade a outras ações que ocorreram nas unidades geridas pela estatal, movimentando a comunidade hospitalar em torno do debate sobre a diversidade étnica e racial.

A estatal é composta por 70% de mulheres e dentre o total de trabalhadores(as), cerca de 40% s e autodeclaram negros, de acordo com a diretora de Gestão de Pessoas da Ebserh, Luciana Viana. A empresa gerencia uma rede de 45 hospitais universitários que são também locais de ensino, pesquisa e inovação, possuindo um público amplo de usuários como estudantes de graduação e de ensino médio, residentes em formação, docentes e pesquisadores.

“É uma grande comunidade que faz com que qualquer ação da Ebserh tenha altíssima capilaridade e isso só aumenta a nossa responsabilidade em relação a questões tão críticas como o enfrentamento ao racismo, à discriminação, ao assédio, tanto em relação ao mundo do trabalho quanto entre os nossos trabalhadores e trabalhadoras e os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que também sabemos que são vítimas de preconceitos estruturais da nossa sociedade”, explicou Luciana.

A diretora citou outras ações como o Censo de Equidade, Diversidade e Inclusão da Ebserh. O levantamento visa conhecer especificidades dos trabalhadores e trabalhadoras , além dos dados cadastrais, para que a instituição possa adotar políticas afirmativas que dialoguem com as necessidades reais. A empresa conduz um programa de prevenção e enfrentamento a todas as formas de assédio e discriminação, com uma política estruturada, além de um comitê de monitoramento implantado e fortalecimento do sistema correcional.

Para Marcilene Garcia, uma das características importantes do enfrentamento ao racismo institucional é o reconhecimento dos desafios, de modo a combater o racismo sistêmico, pois ele é estrutural e estruturante na sociedade. A representante do MIR falou da ampliação do acesso e da permanência nas instituições. Ainda, que a construção de uma mudança passa pela cultura da instituição. Para que ela ocorra, é necessário um plano de ação, com estratégias e com avaliação e monitoramento quantitativo e qualitativo.

“Deve-se impulsionar as políticas de ações afirmativas, reconhecendo as diferenças e os desafios, não entendendo o conceito de ação afirmativa como estático, no sentido que ele é ampliado, assim como há a necessidade de alargar os processos democráticos, pois quando a gente está falando disso, discorremos também sobre o fortalecimento desses processos e, consequentemente, de uma sociedade democrática”, pontuou Garcia.

O secretário Jérzey Timóteo reafirmou a importância do diálogo do sistema de saúde com a população negra e como se dá percepção do cuidado recebido. “Ter uma escuta qualificada com as populações vulnerabilizadas é diferencial em um serviço de saúde. Isso muda a estrutura a partir do momento que existe a valoração e são avaliados indicadores de qualidade.”, frisa. Segundo Timóteo, ao se promover uma mudança de paradigma dentro da Rede Ebserh hoje, poderá haver uma melhora significativa nos próximos anos.

Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh

 

Link: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/comunicacao/noticias/ebserh-discute-enfrentamento-das-diversas-formas-de-racismo-com-membros-dos-ministerios-da-igualdade-racial-e-da-saude
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