MJSP lança projeto para atenção à saúde mental dos agentes de segurança pública
O Escuta Susp vai disponibilizar atendimento psicológico on-line com um protocolo específico para os agentes de segurança pública
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, lançou, nesta terça-feira (28/5), o projeto Escuta Susp, para cuidar da saúde mental dos profissionais de segurança pública de todo o País. Também foi assinada a portaria que estabelece as diretrizes nacionais de uso das câmeras corporais.
O Escuta Susp vai disponibilizar atendimento psicológico on-line com um protocolo específico para os agentes de segurança pública. A partir desta terça-feira, a agenda de atendimento está aberta no Distrito Federal, Minas Gerais, Sergipe e Rio Grande do Norte. Nos demais estados, as consultas vão começar em janeiro de 2025.
“Numa primeira etapa, teremos mais de 65 mil sessões para atender os profissionais de segurança do País. Os atendimentos têm como objetivo reduzir o sofrimento psíquico e fundamentar estudos para o apoio psicoterápico destes profissionais”, explicou Ricardo Lewandowski.
O projeto abrange as polícias civil e militar, corpo de bombeiros, oficiais de perícia criminal e policiais penais federais e estaduais.
O acompanhamento do Escuta Susp terá três abordagens: acolhimento, para suprir questões pontuais em poucas sessões; psicoterapia para o acompanhamento em 20 sessões; e intervenção em comportamentos que possam, eventualmente, levar ao suicídio.
Prevenção
O ministro Lewandowski detalhou que o Escuta Susp foi elaborado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que tem um trabalho de referência em prevenção ao suicídio. Ele citou dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) que mostram que, desde 2015, foram informados 821 suicídios de policiais, sendo o ano de 2023 o pior da série histórica, com 133.
Depressão, síndrome de Burnout, falta de engajamento e de motivação são as queixas mais frequentes entre os agentes de segurança apuradas pela Pesquisa Nacional de Qualidade de Vida dos Profissionais da Segurança Pública, lançada no ano passado.
Câmeras corporais
A portaria assinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública com as diretrizes sobre o uso das câmeras corporais pelos profissionais de segurança pública estabelece 16 circunstâncias em que os equipamentos devem estar, obrigatoriamente, ligados.
Lewandowski afirmou que as normas foram elaborados após meses de estudos, encontros com especialistas e participação da sociedade civil por meio de audiências públicas.
“Entendemos que num assunto tão controvertido, que desperta tantas dúvidas, é importante que estabelecêssemos diretrizes únicas para todo o País”, disse. “Me parece que esse texto é um salto civilizatório no que diz respeito à garantia dos direitos fundamentais das pessoas e da segurança dos agentes policiais”, completou.
Por: Agência Gov
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