BNDES é convidado a compor uma das principais entregas da presidência azerbaijana da COP29
Iniciativa de Baku para Financiamento, Investimento e Comércio Climático quer países em desenvolvimento no fluxo financeiro global para descarbonização
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi convidado a integrar a Iniciativa de Baku para Financiamento, Investimento e Comércio Climático (Baku Initiative for Climate Finance Investment and Trade - BICFIT), umas das principais entregas da COP29, que se encerra nesta sexta-feira, 22, no Azerbaijão.
A iniciativa foi lançada em reunião de alto nível, da qual participaram mais de 30 países, outros bancos nacionais de desenvolvimento e bancos multilaterais, além de UNTCAD, órgão da ONU para comércio e desenvolvimento, e a Organização Mundial do Comércio (OMC).
As instituições passam a fazer parte do Diálogo BICFIT, plataforma que tem como uma de suas metas promover a colaboração para o desenvolvimento de soluções inovadoras para o financiamento climático, de modo a que países em desenvolvimento possam cumprir suas metas de descarbonização.
Nesse sentido, a BICFIT também reivindica a reforma da arquitetura financeira global, o que dialoga com uma das três prioridades estabelecidas pelo Brasil em sua presidência no G20: a reforma da governança global.
Representando o BNDES no colegiado, o superintendente da Área de Meio Ambiente do Banco, Nabil Kadri, disse que “os resultados concretos do trabalho da instituição no financiamento climático demonstram a importância de reconhecer, nas negociações e ações sobre o tema, o papel central que instituições financeiras nacionais de desenvolvimento podem assumir”.
“Como um representante de uma instituição nacional de desenvolvimento e gestor de dois grandes fundos climáticos – o Fundo Amazônia e o Fundo Clima –, posso dizer que estamos inteiramente comprometidos com a meta de 1,5º”, afirmou, referindo-se ao limite para aumento da temperatura média global estabelecido pelo Acordo de Paris, uma das referências do BICFIT, ao lado do tratado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), órgão que organiza a COP.
Ao abrir o encontro, a secretária-Geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan, destacou que a existência de garantias e o custo de capital são os maiores entraves para o investimento climático em economias emergentes. Para a diretora do Departamento de Clima do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixadora Liliam Chagas, a segunda lacuna pode ser minimizada pelos bancos de desenvolvimento, “que cumprem um papel importante de mobilizar recursos para a transição energética”.
A partir deste lançamento na COP29, os Diálogos BICFIT passarão a ser regulares, como parte do Fórum Mundial de Investimentos da UNCTAD (semestral), e em outras plataformas globais. O próximo encontro será na nona edição do Fórum da UNCTAD, em 2025.
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