Relações exteriores

Lula chega a Nova York para 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas

Entre os dias 22 e 25 de setembro, a comitiva brasileira participará de eventos paralelos à Assembleia Geral. Presidente também fará discurso na Cúpula do Futuro e em reunião com chanceleres do G20

Agência Gov | Com Planalto
21/09/2024 13:35
Lula chega a Nova York para 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas
Foto: ONU/Manuel Elias
O edifício do Secretariado com as bandeiras dos Estados-Membros em primeiro plano, na sede da ONU, em Nova Iorque.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca em Nova York, nos Estados Unidos, neste sábado (21/9), para participar da abertura do Debate Geral da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), que ocorre na terça-feira (24/9). Combate à fome, transição energética e reforma da governança global são temas que devem permear o discurso do presidente brasileiro.

Antes da Assembleia, Lula discursa, no domingo (22), na Cúpula do Futuro, também da ONU, junto com outros líderes mundiais.

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Durante a semana, Lula participará também do evento "Em defesa da democracia, combatendo os extremismos", da abertura da segunda reunião de Chanceleres do G20 e de reuniões bilaterais. A delegação brasileira também participará de reuniões sobre temas como o fortalecimento do multilateralismo, a reforma da governança global, a defesa da democracia, consolidação da paz, entre outros.

Agenda oficial

No domingo, dia 22, o presidente participará da primeira sessão da Cúpula do Futuro, convocada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, sendo o segundo orador previsto para discursar. A Cúpula ocorre até 23 de setembro e é esperado que seja adotado, por consenso, o Pacto para o Futuro, documento contendo compromissos sobre o futuro do sistema multilateral.

“O objetivo do Pacto para o Futuro é estabelecer os principais objetivos e compromissos dos membros das Nações Unidas para com o futuro do multilateralismo. Inclui temas como desenvolvimento sustentável, paz e segurança internacionais, ciência, tecnologia e cooperação digital, juventude e gerações futuras e a reforma da governança global. Cada um desses temas é um dos capítulos do Pacto”, afirmou o embaixador Carlos Márcio Cozendey, secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), durante briefing à imprensa.

Além do Pacto para o Futuro, em paralelo e vinculado a ele, serão adotados a Declaração para Gerações Futuras e o Pacto Global Digital. “O que a gente pode esperar dos discursos é que eles sigam um pouco a agenda que o Brasil propôs no G20, ou seja, que eles falem de inclusão e combate à fome, transição energética e reforma da governança global. Esses são os três grandes temas que estarão presentes nesses discursos”, disse o embaixador.

Assembleia Geral

Na terça-feira, dia 24, conforme a tradição estabelecida, o presidente brasileiro será o primeiro chefe de Estado a proferir discurso no Debate Geral da AGNU, logo após os discursos do secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, e do Presidente da 79ª AGNU, Philémon Yang. Neste ano, o tema central da reunião é “Unidade na diversidade, para a promoção da paz, do desenvolvimento sustentável e da dignidade humana para todos, em toda parte”. Além dos eventos na sede da ONU, Lula deverá manter encontros bilaterais.

Ainda no dia 24, o presidente Lula copresidirá a mesa redonda "Em defesa da democracia, combatendo os extremismos", junto com o presidente de Governo da Espanha, Pedro Sánchez. O objetivo é debater com outros líderes o fortalecimento das instituições democráticas e o combate à desigualdade, à desinformação e ao extremismo.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deverá realizar encontros bilaterais com outros chanceleres e participará de reuniões de alto nível de diversos grupos e mecanismos de concertação e diálogo, como G20, G4, L.69, G77/China, BRICS, IBAS e Grupo de Contato de Chanceleres da América do Sul.

Chanceleres do G20

No dia 25, quarta-feira, o presidente Lula discursa na abertura da segunda reunião de Chanceleres do G20. Será a primeira vez na história que uma reunião do G20 ocorrerá na sede das Nações Unidas e o Brasil aproveitará a ocasião para lançar um Chamado à Ação pela reforma da governança global.

O encontro também contará com a presença do ministro Mauro Vieira, do secretário-Geral das Nações Unidas, do presidente da Assembleia Geral e do presidente do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC) e será aberto a todos os Estados-membros da ONU.

“Esse Chamado à Ação terá uma seção dedicada principalmente à estrutura e reforma das Nações Unidas, mas também uma parte de arquitetura financeira e organização mundial do comércio. A concentração é mais nas questões de governança, como eles estarão na ONU e como serão, basicamente, ministros de Relações Exteriores, embora o documento Chamado à Ação retome também a temática da arquitetura financeira internacional, a discussão deve se centrar mais na questão da ONU”, declarou o embaixador Cozendey.

De acordo com o embaixador, a delegação do Brasil também destacará os resultados obtidos durante a presidência brasileira do G20, como o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Contexto

A Assembleia Geral das Nações Unidas é um dos principais órgãos da ONU e reúne os 193 estados que fazem parte da organização, com cada nação tendo o direito a um voto. Para o Brasil, a abertura do Debate Geral da AGNU permite apresentar as prioridades do país, tanto internamente quanto internacionalmente.

Uma nova sessão da Assembleia Geral é iniciada anualmente, em setembro, com a abertura do debate geral. A 79ª AGNU será presidida pelo embaixador Philémon Yang, de Camarões, que conduzirá os trabalhos da Assembleia até setembro de 2025. É esperada a participação de chefes de Estado ou de governo, criando uma oportunidade única para fortalecer relações e diálogos entre os líderes mundiais.


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