BNDES lidera secretariado de plataforma brasileira com US$ 10,8 bi apresentada na COP29
A plataforma pretende fazer a ponte entre fontes de financiamento e projetos alinhados às políticas públicas nacionais de descarbonização
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lidera o secretariado da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP), iniciativa do governo brasileiro apresentada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, nesta quarta-feira, 13, na COP29, em Baku (Azerbaijão).
A plataforma pretende fazer a ponte entre fontes de financiamento e projetos alinhados às políticas públicas nacionais de descarbonização e já conta com US$ 10,8 bilhões em capital a ser mobilizado.
Os projetos estão agrupados em três áreas prioritárias: soluções baseadas na natureza, indústria e transição energética. O BNDES fará a verificação da aderência das propostas aos critérios pré-estabelecidos, ajudando a atrair financiamentos alinhados a iniciativas como Plano de Transformação Ecológica, Plano Clima, Nova Indústria Brasil e Plano Nacional de Transição Energética.
Presente ao lançamento, o diretor de Compliance e Riscos, Luis Augusto Navarro, destacou que o BNDES aumentou em mais de 50% o volume de empréstimos nos últimos dois anos, numa estratégia de reposicionamento da instituição. “Queremos ser o Banco do Futuro, e não é possível fazer isso dissociado da agenda verde, da transição climática”, alertou.
O vice-presidente da República disse que a conexão entre investidores e organismos de financiamento é importante para que os projetos ocorram, porque o Brasil pretende continuar crescendo a taxas superiores a 3% ao ano, mas que os projetos também precisam ser meritórios do ponto de vista ambiental.
“Queremos continuar crescendo, mas precisamos fazer isso descarbonizando”, frisou Alckmin, ao acrescentar que o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a apresentar a revisão de suas Contribuições Nacionalmente Determinada (NDCs).
“A BIP atende às metas ambiciosas da nossa NDC, que prevê 67% de redução de emissão de CO2 até 2035, e aos interesses do Plano Clima”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que também participou do evento.
Segundo ela, o Brasil está pensando, neste momento, não apenas em adaptação e mitigação, mas em um modelo de transformação econômica e social, que respeite o meio ambiente e combata as desigualdades sociais. “São peças de um lego que tem uma estratégia: criar um novo ciclo de prosperidade que faça sentido no século 21”, afirmou.
Iniciativa do Governo Federal, a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP) reúne os ministérios da Fazenda, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e das Minas e Energia, juntamente com o BNDES e parceiros internacionais: Bloomberg Philanthropies, Aliança Financeira de Glasgow para o Net Zero (Gfanz) e Fundo Verde para o Clima (GCF).
Apresentada pela primeira vez no final de outubro, em Washington, a ferramenta está disponível pelo endereço gov.br/bip. Dentre os projetos já mapeados, estão iniciativas em áreas como hidrogênio verde, combustível sustentável para aviação (SAF), extração mineral de baixa emissão, fertilizantes verdes e restauração florestal em áreas da Amazônia e da Mata Atlântica.
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