Ministra Márcia Lopes apresenta ações dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher
Campanha mundial tem início nesta quinta (20) e busca ampliar a conscientização sobre violência de gênero e fortalecer políticas públicas de proteção e direitos das mulheres
Entrevistada no Bom Dia, Ministra desta quarta-feira (19/11), a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, pediu engajamento dos estados na campanha mundial 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, que começa nesta quinta-feira (20). A iniciativa reforça a prevenção, a reflexão e a ampliação de políticas de proteção às mulheres.
Teremos os 21 dias de ativismo pelo fim da violência e racismo contra as mulheres. Começa amanhã, no Dia da Consciência Negra, e vai até 10 de dezembro. Nesta semana, reunimos as assessorias de comunicação e fizemos um apelo para que não só Brasília e o Ministério das Mulheres coordenem atividades nesse período, mas para que todos os estados façam isso, de acordo com as suas realidades”, pontuou
A ministra adiantou que a pasta realizará uma série de ações ao longo dos 21 dias, incluindo entrevistas, performances de rua e atividades nas ruas, onde equipes irão conversar diretamente com as mulheres e promover diálogo sobre prevenção e enfrentamento à violência.
DIA M
Um dos destaques será o Dia M: Mulheres, Mobilidade e Mais Respeito, em 2 de dezembro, dedicado ao enfrentamento da importunação sexual nos transportes públicos. A ação reforça que o respeito às mulheres deve estar garantido também nos espaços de circulação cotidiana. “Vamos realizar reuniões online e cada estado vai fazer uma grande programação. Nós temos cartazes e materiais que estão sendo enviados para todos os estados marcando esses 21 dias de ativismo”.
Agenda
Durante os 21 dias, a programação inclui campanhas digitais, ações públicas, projeções em prédios e divulgação de serviços, como o Ligue 180, que completa 20 anos no dia 25. Os eixos incluem enfrentamento à violência doméstica e sexual, combate ao feminicídio, promoção da saúde, políticas de cuidado e igualdade de gênero e racial.
Congresso Nacional
No dia 29 de novembro, está prevista uma projeção de imagens no prédio do Congresso Nacional, em Brasília, em alusão à campanha, reforçando a mensagem de que o enfrentamento à violência contra as mulheres é uma pauta de Estado e de toda a sociedade. No Brasil, a campanha “21 Dias de Ativismo” é mobilizada pela ONU Mulheres desde 2003 e dialoga com iniciativas em diversos países.
As datas que compõem a campanha são:
20 de novembro – Dia da Consciência Negra;
25 de novembro – Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres;
1º de dezembro – Dia Mundial de Combate à AIDS;
2 de dezembro – Dia M: Mulheres, Mobilidade e Mais Respeito;
3 de dezembro – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência;
6 de dezembro – Dia dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (campanha do Laço Branco);
10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Paridade na política
Sobre a participação feminina na política, Márcia Lopes afirmou que o avanço depende de “luta contínua, convencimento e boa legislação”. Ela defendeu paridade nos cargos eletivos e maior presença feminina em espaços de direção, como tribunais, empresas e universidades.
Não é só ter igualdade salarial. É ampliar a possibilidade de assumir os cargos de direção. Seja no parlamento, seja nas empresas, seja no setor privado, público, nas igrejas, em todos os lugares”, disse a ministra
Redes sociais e crianças – Para a ministra, o trabalho de conscientização em relação ao papel das mulheres na sociedade deve considerar o ambiente digital e começar na infância. “Queremos parceria com a Unesco para alfabetização digital e inclusão das mulheres nas redes. Se nós mudarmos a visão das crianças, daqui a alguns anos nós teremos uma outra sociedade. Uma sociedade democrática, uma sociedade com igualdade de gênero”.
Políticas públicas
Márcia Lopes reforçou que as políticas públicas devem garantir igualdade de gênero, de modo que a sociedade brasileira seja cada vez mais justa.
São 110 milhões de mulheres e meninas no Brasil. E nós temos a responsabilidade de articular todas as políticas públicas em defesa da igualdade de gênero. Isso não significa disputa, significa ter o lugar de direito das mulheres, seja do ponto de vista das relações sociais, da convivência, da escolha das profissões e da integridade física”, afirmou
“Essa é uma luta árdua de uma sociedade de classes. É uma luta de uma sociedade que ainda discrimina a mulher, embora a mulher já tenha provado há muito tempo que ela pode e tem capacidade de estar em todos os espaços, com muita competência, com muita dedicação e com muita determinação”, concluiu a ministra.
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