'Temos parceria estratégica com os Estados Unidos e queremos mantê-la', diz Lula
Presidente deu entrevista a agências internacionais de notícias, na manhã desta segunda-feira (22)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou, em entrevista a agências internacionais de notícias no Palácio da Alvorada, na manhã desta segunda-feira (22/7), sobre a desistência de Biden de concorrer à reeleição nos Estados Unidos. "O meu papel é torcer para que eles escolham um candidato ou uma candidata que disputa as eleições e que vença aquele que for o melhor, aquele que o povo americano for votar", disse Lula ao reforçar o respeito que tem pelo atual presidente dos Estados Unidos.
"O meu papel não é escolher presidente dos Estados Unidos, o meu papel é conviver com quem é o presidente. Então seja um candidato democrata, seja o Biden, seja o Trump, a nossa relação vai ser uma relação civilizada de dois países importantes que têm uma relação diplomática de séculos e que a gente quer manter. E que temos parcerias estratégicas importantes com os Estados Unidos, nós queremos manter", pontuou Lula.
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Em comunicado nesse domingo (21/7), Joe Biden, anunciou a decisão de desistir de concorrer à reeleição e disse apoiar a vice-presidente Kamala Harris. Em uma rede social, Lula lembrou a eleição de Biden, em 2020. “Eu fiquei muito feliz quando o presidente Biden foi eleito e mais ainda pelos posicionamentos dele em defesa dos trabalhadores. Estabelecemos juntos uma parceria estratégica em defesa do trabalho decente no mundo. Eu gosto e respeito muito ele. A relação do Brasil será com quem for eleito. Temos uma parceria estratégica com os Estados Unidos e queremos mantê-la”, afirmou.
Biden permanecerá como presidente dos Estados Unidos até que seu sucessor tome posse, em 20 de janeiro de 2025.
Contas públicas
Ainda durante entrevista desta segunda, Lula comentou sobre a contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024, anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quinta-feira (18/7). O presidente destacou que se gastar mais do que arrecada, o país "vai quebrar".
"O mesmo dinheiro que você precisa cortar agora, você pode não precisar cortar daqui a dois meses, depende da arrecadação", disse. O presidente apontou argumentos contraditórios de quem pede mais cortes de gastos e ao mesmo tempo defende a desoneração de 17 setores empresariais, que recolhem menos do que os demais em contribuições como à previdência. "As pessoas que ficam felizes com bloqueio de dinheiro, de obras, as pessoas ficam felizes com desoneração. Que vai custar 27 bilhões (de reais). Seria melhor não ter desoneração, que não precisava bloquear nada", reclamou.
De acordo com Haddad, a medida é necessária para que se mantenha o cumprimento do arcabouço fiscal dentro do previsto para 2024 na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
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Com informações de Lisandra Paraguassu/Reuters
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