COP30

Suíça oficializa nova doação de R$ 33 milhões ao Fundo Amazônia na COP30

País europeu dobra sua contribuição e reforça parceria com o Brasil na proteção da Amazônia e no enfrentamento à mudança do clima

Agência Gov | Via MMA
09/11/2025 18:26
Suíça oficializa nova doação de R$ 33 milhões ao Fundo Amazônia na COP30

A Suíça anunciou, neste domingo (9/11), às vésperas da COP30, em Belém (PA), uma nova doação de 5 milhões de francos suíços, o equivalente a R$ 33 milhões, ao Fundo Amazônia, mecanismo gerido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com esse novo aporte, o país dobra o valor total de suas contribuições, que agora ultrapassam R$ 60 milhões, reforçando a cooperação com o Brasil na agenda de conservação da floresta e de transição ecológica global.

O anúncio foi realizado no Museu Paraense Emílio Goeldi durante o evento “Presença Suíça na COP30”, organizado pela Embaixada da Suíça no Brasil, pela Swissnex e pela Agência Suíça de Cooperação. Estiveram presentes a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan; o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco; a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello; a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana; o embaixador da Suíça no Brasil, Hanspeter Mock; o embaixador suíço para o Meio Ambiente e chefe da delegação do país na COP30, Felix Wertli; o diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi, Nilson Gabas; e secretário-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Martin von Hildebrand.

A nova contribuição da Suíça fortalece o Fundo Amazônia como o principal instrumento mundial de financiamento para ações de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+). A parceria entre o Brasil e a Suíça no Fundo foi inaugurada em 2023, quando o país europeu realizou sua primeira doação, também no valor de 5 milhões de francos suíços.

Marina Silva celebrou o novo aporte ao Fundo Amazônia e pontuou que as doações ao mecanismo representam pagamentos por resultados alcançados no combate ao desmatamento. Ela destacou que neste ano, em comparação a 2022, o governo brasileiro obteve queda de 50% da supressão vegetal na Amazônia. “Toda vez que atingimos um bom resultado, conseguimos fazer a captação de recursos. Nestes três primeiros anos de governo do presidente Lula, evitamos lançar mais de 700 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera em função da redução do desmatamento na Amazônia e Cerrado”, afirmou.

Esses resultados são catalisadores de mais recursos, mas, sobretudo, de mais benefícios para os povos indígenas, comunidades tradicionais, a ciência, tecnologia e inovação e o desenvolvimento sustentável.”


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Ao comentar a renovação da contribuição suíça, Aloizio Mercadante declarou que o gesto reforça a confiança internacional no Brasil e na governança do Fundo Amazônia. De acordo com ele, a cooperação amplia a capacidade do país de consolidar um novo modelo de desenvolvimento para a região.

“A nova contribuição da Suíça confirma que estamos no caminho certo. O Fundo Amazônia atingiu um patamar inédito: passamos de cerca de R$ 300 milhões anuais para mais de R$ 1,2 bilhão por ano em financiamentos, apoiando 650 instituições em 75% dos municípios da Amazônia. É uma prova de que resultados concretos geram confiança. Agora, o nosso desafio é transformar o arco do desmatamento no arco da restauração, com ciência, tecnologia, inclusão social e cooperação internacional. Proteger a Amazônia é proteger o futuro do planeta — e fazemos isso junto com quem acredita nessa agenda”, disse.

“Por meio dessa parceria, apoiamos os esforços do governo federal para fortalecer a capacidade dos órgãos ambientais responsáveis pelo monitoramento, pela prevenção e pelo combate ao desmatamento ilegal, à degradação ambiental e aos incêndios florestais”, frisou o embaixador Hanspeter Mock. Ele reforçou ainda que “o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima anunciou recentemente resultados impressionantes na redução do desmatamento na Amazônia, alcançando, no último ano, o terceiro menor índice já registrado na história da região. Sentimo-nos honrados em contribuir para esse avanço e em caminhar ao lado do Brasil nesse trabalho.”

Desde 2008, o Fundo atua como referência em cooperação internacional para o clima, combinando proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida na região amazônica. A partir da retomada das doações, em 2023 – após quatro anos paralisado –, o Fundo chegou a R$ 1,6 bilhão adicionais contratados e o número de doadores passou de três para nove. Nos seus 17 anos, o Fundo beneficiou cerca de 260 mil pessoas, por meio de mais 600 organizações comunitárias e apoiando 144 projetos.

Coordenado pelo MMA e operacionalizado pelo BNDES, o Fundo Amazônia, representa uma estratégia essencial para o alcance das metas climáticas brasileiras, contribuindo para os compromissos assumidos no Acordo de Paris e para atingir os objetivos do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).

A Suíça se soma a um grupo de países doadores que inclui Alemanha, Noruega, Reino Unido, Dinamarca, Estados Unidos, Japão, Irlanda e União Europeia. Com a renovação do apoio suíço, o Fundo Amazônia reforça sua posição como modelo global de governança, transparência e resultados mensuráveis. Todos os dados sobre doações, contratos e desembolsos estão disponíveis publicamente na plataforma do Fundo , assegurando a rastreabilidade dos recursos e a credibilidade do mecanismo perante a comunidade internacional.

Fundo Amazônia em números

Ano de criação: 2008

Gestão: BNDES, sob coordenação do MMA

Doações totais contratadas: cerca de R$ 5 bilhões até 2025

Principais doadores: Noruega, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Dinamarca, Suíça, Irlanda, Japão e União Europeia.

Projetos aprovados: 144

Municípios: mais de 300 em todos os 9 estados na Amazônia legal (+70 % dos municípios)

Pessoas beneficiadas: cerca de 260 mil

Organizações apoiadas: mais de 600, direta e indiretamente

Recursos contratados desde 2023: R$ 1,6 bilhão

Eixos de atuação: prevenção e combate ao desmatamento; bioeconomia e manejo florestal; ordenamento territorial e fortalecimento de comunidades tradicionais

 

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