CRIA G20 destaca justiça social e comunicação popular como pilares do futuro
Com oficinas e debates sobre a nova arquitetura financeira global e a comunicação popular, o evento reforçou o protagonismo do Brasil no G20
No segundo dia do CRIA G20, realizado no Píer Mauá, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), o evento consolidou sua relevância como espaço de articulação para a transformação social e econômica. Com uma programação robusta, as discussões abordaram desde o impacto das políticas monetárias globais na vida cotidiana até a importância de uma comunicação popular e periférica para conectar comunidades vulneráveis.
A oficina “Comunicação Popular” abriu os trabalhos do dia, com estratégias práticas para amplificar vozes da periferia. O ponto alto na programação foi o painel “Nova Arquitetura Financeira Global” , que trouxe reflexões sobre desigualdades econômicas, taxação de grandes fortunas e inclusão financeira, reafirmando o papel do Brasil como liderança no debate sobre justiça social e sustentabilidade no cenário global. Moderado por Eduardo Moreira, o encontro reuniu Gabriel Galípolo, Isabella Weber e Nath Finanças para discutir a urgência de políticas econômicas que promovam a inclusão.
Na plateia, a presença da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, reforçou o engajamento do governo brasileiro nos debates do G20, simbolizando o compromisso com as pautas discutidas.
OFICINAS — Complementando a agenda, a oficina “Criando vídeos curtos para internet”, realizada pelo CRIA G20 em parceria com o Youpix, destacou estratégias de engajamento e criatividade nas redes sociais. Com a participação de influenciadores como Spartakus, Fábio Cruz, Levi Kaique e Arthur Neves, o evento explorou desde o poder dos algoritmos até a importância de captar a atenção nos primeiros segundos.
“Se não chamar atenção logo no início, o público não fica”, enfatizou Spartakus. Os participantes compartilharam diferentes métodos criativos, como a improvisação de Fábio Cruz e o planejamento detalhado de Paulo Aguiar, que escreve roteiros de três segundos antes de gravar.
A oficina destacou a necessidade de pensamento estratégico e adaptabilidade, marcando o CRIA G20 como um espaço para fomentar protagonismo digital e criatividade empreendedora. Em uma segunda oficina, Maqui Nóbrega, Rodrigo Kenji, Ana Lesnovski, Vítor diCastro falaram sobre criar vídeos longos no Youtube.
CRIACAST — Um CRIACast especial reuniu em um debate Rene Silva, fundador do jornal Voz das Comunidades e organizador do F20, o encontro de favelas que também acontece no Píer Mauá, o músico Rafa do Rap, Raull Santiago, diretor do Instituto Papo Reto, e o produtor e empreendedor Evandro Fióti. “A cultura fez a gente conseguir crescer. Existe uma estratégia de acabar com a gente literalmente. A cultura do rap nos anos 90 fez a gente sobreviver", disse Fioti.
No fim da tarde, a Orquestra Maré do Amanhã se apresentou no palco do G20 Talks, sob o comando do maestro Felipe Kochem. No repertório, clássicos do samba e do rock. A orquestra foi fundada em 2010, por Carlos Eduardo Prazeres, filho do maestro Armando Prazeres, sequestrado e assassinado em 1999 por um morador do Complexo de Favelas da Maré. Hoje a orquestra atende mais de 4 mil crianças e adolescentes do complexo.
ENCERRAMENTO — O CRIA G20 encerra sua programação amanhã, 16 de novembro, com foco no enfrentamento às mudanças climáticas. O painel contará com a jovem ativista Licypriya Kangujam, o líder indígena Tukumã Pataxó e a defensora da justiça climática Tori Tsui, moderados pelo ator e ativista Sérgio Marone, prometendo ampliar o diálogo sobre soluções ambientais e inclusão social.
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