Cultura

Funarte lamenta a morte de J. Borges, Mestre das Artes

Artista popular, xilogravador e poeta, J. Borges deixa um legado inestimável para o patrimônio artístico e cultural brasileiro

26/07/2024 16:18
Funarte lamenta a morte de J. Borges, Mestre das Artes

A Funarte lamenta profundamente o falecimento de José Francisco Borges, o J. Borges, aos 89 anos, em Pernambuco. Contemplado no Prêmio Funarte Mestras e Mestres das Artes 2023, J. Borges foi um dos grandes expoentes da xilogravura e do cordel brasileiro, reconhecido nacional e internacionalmente por sua inigualável contribuição às artes e à cultura.

"Mestre da xilogravura, com suas mãos, gravou o Brasil. Quem nunca foi atravessada pela arte de J. Borges? Celebramos sua obra imensa que de Pernambuco contou, gravou, talhou e pintou a magia do cotidiano, a beleza e a diversidade do nosso país mundo afora. J. Borges imenso, foi e sempre será um mestre das nossas artes brasileiras", destaca a presidenta da Funarte, Maria Marighella.

Nascido em 1935, em Bezerros (PE), J. Borges dedicou sua vida à arte, tornando-se uma figura central, inclusive, na preservação e promoção das tradições culturais nordestinas. Filho de agricultores, autodidata, trabalhou em diversas atividades, desde marceneiro até vendedor de folhetos de cordel, ponto de partida para sua carreira artística.

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Em 1964, ele escreveu seu primeiro folheto, O encontro de dois vaqueiros no sertão de Petrolina , que foi um sucesso imediato. Na segunda publicação, O verdadeiro aviso de frei damião sobre os castigos que vêm , J. Borges produz sua primeira xilogravura, movimento que dá início a sua trajetória de xilogravador.

A partir da década de 1970, J. Borges passou a receber encomendas de gravuras, o que consolidou sua carreira de xilogravador. Suas obras, que frequentemente retratavam cenas do cotidiano nordestino, lendas populares e figuras fantásticas, ganharam projeção nacional e internacional, participando de exposições e ilustrando livros, como Palavras andantes , do escritor uruguaio Eduardo Galeano.

Entre os inúmeros reconhecimentos, J. Borges recebeu a medalha de honra ao mérito da Fundação Joaquim Nabuco; a medalha de honra ao mérito cultural do Palácio do Planalto; o Prêmio Unesco; e o prêmio de gravura Manoel Mendive na 5ª Bienal Internacional Salvador Valero Trujillo, na Venezuela. Em 2006, foi agraciado com uma bolsa vitalícia concedida pela Lei do Registro do Patrimônio Vivo, e o Memorial J. Borges foi criado em Bezerros, servindo como ateliê, oficina e galeria.

O Prêmio Mestras e Mestres da Funarte foi lançado no ano passado com o objetivo de honrar e valorizar a trajetória de nomes que ajudaram a construir a história das artes e da cultura brasileira nas últimas décadas. Entre as 50 mestras e mestres contemplados, J. Borges, Mestre que ajudou a engrandecer e difundir o patrimônio artístico e cultural brasileiro. Seu legado continuará a guiar e encantar, como um farol de inspiração.

A Funarte se solidariza com a família, amigos e admiradores de J. Borges.

 

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