Abril supera expectativas com criação de 240.033 novos postos de trabalho
Acumulado no ano é o melhor desde 2011, com saldo positivo de 958.425 vagas com carteira assinada no quadrimestre. Nos últimos 12 meses, Caged mostra saldo de 1.701.950 empregos formais
O saldo de empregos formais em abril, divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, alcançou 240.033 postos de trabalho gerados no mês. O saldo é o melhor para o mês, desde 2013, e supera abril de 2023, quando foram gerados 180.005 postos formais de trabalho. A geração foi positiva em todos os grandes grupamentos de atividades econômicas: serviços (+138.309), indústria (+35.990), construção (+31.893), comércio (+27.272) e agropecuária (+6.576).
Com isso, o estoque total recuperado para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) no mês foi de 46.475.700 postos de trabalho formais, acumulando no ano um saldo de 958.425 postos de trabalho, o melhor desde 2010, positivo nos 5 grandes grupamentos econômicos e em 26 das 27 Unidades da Federação. Se consideramos os últimos 12 meses, a geração alcança 1.701.950 postos formais, 239.849 a mais do que o saldo gerado no ano de 2023.
Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a geração de empregos permite que o Banco Central continue com a redução da taxa básica de juros, hoje em 10,5%. O ministro afirmou que no ano que vem o Brasil deve alcançar mais de 47 milhões de empregos com carteira assinada. E aproveitou também para comentar o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE, que apontou que a taxa de desocupação ficou em 7,5% entres os meses de fevereiro e abril, a menor taxa de desocupação para o período desde 2014.
"Agregando esses indicadores de emprego e salário, não justifica pensar, e a gente tem visto de forma sistêmica, todos os meses, falar que isso é um alerta para o Banco Central pensar em interromper as quedas de juros. Muito pelo contrário. A necessidade da continuidade de redução dos juros reais praticados no país, até porque ele ainda continua, se eu não me engano, o segundo juro mais alto do mundo. Portanto, justifica a continuidade de diminuição das taxas de juros pra poder continuar ajudando o processo de crescimento com sustentabilidade da economia brasileira, gerando os empregos necessários para o nosso povo. Saiu a PNAD hoje também, trazendo mais uma redução da taxa de desemprego, de 7,6% para 7,5%, uma variação de 0,1%, mas de qualquer forma são dados extremamente positivos no mapa de emprego no país", disse Luiz Marinho
O maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de Serviços, com um saldo de 138.309 postos de trabalho, um crescimento de 0,6%, com destaque para os serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+61.096) e de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+40.127)
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A Indústria, com 35.990 postos criados (+0,41%), foi o segundo melhor gerador de empregos no mês, com destaque para a fabricação de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (+4.943), a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (+3.647) e a fabricação de produtos de borracha e de material plástico (+3.051).
Em seguida veio a Construção Civil, com geração de 31.893 postos (+1,12%); o Comércio, que gerou 27.272 postos de trabalho (+0,27%); e a Agropecuária, que registrou saldo positivo de 6.576 postos formais (+0,36%), destaque para o cultivo de café (+6.308), especialmente no Espírito Santo (+2.541) e Minas Gerais (+2.038) e o cultivo de Laranja (+4.644), especialmente em São Paulo (+3.733).
Entre os estados o maior saldo foi registrado em São Paulo, com geração de 76.299 postos (+0,54%); seguido de Minas Gerais, que gerou 25.868 postos (+0,53%); e Paraná, com 18.032 postos gerados (+0,57%) no mês.
Acumulado do ano
Nos 958.425 postos de trabalho gerados no ano, o maior crescimento ocorreu no setor de Serviços, com saldo de 556.607 postos formais (58,1% do saldo). O destaque ficou para atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+219.686) e para as atividades de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+202.820).
A Indústria veio em seguida, com saldo de 191.358 postos, com destaque para a fabricação de veículos automotores (+17.250) e fabricação de produtos de borracha e de material plástico (+15.843). A Construção gerou +141.428 postos formais de trabalho, o Comércio, que segue tendo boa recuperação, gerou 42.936 postos de trabalho. A Agropecuária também positiva, apresentou saldo de 26.097 postos de trabalho, com destaques para o cultivo de café (+7.928), de maçã (+3.568) e produção de sementes (+3.335).
Entre os estados, o maior saldo foi registrado em São Paulo, 287.968 (2,1%), Minas Gerais, com geração de 113.971 postos (2,4%), e Paraná, que gerou 87.838 postos formais no ano (2,8%). As Unidades que apresentaram menor geração foram Alagoas (-13.182), Paraíba (+1.321) e Sergipe (+2.354).
Impactos no RS
Para o ministro do Trabalho e Emprego, as chuvas no Rio Grande do Sul devem causar impacto nos números do Caged a partir de junho. Mas que em um segundo momento, as ações de reconstrução e reformas de casas, escolas, unidades de saúde e estradas no estado devem provocar um aumento de oportunidades, principalmente no setor de construção civil.
“Nós estamos tomando todas as medidas necessárias, primeiro para manutenção da vida, salvar vidas, criar condições de recuperar a situação das pessoas, das empresas, da economia gaúcha. Todas as medidas adotadas até aqui são nesse sentido, criando condição portanto de uma retomada o mais rapidamente possível à vida normal. Evidentemente a vida normal depende de um processo de baixar as águas, para a gente poder criar as condições de fazer o inventário final do tamanho desta catástrofe em cada município, em cada rua, em cada residência, em cada empresa, para ter a real dimensão da necessidade das ações que devemos fazer na recuperação das cidades, da normalidade da vida das pessoas”, explicou
Salários
O salário médio real de admissão em abril foi de R$ 2.126,16, um crescimento de R$ 36,96 (+1,8%) em comparação com o valor de março (R$ 2.089,20). Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$ 45,43 (+2,2%).
Edição: Paulo Donizetti de Souza
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