Jovens brasileiras entregam carta com demandas de 50 mil crianças e adolescentes aos Líderes do G20
Carta reflete as perspectivas de milhares de jovens ao redor do mundo que exigem ações concretas para um futuro mais justo e sustentável
Três jovens brasileiras entregaram nesta quinta-feira (14.11) aos líderes do G20 Social uma carta com as reivindicações de 50 mil crianças e adolescentes de 60 países. O documento, elaborado após consulta global liderada pela Plan International e Save the Children, pede ações urgentes em áreas como clima, combate à fome e à pobreza, participação política e igualdade.
Esta é a primeira vez em 25 anos que o G20 abre espaço para a participação direta de jovens. De governantes do futuro para os governos do presente, a carta reflete as perspectivas de milhares de jovens ao redor do mundo que exigem ações concretas para um futuro mais justo e sustentável.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, recebeu o documento e reafirmou o compromisso do governo com a agenda da juventude.
“Temos trabalhado de forma integral pela educação, pela erradicação da pobreza, pela igualdade de gênero, pela liberdade de todos”, afirmou o ministro. Wellington Dias também destacou os esforços do governo no combate à fome e no apoio a famílias em situação de vulnerabilidade, garantindo o acesso à saúde, educação e alimentação adequada.
A carta entregue aos líderes do G20 destaca a urgência de ações climáticas eficazes, com a redução de emissões de gases de efeito estufa e a proteção das florestas. O documento também enfatiza a necessidade de combater a fome e a pobreza, especialmente entre crianças negras, indígenas e de comunidades rurais, e exige políticas que garantam alimentos e assistência para crianças em situação de rua ou deslocadas.
Outro ponto é a garantia de participação política efetiva para crianças e adolescentes, com espaços de formação e acesso à tecnologia, além de envolvimento em todas as decisões políticas que os impactam diretamente. A equidade econômica e investimentos justos em educação também são demandas centrais, visando a construção de um futuro digno para todos.
O diretor de Desenvolvimento Econômico do Departamento de Relações Internacionais e Coordenador do G20 para a África do Sul, Mongezi Mnguni, reforçou o compromisso do país com a agenda da infância e adolescência quando assumir a presidência do G20. “Tenham a certeza de que, quando a África do Sul assumir a presidência do G20 do Brasil, será uma continuação dessas importantes questões que estiveram sob a presidência do Brasil”, afirmou Mnguni.
Inara, de 17 anos, articuladora do CEDECA (Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Rio de Janeiro) e moradora da zona norte do Rio de Janeiro, descreveu a experiência como “incrível”. “Eu, como jovem negra de favela, que não tenho muitas oportunidades, poder estar aqui hoje representando milhares de crianças de várias partes do mundo é uma honra”, declarou.
Júlia, de 17 anos, também expressou a importância do momento. “Para mim é uma grande oportunidade. Depois de 25 anos de história, a gente está aqui sendo os primeiros adolescentes nesse evento”.
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