Esporte

Lula recebe atletas que representarão Brasil em Paris e assina reajuste no Bolsa Atleta

Cerimônia no Palácio do Planalto recebe atuais (e futuros) medalhistas beneficiados pelo programa, que completa 20 anos de histórias de inclusão e vitórias – e tem valor reajustado em 10,8%

Agência Gov
11/07/2024 16:00
Lula recebe atletas que representarão Brasil em Paris e assina reajuste no Bolsa Atleta
Ricardo Stuckert/PR
Lula, atletas olímpicos e paralímpicos, dirigentes esportivos e autoridades: reforço ao alto rendimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa na manhã desta quinta-feira (11/7) de cerimônia no Palácio do Planalto ao lado de atletas olímpicos e paralímpicos que representarão nos Jogos de Paris 2024. São jovens beneficiados pelo programa Bolsa Atleta, que já investiu R$ 1,5 bilhão em 20 anos, criando oportunidades para mais de 37 mil atletas. Criado pela Lei nº 10.891, de 9 de julho de 2004, e regulamentado pelo Decreto nº 5.342, de 14 de janeiro de 2005, o Bolsa Atleta é o maior programa de patrocínio individual de esportistas do planeta, com mais de 105 mil bolsas concedidas.

O presidente e o ministro do Esporte, André Fufuca, assinaram decreto que garante o reajuste de 10,8% nas parcelas pagas pelo programa Bolsa Atleta. O reajuste começa a valer imediatamente. 

Desse modo, os novos valores (confira infográfico) começam a ser pagos ainda neste mês, entre os dias 15 e 18. O reajuste é o primeiro em 14 anos. Com a medida, dos 277 convocados pelo Comitê Olímpico Brasileiro para representar o país na França, os 247 bolsistas do Governo Federal (89% do total) já embarcam com a garantia de valores reajustados. 


"Quando resolvemos criar o Bolsa Atleta, muitas pessoas não tinham sequer um tênis para praticar esporte. O Estado brasileiro precisava olhar para todos os atletas, independente do número de medalhas ou região do país, e garantir o mínimo para incentivar os nossos jovens no esporte. Eu sei o que significou para o Brasil ter um programa como o Bolsa Atleta. E é por isso que estamos reajustando esse valor em 10,86%", postou Lula na rede X.


infográfico bolsa atleta

A judoca Rafaela Silva, integrante da seleção brasileira de judô há 16 anos, e há 15 beneficiária do Bolsa Atleta, agradeceu pelo reajuste no valor da bolsa e citou a importância do programa para a evolução do esporte ao dar oportunidade e tranquilidade aos atletas. "É muito para um atleta de alto rendimento poder se preparar e se dedicar apenas ao seu sonho. Porque sei que vou ter todo mês o meu bolsa atleta, meu bolsa pódio todo mês na minha conta. Com isso posso ajudar minha família, ter meu material de trabalho", afirmou. 

O presidente Lula revelou que ele e a primeira-dama, Janja da Silva, estarão presentes na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Janja ressaltou o empenho do presidente no combate à desigualdade. "E o esporte é uma importante ferramenta de combate à desigualdade, para você alcançar mais dignidade, uma vida mais digna, mais justa, mais solidária. Então, gente, boa sorte. Vocês vão com tudo representar o Brasil e vão dar muito orgulho para a gente”, disse a primeira-dama.

Lula também fez questão de defender a criação do programa em seu primeiro governo e reconheceu o papel do poder público na defesa do Esporte, desde as categorias de base até o alto rendimento. “Quando nós resolvemos criar o Bolsa Atleta era porque a cultura brasileira, muitas vezes, não leva em conta que antes das pessoas virarem importantes, virarem famosas e terem patrocínio privado, muitas delas não tinham sequer um tênis para praticar esportes. O Estado brasileiro e o seu governo têm que olhar para todos os atletas. Principalmente para aqueles que podem no futuro ganhar uma medalha de ouro, se eles tiverem condições de praticar esporte”, disse Lula.

Assista à cerimônia no Palácio do Planalto pelo Canal Gov

Campeões

A solenidade contou com 41 atletas, entre integrantes de modalidades olímpicas e paralímpicas. Além de Rafaela Silva, campeã olímpica nos Jogos Rio 2016 e bicampeã mundial (2013 no Rio de Janeiro e 2022 em Tashkent, no Uzbequistão), o nadador paralímpico Gabriel Araújo, ouro nos 200m livre e nos 50m costas e prata nos 100m costas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2021, também falou.

Beneficiado com a Bolsa Pódio desde 2019, Gabriel Araújo falou em nome dos paralímpicos e, assim como Rafaela, destacou que o Bolsa Atleta é indispensável na sua trajetória. “Estou na reta final da preparação para Paris e é muito importante esse suporte, esse apoio que a gente tem, porque a gente consegue ter tranquilidade para trabalhar. A gente tendo essa tranquilidade, quando chega para treinar, para competir, tudo fica mais fácil”, afirmou o nadador.

A abertura oficial da Olimpíada de Paris 2024 será no próximo dia 26 de julho, terminando em 11 de agosto. Entre os 277 atletas confirmados, 153 são mulheres, representando cerca de 55% do total.

