Lula defende cooperação internacional e inteligência no combate ao crime organizado
Em entrevista, Lula destaca avanços no diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump, e as pautas do Governo do Brasil no Congresso que ampliam a presença da União no combate às facções criminosas
Em entrevista concedida à TV Verdes Mares, do Ceará, nesta quarta-feira, 3 de dezembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva detalhou os esforços do Governo do Brasil para enfrentar o crime organizado. Ele destacou a necessidade de cooperação internacional, sobretudo com os Estados Unidos, e a aposta em ações de inteligência no lugar da violência. A entrevista ocorreu em Fortaleza, durante visita do presidente ao Ceará para uma série de anúncios e entregas.
Lula reforçou que o combate ao crime organizado e ao narcotráfico foi um dos temas da conversa telefônica que teve na terça (2/12) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Disse a ele que estamos dispostos a trabalhar juntos para combater o crime organizado na fronteira, onde estiver. O crime organizado é um atraso para qualquer sociedade. É uma violência contra a economia dos estados, contra a liberdade”, registrou.
DESAFIO GLOBAL — Durante a entrevista, Lula afirmou que o combate às facções criminosas transcendeu as fronteiras nacionais e se tornou um desafio global. "Hoje, as facções criminosas competem com o Estado. Elas têm drone, inteligência, coisas que, muitas vezes, as forças policiais não têm. Nós vamos assumir esse combate de corpo e alma”, disse o presidente.
SEGURANÇA PÚBLICA — Na esfera interna, Lula enfatizou que o Governo do Brasil trabalha para fortalecer a Polícia Federal e redefinir o papel da União no combate à criminalidade, hoje uma atribuição em grande parte dos estados. Ele citou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública que trata do tema e está em discussão no Congresso Nacional. “O caminho é esse: estamos fortalecendo a Polícia Federal. Na medida em que a PEC for aprovada, ela vai dizer qual é o papel da União no combate à violência criminal no Brasil”, explicou Lula.
PARCERIA E INVESTIMENTOS — Com o novo marco constitucional, segundo o presidente, será possível ampliar investimentos, reforçar a presença em fronteiras e estabelecer parcerias internacionais. “A gente vai poder fazer muito mais, inclusive colocar mais dinheiro para reforçar a Polícia Federal nas fronteiras, fazer convênio com outros países vizinhos. Vamos utilizar a inteligência que temos, dos países que fazem fronteira com o Brasil, dos Estados Unidos e de outras partes do mundo para que a gente possa jogar pesado para derrotar facções criminosas, crime organizado e narcotráfico”, declarou.
Conversei ontem com o presidente Trump e acredito que mais notícias boas estão a caminho para o Brasil. Vamos juntos fortalecer nossas democracias e combater o crime organizado. Uma parceria que promete resultados muito importantes para Brasil e Estados Unidos! 🇧🇷🤝🇺🇸
— Lula (@LulaOficial) December 3, 2025
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DONO É O POVO – Para o presidente, a ação articulada é estratégica para garantir que os cidadãos tenham a tranquilidade garantida. “A sociedade precisa estar de bem com a vida. Não pode temer um cidadão que acha que é chefe de um bairro, que é chefe de uma vila, de uma rua, de um comércio. Não. Quem é dono de tudo isso é o povo brasileiro. Nós vamos garantir a ele que tenha essa liberdade”.
ANÚNCIOS NO CEARÁ — O presidente viajou ao Ceará para acompanhar a entrega de 3 mil Carteiras Nacionais Docente do Brasil (CNDB) a professores do estado. As agendas também incluem a autorização da terceira etapa de obras do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no estado, com previsão de investimento no valor de R$ 180 milhões, e o acompanhamento do início da produção de veículos elétricos da GM no Brasil.
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