Os jogos paralímpicos ocorrem na sequência, de 28 de agosto a 8 de setembro. A delegação brasileira terá 147 integrantes, sendo 40% mulheres, maior índice de participação feminina nos jogos.

 

REVOLUÇÃO E RECORDE – Para o ministro do Esporte, André Fufuca, o Bolsa Atleta representou uma revolução fundamental para a melhoria de desempenho no país tanto nos Jogos Olímpicos quanto nos Jogos Paralímpicos nas últimas duas décadas. “Se você analisar o cenário de 2004 para cá, a quantidade de medalhas que o país teve fruto do Bolsa Atleta é muito maior do que em qualquer outro período. Em 2004, nos Jogos de Atenas, o Brasil conseguiu 10 medalhas. Agora, nos Jogos de Tóquio (2021), o Brasil já foi para 21. Isso sem contar que no primeiro ano, em 2004, só 900 atletas eram beneficiados pelo programa”, frisou. Em 2024, o programa atingiu o recorde de contemplados, sendo 8.716 nas categorias Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpica/Paralímpica/Surdolímpica do Bolsa Atleta, além 359 na Bolsa Pódio (a categoria principal do programa), totalizando 9.075 beneficiados. O orçamento previsto para este ano é de R$ 160,4 milhões.

DIGNIDADE – Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, ex-atleta do futebol de cegos, bicampeão dos Jogos Paralímpicos (Atenas 2004 e Pequim 2008), bicampeão mundial (1998 e 2000) e eleito melhor do mundo em 1998, destacou que a importância do programa para pessoas com deficiência vai além dos resultados e conquistas, em função da cidadania que o esporte é capaz de entregar para tantos brasileiros que, por sua deficiência, ainda são invisíveis no nosso país. “O Bolsa Atleta foi o principal instrumento que garantiu primeiras condições para que os atletas pudessem desenvolver suas atividades, para que pudessem treinar com tranquilidade e representar o nosso país. E segundo, para garantir dignidade para esses atletas. Garantir que pudessem ter suplemento de qualidade, um alimento adequado para performar melhor. O Bolsa Atleta é um dos principais instrumentos que tem levado o Brasil às vitórias. E eu espero que Paris não seja diferente”, continuou Mizael, que recebeu o Bolsa Atleta em sua época de jogador. 

PERENE – Já o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley, destacou outro ponto fundamental para o sucesso do Bolsa Atleta: o fato de ele ser uma conquista perene. “É um programa realmente consolidado. E isso é importante, porque tem perenidade. Funciona o tempo todo, é regular. Então, o Comitê Olímpico do Brasil felicita o seu governo (do presidente Lula), felicita o ministro Fufuca, dar continuidade a esse processo”, declarou o presidente do COB.

ALIANÇA CONTRA FOME – Durante o evento, o presidente Lula adiantou, que apesar de ter sido convidado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, para prestigiar a cerimônia de abertura dos Jogos de Paris, no dia 26 de julho, ele não poderá estar presente. Lula revelou que será representado pelo ministro Fufuca e primeira-dama, Janja, que esteve presente ao encontro com os atletas. Janja afirmou que, além de torcer pelos atletas brasileiros, estará engajada em reforçar a mensagem do combate à fome. “Vocês sabem que o presidente Lula é o presidente do G20 este ano e ele lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A gente vai estar fazendo uma atividade lá para adesão da Prefeitura de Paris, de outras prefeituras, movimentando atletas nesse momento. Talvez o esporte seja uma importante ferramenta de combate à desigualdade para você alcançar mais dignidade, uma vida mais digna, mais justa, mais solidária”, frisou Janja.

RECORDE DE MULHERES – O Comitê Olímpico do Brasil divulgou nesta quinta-feira que a delegação de atletas do país para as Olimpíadas de Paris está fechada e que contará com 277 atletas, de 39 modalidades. Pela primeira vez na história, o Brasil terá maioria feminina. Serão 153 mulheres, o que representa 55% do total. Em Tóquio 2021, elas eram 47%. Os 277 atletas em Paris 2024 significam a terceira maior delegação olímpica da história, atrás apenas da Rio 2016 e Tóquio 2020 e empatada com Pequim 2008.

O Brasil competirá em 39 categorias:

  1. águas abertas
  2. atletismo
  3. badminton
  4. basquete (masculino)
  5. caixa
  6. canoagem slalom
  7. canoagem velocidade
  8. ciclismo BMX corrida
  9. ciclismo BMX estilo livre
  10. ciclismo estrada
  11. ciclismo bicicleta de montanha
  12. esgrima
  13. futebol (feminino)
  14. ginástica artística
  15. ginástica rítmica
  16. ginástica trampolim
  17. handebol (feminino)
  18. hipismo adestramento
  19. hipismo CCE
  20. hipismo saltos
  21. judo
  22. levantamento de pesos
  23. natação
  24. pentagrama moderno
  25. remover
  26. rúgbi (feminino)
  27. saltos ornamentais
  28. patim
  29. surfar
  30. taekwondo
  31. tênis
  32. tênis de mesa
  33. tiro com arco
  34. tiro esportivo
  35. triatlo
  36. vela
  37. vôlei
  38. vôlei de praia
  39. luta livre

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